quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Schoedl, uma menina bonita, um jogador de basquete e uma pistola automática.

Sei que quem ler esse texto ficará, até certo ponto, com "raiva" desse humilde escriba... Ontem, dia 26 de novembro de 2008, o tal Promotor de Justiça THALES SCHOEDL restou, à unanimidade, absolvido pelo TJ Paulista da acusação de homicídio qualificado, que lhe era imputada. No dia 30 de dezembro de 2004, o tal Promotor estava acompanhado de sua então namorada retornando da "balada", pelo que consta. Foi abordado por um grupo formado por cinco jovens, ao que consta. Os jovens, não sei precisar, parece que resolveram verbalizar certas "gracinhas destinadas à namoradinha do tal Promotor. Dentre estes jovens "inteligentíssimos", estava DIEGO MENDES MORADEZ. Ao que consta e segundo nos conta a Imprensa, DIEGO era um jovem fisicamente portentoso, jogador de basquete. E ao que consta, o tal Promotor é um nanico, assim como eu, não devendo passar de 1,75 m de altura. Iniciada a "confusão", o jovem portentoso DIEGO, ao que consta, se encorajou a elevar o tom das "gracinhas". E o tal Promotor, acuado por um cara de quase 2 metros de altura, acompanhado de "amigos", resolveu disparar toda a sua pistola automática em direção dos "inteligentíssimos" jovens provocadores. Por si só, essa história já é uma tragédia. E é trágica em diversos aspectos. O mais grave, logicamente, é o que dá conta de que DIEGO faleceu ao ser atingido duas vezes por projéteis que saíram da arma do tal Promotor. Mas outros não podem deixar de ser analisados. Primeiro, a ausência total e indefensável de "freios" por parte do grupo de "inteligentíssimos" jovens que cercaram e provocaram o tal Promotor. A jovem namoradinha que o acompanhava, bonita, linda ou deliciosa, tanto faz, estava, senhores e senhoras, acompanhada pelo tal Promotor. E era, ao que consta, sua efetiva namorada, assumida, publicamente. Assim, naquele instante, o tal Promotor acabou sendo "atacado" em duas esferas, ao menos: como seu "namorado", tinha a obrigação moral de defender fisicamente a tal beldade e, também, defender a sua "honra" ofendida pelas "gracinhas" dos jogadores de basquete. Segundo ponto: o tal Promotor demonstrou, nessa situação, um "equilíbrio" típico dos homens de negro? É evidente que não. Primeiro ponto: o que um tal Promotor de Justiça, mesmo que jovem e bem-sucedido, estava fazendo em uma "baladinha" na tal Riviera de São Lourenço? Alguns cargos públicos, meus caros, exigem sacrifícios além da normalidade. Não é cabível que um Juiz de Direito, jovem e bem-sucedido, seja flagrado na "baladinha" bebendo e se divertindo até altas horas. Por que seria a um tal Promotor? Não pretendo apregoar que os jovens bem-sucedidos que ultrapassam as diveras e difíceis etapas de um concurso público para a Magistratura ou para o MP devam se tornar "chatos de galocha" no dia seguinte de seus empossamentos. Apenas acredito que tais cargos públicos demandam alguns sacrifícios, entre os quais não se expor. Ao ridículo, especialmente. O tal Promotor nasceu livre, em um Estado Democrático de Direito. Portanto, em querendo permanecer sendo o "boyzinho" da "Turma", deveria o tal Promotor escolher outra carreira, outra profissão, outra ocupação, outro meio de ganhar seu dinheirinho, que não um cargo público de tamanha relevância e que exige enormes e dolorosos sacrifícios. Queria fazer uma festinha, tal Promotor? Queria bebericar algo, tal Promotor? Deveria, por prudência e inteligência, ter feito tudo isso em casa! Convide os amigos! Coloque uma boa música! Compre bebida alcóolica à vontade e, se quiser, tome um pileque! Mas o faça, na medida do possível, reservadamente, sem se expor. A tragédia ocorrida