sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pelo jeito, o negócio é cantar!

Apesar de a absoluta maioria de brasileiros e brasileiras não se importarem nem um pouco em entender o que está acontecendo no Senado Federal, a maior crise da história política moderna do Brasil teve mais um capítulo curioso nesta sexta-feira, dia 07/08/09...
Ao invés de estreitar as investigações sobre a falácia que foi a defesa/discurso que o Seu Bigode proferiu na Tribuna do Senado, o Senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, que presidia a sessão, resolveu homenagear o próximo Dia dos Pais, que será celebrado neste Domingo.
Tudo bem que é papel do Senado fazer aluções a estas datas sobremaneira importantes, entre estas o Dia do Ovo, por exemplo (sim....existe, por Lei, no Brasil, o Dia do Ovo...). Mas no cerne de um momento tão relevante como este, certamente que os papais brasileiros prefeririam ver os fatos relacionados ao "latifúndio" que Sarney estabeleceu em Brasília sobremaneira esclarecidos, ultimados, ao invés de serem homenageados pelo Senado Federal.
Daí, meus caros, logo após Paim homenagear os papais brasilinos, pede a palavra o Senador Eduardo Suplicy, do mesmo PT, mas agora de São Paulo, para apresentar ao mundo mais um surreal capítulo da nossa história política: Suplicy, sensível à homenagem de Paim aos papais, resolveu cantar "Fathes and Sons", de Cat Stevens, no Senado...
Eu respeito muitíssimo o Senador Suplicy. Um sujeito culto, educado, completamente diferente da absoluta maioria de personalidades que permeiam o nosso Senado. Mas o Senador Suplicy precisa parar com estas suas estranhas manias, a de cantarolar na Tribuna do Senado e a de somente falar, quando não canta, sobre o tal programa de Renda Mínima. Pelo amor de Deus!
Francamente, creio que o momento político nacional não está para cantorias, né?
Se seguirmos os exemplos de pessoas como o Senador Suplicy, sendo cultos, educados, mas totalmente alienados, iremos interromper as conversas tensas das nossas vidas cantarolando...ou iremos falar, a vida toda, sobre um mesmo tema...como futebol, por exemplo.
E o que produziremos de útil para a sociedade sendo e agindo desta maneira?
Nada, absolutamente nada. Produziremos, apenas, uma sociedade de alienados. E os Bigodes da vida querem exatamente isso...assim poderão criar novos latifúndios em Brasília, empregando seus amigos, sobrinhos, namorados de netas, favorecendo seus capangas.
Não sustento, de forma alguma, que sejamos "issspérrtus", levando a tal Lei de Gerson como a Lei da Vida. Mas defendo que a Política, por sua relevância, por tratar do nosso presente e do nosso futuro, não seja o melhor local para os ingênuos. Idealistas, sim! Ingênuos, nunca!
É! Pelo jeito, o negócio, mesmo, é cantar: "... Eu não tenho data pra comemorar, Às vezes os meus dias são de par em par, Procurando uma agulha num palheiro... Nas noites de frio é melhor nem nascer, Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer, E assim nos tornamos brasileiros... Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro, Transformam o país inteiro num puteiro, Pois assim se ganha mais dinheiro... A tua piscina tá cheia de ratos, Tuas idéias não correspondem aos fatos, O tempo não pára..." (Cazuza e Arnaldo Brandão, O tempo não pára).

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