naquele 30/12/2004 foi ocasionada por uma sequência imbecil e idiota de posturas inconsequentes de ambas as partes. E a inconsequência, mais dia, menos dia, cobra a sua cota, levando consigo parcela significativa da nossa tão sonhada tranqüilidade. O tal Promotor foi inconseqüente de início, resolvendo se expor, ir à tal "baladinha" e retornando madrugada adentro com sua bela namorada pelas areias e vias da tal Riviera. DIEGO, infelizmente, também foi inconseqüente, assumindo o risco de gracejar com a tal namoradinha. Encorajado, imbecil e certamente, por seus "inteligentíssimos" "amigos" (todos verdadeiros gênios) e, claro, por seu porte avantajado. Na minha modestíssima opinião, ontem, no tal julgamento promovido pelo TJ Paulista, nós, a sociedade, é que deveríamos ter sido condenados. Somos nós que não educamos nossos filhos a respeitar a integridade e o espaço alheio. Somos nós que "ensinamos" nossos filhos, especialmente, os homens, a serem "machos de verdade", a não levarem "desaforo" para casa... Enquanto continuarmos a agir assim, através desta metodologia desarrazoada de Educar, estaremos a promover outros "casos SCHOEDL" ao longo da nossa história! O resultado de ontem não agradou a alguns, agradou a outros. A mim, não foi surpresa. E não pelo apregoado "corporativismo", segundo a emocionada Mãe de DIEGO. Até porque, as definições sobre "legítima defesa" variam de maneira dramática. Tão dramática quanto o fato em si. Tão dramática quanto a percepção de sermos nós, de fato, os culpados por essa tragédia. A pena que everia ter sido imposta pela inconseqüência assumida por DIEGO, foi-lhe aplicada instantaneamente, com a sua morte. A pena que deveria ter sido impuntada ao tal Promotor, não seria a de prisão, mas, sim, de afastamento incondicional e irrecorrível das funções públicas assumidas pelo mesmo. Se ele, para o TJ Paulista, foi culpado pelo homícido, tando agido, no entanto, em "legítima defesa", certamente foi culpado, sem nenhuma atenuante ou elemento que afaste a sua punibilidade, de não saber se portar como a sociedade exige de um membro do Ministério Público. Por essa razão, sim, deveria o tal Promotor suportar penalidades.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Amigos, amigos...pupilas à parte...

Alguém não conhece Oscar Wilde? Caso você, amigo ou amiga, esteja acometido deste mal de tamanha monta, peço, por favor, cinco a dez minutos de sua atenção. Leia o texto abaixo, escrito pelo dramaturgo, poeta e escritor irlandês (1854-1900). Suas idéias controversas foram motivo de longas e quase-sempre inquietantes análises. Por sua condição de homossexual, Wilde foi perseguido e atacado no Reino Unido vitoriano. Chegou a ser preso, humilhado publicamente. Mas a sua genialidade, enfim, restou reconhecida. Ele é autor, dentre outras, de idéias como a seguinte: "Sou contra os noivados muito prolongados. Dão tempo às pessoas se conhecerem melhor, o que não me parece aconselhável antes do casamento"; "Se alguém diz a verdade, pode estar certo de que será descoberto, mais cedo ou mais tarde."; ou, ainda: "O maior castigo que o destino aplica ao homem casado é ver que sua mulher sempre acaba por se parecer com sua sogra." (rs).

Wilde era um provocador. Incrível, ferino e competente em sua escrita contundente. Escrevia e propalava idéias e pensamentos que muitos sabiam, mas não tinham capacidade e coragem de expor.

O texto que se segue expõe, em parte, mas importante, a faceta mais humana de Oscar Wilde. tente, a partir de sua leitura, eleger suas amizades através da fórmula proposta. Você perceberá, incrivelmente, como a sua existência será significativamente melhor...(rs)

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A Cúpula da ONU.

Amanhã, dia 19 de novembro de 2008, a Organização das Nações Unidas - ONU promoverá um evento em sua sede, em Zurique, Suíça, que está repercutindo mundo afora. Após mais de um ano de obras, será apresentada uma aplicação artística realizada sobre a Cúpula de uma das salas de reunião do prédio-sede da Organização. A arte, do pintor espanhol Miquel Barceló, será oficialmente descerrada na ocasião. Estarão presentes Chefes-de-Estado de todo o Planeta. Mas a polêmica, por óbvio, não está neste fato, mas, sim, no expressivo custo dos trabalhos, mais de US$ 30 milhões. A polêmica ocorre porque a ONU é a mais expressiva organização internacional do Planeta. Todos os Países civilizados a compõem e lutam, como atualmente faz o Brasil, por um assento permanente em seu Conselho de Segurança. E suas ações, sejam de natureza civi-assistencialista, sejam as belicosas, custam centenas de milhares de dólares a cada um dos seus Países-Membros por ano. Nada obstante, a polêmica também reside no fato de que muitos críticos consideram injustificável um gasto de tal monta exatamente no instante da mais grave crise econômica em um Século. O custo total da obra do pintor espanhol Barceló, que já foi comparado, por sua genialidade, a Miró, outro mestre espanhol, foi custeado pelo Governo Espanhol e por empresas daquele País. E a obra em si é tão grandiosa que está sendo apelidada pela imprensa européia como a "Capela Sistina da ONU". Os críticos atestam que não seria cabível que o Governo da Espanha desfrutasse de tal montante em uma obra de arte em um momento de arrocho econômico, onde quase 5 mil postos de empregos são vagos ao dia. Outra crítica apresentada é que foi concedida ao artista espanhol uma liberdade sem tamanho, espelhada em algumas excentricidades, como a contratação de um motorista particular e a contratação de um chef de cozinha espanhol para atendê-lo especialmente. Tudo isso embutido, logicamente, no custo total da obra. Para alimentar ainda mais tal polêmica, tanto o artista espanhol, quanto o Governo daquele País, se recusam a tornar público a parte do montante que diretamente lhe coube. Tirante todos esses elementos, creio que seja importante analisarmos, com clareza, a seguinte questão: qual o preço da Arte? Escrevo de maneira proposital a palavra "Arte" com a sua letra inicial em maiúsculo, eis que me refiro não à obra do espanhol Barceló (sem querer desqualificá-la) mas, sim, à Arte em geral, como expressão das habilidades, angústias, qualidades e caracteres da Humanidade. Se existe um elemento que distingue o ser humano de todos os outros seres animados que habitam a Terra é a sua capacidade de produção artística. Somente o Homem é capaz de expressar suas vontades e seus sentimentos através da Arte. Para o Governo espanhol, criticado pela pujança, a "Arte não tem preço". Mas será mesmo? Fosse assim, não deveríamos ter criado um modelo "capitalista" de gestão dos talentos artísticos. Atualmente, qualificamos pintores, escultores, cantores, compositores, dançarinos, cineastas e quaisquer outros artistas nem tanto pelos seus talentos, mas sim pela lucratividade auferida sobre suas obras. Um dado pintor é "melhor" que outro em razão do valor de mercado de suas telas. Um cantor é "melhor" que outro em razão do volume de CDs e DVDs comercializados. Um grupo de dança é "melhor" do que outros em razão do sucesso de bilheteria de seus espetáculos. E por aí afora, em todos os espectros artísticos. Desse modo, a Arte, atualmente, tem, sim, preço. Não compartilho, de forma alguma, com as críticas oportunistas que estão sendo forjadas em face da obra do espanhol Barceló que será amanhã inaugurada. Basta lembrar, para destruí-las, que se trata de um trabalho que se iniciou há mais de um ano, instante onde nenhum dos "gênios da Economia" atual previa o atual momento recessivo. Mas critico, sim , o fato de uma dada aplicação sobre o teto de uma das salas de reunião da ONU ter custado mais de US$ 30 milhões. Mesmo que se tratasse de uma aplicação de altíssimo custo, utilizando materiais nobilíssimos, ou de altíssima tecnologia, nada justifica, ao meu ver, um valor desta dimensão. Creio que a Cúpula da ONU seja, a partir de amanhã, a mais cara do Globo. Tomara que as cabeças que se reúnam sobre ela também sejam caras à nós, seres humanos, fazendo da ONU exatamente o que esperamos e decidindo por um futuro, próximo, bem mais próspero, igualitário e humanista.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Por que não regulamentar o "lobby" no Brasil?

Segundo o jornal "O Estado de São Paulo", edição de 14 de novembro de 2008, o Governo de Barack Obama, que se iniciará em 20 de janeiro de 2009 nos USA, pensa em restringir ou regular a atuação dos lobistas no cenário político federal, através de análises que serão realizadas sobre as relações destes grupos com as mais relevantes Secretarias de Estado daquele País. Contudo, no corpo de mais de 450 assessores já indicados pelo Presidente eleito dos USA, muitos são ou foram lobistas em algum momento de suas carreiras. Qual a inteligência destas nomeações, que a priore podem aparentar ser contraditórias? Simples: somente pessoas de "peso" nessa área poderão, de fato, apresentar novos paradigmas de atuação. A chamada "indústria do lobby" é regulamentada nos USA através de legislação própria. Não é somente regulamentada, como também é aceita. A ratio deste fato se dá nas origens da Democracia Norte-Americana. Por princípio, os norte-americanos preferem ser representados por determinados grupos que se especializam na defesa de certos interesses ao invés de se exporem. Há mais de um Século, são atuantes no cenário político federal dos USA, por exemplo, o lobby da "indústria do leite", dos "sindicatos", do "mercado financeiro" e de tantos outros setores da economia. Muitos grupos lobistas norte-americanos alcançaram tamanha expertisse em suas tarefas que tornaram-se "transnacionais" do setor. É o caso da Stonebridge International, por exemplo, conceituada organização do setor, atuante em diversas localidades do Globo, inclusive no Brasil. Segundo o site da organização (www.stonebridge-international.com), as áreas de interesse são as "Relações Governamentais", a "Assistência para Investimentos", "Soluções em Conflitos" e "Relacionamento com o Mercado e com Entes Regulatórios". Como se percebe, cuida-se de uma organização altamente preparada para atingir o seu escopo que, ao cabo, é o de representar os interesses de seus contratantes ou clientes. Pessoalmente, não tenho qualquer contrariedade à atuação dos lobistas, desde que esta se dê de maneira organizada, respeite os limites estabelecidos em legislação própria e que jamais infira a Legalidade. Também acredito, de fato, que a regulamentação do lobby possa vir a ser uma tremenda solução para estancar algumas barbaridades e ilegalidades cometidas perante e pelos órgãos de governo brasileiro, em todas as esferas de poder. Quantas vezes, nos últimos anos, vimos "empresários de respeito" algemados nas telas de nossas TVs após a "descoberta" de certas "negociatas" que sempre envolviam algum Ministério, Secretaria de Estado, Casa Parlamentar? Tudo isso se dá por uma única razão: os interesses destes "empresários" acabam por ser "representados" por "pseudo-lobistas" que, em verdade, não passam de trambiqueiros de terno e gravata, irmãos, cunhados, primos, amigos de escola, de faculdade ou vizinhos de pessoas que detenham o Poder. Se o "contato" ou "aproximação" é realizado de maneira "pouco profissional", o resultado só poderia ser este: um "escândalo" atrás do outro. Isso porque quando tais questões não são tratadas com "profissionalismo", sempre "alguém acaba sobrando"... e invariavelmente é "esse alguém" quem procura a autoridade policial, a imprensa ou o diabo que o parta para "denunciar" o "esquema". Acredito que as relações entre os interesses privados e os públicos devessem ser melhor tratadas em um País com as particularidades regionais e setoriais como o Brasil. Eu até ousaria mudar drasticamente, por exemplo, a remuneração parlamentar. Todos sabemos que os nossos parlamentares, sejam vereadores, deputados estaduais ou federais e senadores, representam, direta ou indiretamente, os interesses de determinados setores. E não me venham dizer que isso não ocorre, que os parlamentares representam "o bojo da sociedade, sem privilegiar um ou outro interesse ou setor". Nem eu, nem mais ninguém, cai nessa história hoje em dia. E a prevalecer o modelo atual de "gestão dos interesses parlamentares", jamais saberemos, de fato, quais são os reais interesses de nossos políticos. Se encerrássemos a remuneração dos mandatários dos assentos parlamentares, por exemplo, deixando para as organizações de interesses tal ônus, saberíamos, com clareza, que aquele determinado parlamentar, por exemplo, é um defensor dos interesses da indústria da tecnologia, por exemplo; e que aquele determinado Senador representa os interesses da indústria da construção civil. Não nos importaria o quantum desta remuneração, que seria diretamente tratada entre o parlamentar e estas organizações de interesses. Os cofres públicos economizariam centenas de milhares de reais anualmente, pois manteriam apenas os gabinetes, não os parlamentares; nós, cidadãos, saberíamos com maior clareza quem é quem no "jogo político" e, por fim, extinguiria-se o atual modelo de "lobby", corrompido, corruptor e que somente malfere os interesses de todos, sejam públicos ou privados.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Emoção em preto e branco.

No último Sábado, dia 08 de novembro de 2008, o Sport Clube Corinthians Paulista sagrou-se Campeão Brasileiro da Série B do Campeonato Brasileiro, restando ainda 4 rodadas a serem disputadas. De forma definitiva, foi seputado o martírio corinthiano de ter sido rebaixado à 2.ª Divisão do Brasileirão. Nada contra as equipes que participam desta competição. Mas ficou extremamente evidenciado neste segundo semestre de 2008 que o lugar do Corinthians não é na Segundona. Já havíamos ascendido à Primeira Divisão no fim-de-semana antecedente. Mas isso não bastava. Precisávamos nos retirar da Segundona em "grande estilo". E somente o título da competição seria capaz de fazê-lo. Muitos corinthianos sentiram-se divididos: não sabiam se comemoravam ou não o título conquistado neste Sábado. Quando perguntado sobre o assunto, respondi o que a mim parecia óbvio: nós corinthianos não temos que sentir qualquer vergonha pelo título da Segunda Divisão do Brasileirão; vergonha maior foi o rebaixamento ocorrido no ano anterior e o desejo de comemorar ou não tal título deve ser respeitado, mas eu comemorei. Mais do que comemorar, chorei. Quietinho, no meu canto. Mas chorei. E esse choro foi daqueles que verdadeiramente aliviam. Durante quase 1 ano, suportei todas as emoções que poderiam advir do fato de ver o meu grandioso Corinthians disputar a Segundona. E tais emoções, acreditem, foram muito mais doídas do que os gracejos realizados por Palmeirenses, São-paulinos, Santistas e afins. Eles estavam em seu direito. E o futebol foi concebido exatamente para que essa inteiração entre diferentes ocorra de maneira sadia. E as brincadeiras, gozações, são, se respeitados os seus limites naturais, até estimulantes. Mas nada se comparou ao inferno interno que vivi durante todo esse período. A participação na Segundona foi surpreendentemente bem-administrada pelo Corinthians. Sem dramas ou traumas, a equipe conseguiu a ascensão e o título, deixando para trás todos os oponentes. Mas as emoções que me afligiam jamais foram administradas desta forma. Noites sem dormir, ansiedade descontada em pratos e pratos de macarrão. Tudo isso por que nós, Corinthianos, não torcemos para um determinado time de futebol. A nossa relação com as cores e com os símbolos representados pelo Corinthians extrapolam a mera relação esportiva. Nós somos Corinthianos.; jamais estamos Corinthianos. Não dispomos da facilidade de são-paulinos, santistas e palmeirenses de se despir das vestes logo após o encerramento das partidas. A nossa alma é preta e branca. Quando uma determinada partida se encerra, até podemos tirar as camisetas corinthianas. Mas jamais conseguiremos retirar a tatuagem preta e branca que impregna as nossas almas, os nossos corações. Não fazemos parte de uma torcida. Fazemos parte, sim, de uma raça que compõe de uma Nação, talvez a mais miscigenada e plural do Planeta. E é exatamente aí que reside a "graça" de ser corinthiano. Convivem, sob o manto corinthiano, os mais bem-sucedidos empresários não só do Brasil (esse País vizinho ao nosso), como do Mundo com pessoas absolutamente esquecidas pelo Público e pelo Privado, desprovidas de absolutamente tudo, que verdadeiramente agradecem pela oportunidade de se alimentarem de vez em quando. A Nação Corinthiana é a única no Globo onde estes diversos se transformam em iguais. Não somos capitalistas, tampouco socialistas. Somos apenas Corinthianos, tatuados em preto e branco. Portanto, quando o S.C. Corinthians Paulista foi rebaixado à Segundona no ano maldito de 2007, não rebaixaram um clube ou um time de futebol: rebaixaram uma Nação. Em verdade, tentaram. Nos últimos meses, nossas Armas se prepararam para a Guerra do Retorno. Durante o primeiro semestre, disputamos algumas batalhas. Perdemos todas. Quase vencemos a da Copa do Brasil. Mas como ainda encontravamos feridos, não tivemos forças para suportar o Leão do Norte. Nesse segundo semestre do ano-santo de 2008, refizemos nossos batalhões. Reforçamos nossas trincheiras e, com folga, vencemos a derradeira batalha, vencendo, portanto, a Guerra. Destruímos nossos oponentes, que contavam, ainda, com a torcida de alguns certos "adversários". Mas mesmo com todas essas forças e "pragas" atuando contrariamente, o preto e branco preponderou! A Nação Corinthiana não somente retorna ao seu território de Direito, como brada, aos quatro ventos, "É Campeão!!!!".

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A vitória de Obama representa toda a esperança alardeada?

O dia 04 de novembro de 2008 entra para a História. Independentemente de nossas nacionalidades, crenças religiosas, filosóficas ou políticas, deu-se, nesta data, um fato verdadeiramente histórico. Milhões de cidadãos norte-americanos compareceram às urnas e elegeram, com ampla maioria, um homem descendente de negros para a Presidência dos EUA. Isso significa que o País mais influente do Planeta no último Século, e que pretende estender esta liderança no Século XXI, será presidido, comandado, por um homem que diretamente descende de um negro africano. Seu pai era queniano. Barack Hussein Obama, Senador pelo Estado norte-americano de Illinois é o nome do "dono" desta façanha. O fato, de per se, já seria suficiente para entrar, com peso, nos anais da História. Um País onde até pouco mais de 40 anos os negros eram obrigados a andar em lados opostos aos dos brancos nas calçadas, a utilizarem bebedouros distintos, elege um cidadão negro para comandar a nação, demonstrando todo o poder de transformação que a sociedade norte-americana dispõe. Mas esse 04 de novembro de 2008 não entra para a História tão-somente por tal fato. Os EUA suportam a pior crise econômica das últimas 80 décadas. E como se trata do País mais influente do Globo, os efeitos desta crise repercutem, com tentáculos que parecem não terem fim, por todas as outras Nações inseridas no contexto da "globalização econômica", modelo de gestão da economia praticamente imposto em razão dos adventos tecnológicos do final do Século XX (como a internet) e das teorias acadêmicas dos pensadores do "livre mercado". Assim sendo, o primeiro negro a comandar o, no mínimo, País mais influente do Ocidente, recebe a cadeira presidencial em um momento crucial para a História dos EUA. Durante toda a campanha eleitoral que antecedeu o histórico 04 de novembro, Obama resolveu vestir-se com a bandeira da "mudança". Uma palavra tão singela nunca representou tanto. Para os EUA, a "mudança" pregada por Obama significa direcionar o comando do País em uma direção absolutamente distinta da adotada pelo republicano George W. Bush nos últimos 8 anos. Mas não somente no que concerne aos preceitos políticos muitas vezes distintos enre republicanos e democratas. O novo "trajeto" que deverá ser adotado por Obama tem que levar em consideração as questões econômicas que se apresentam. Não somente para alterar, para melhor, a realidade interna dos EUA, mas para "redirecionar" os caminhos econômicos do Mundo. Internamente, questões como o "sub-prime", as altas taxas de desemprego, os baixos níveis de produção e vendas, os novos parâmetros de controle do mercado de capitais, entre outras, são questões que deverao imediatamente povoar o cotidiano do novo Presidente dos EUA. Contudo, qualquer mínima ação ou movimento realizado por Obama, será analisado e refletirá em todo o Planeta, como jamais ocorreu. O futuro econômico depende das ações que serão realizadas ou coordenadas pelo novo mandatário dos EUA. A "mudança" apregoada por Obama representa, do ponto-de-vista meramente filosófico, um sopro de esperança. Ainda é prematuro afirmar, mas as indicações dão conta de que jamais os EUA elegerem um homem tão avançado e imprevisível como ele para o cargo mais relevante daquela nação. Trata-se de um muçulmano. Por mais incrível que possa parecer, a sociedade americana, decantada mundo afora como "conservadora", foi capaz de eleger um Presidente muçulmano. Mesmo após os ataques terroristas de 2001, que "alavancaram", propositalmente ou não, a reeleição de Gerge W. Bush. Contudo, após todos os festejos e toda a aparente "oxigenação" que a eleição de Obama representa, se faz necessário ponderar se o novo Presidente dos EUA reunirá condições políticas para colocar em prática todos os preceitos que parece representar. O Congresso eleito é amplamente democrata. Isso, em tese, poderia auxiliar Obama a praticar suas crenças políticas. Mas ocorre que mesmo dentro do partido democrata existem tendências menos "avançadas" e Obama, um negro muçulmano, terá que negociar diversos tópicos com os protestantes, novos católicos e judeus que dominam o cenário político de Washington. Externamente, Obama terá que dissolver as desconfianças de Israel, importantíssimo aliado dos EUA em um dos cenários mais instáveis do Globo. Ademais, a Rússia parece recomeçar a "gostar" de utilizar as Armas como instrumento de "persuasão", como no recente caso da Georgia. Hugo Cháves, Evo Morales e Rafael Correa tentam, a todo o custo, desestabilizar o cenário da América Latina. Os árabes nunca estiveram tão ameaçados, em razão do crescimento da "onda ecológica" que traz consigo os "combustíveis verdes", como o etanol. Ao largo, os novos capitalistas indianos parecem dispor de força e capital como nunca antes, expandindo seus limites de atuação e passando a competir com empresas norte-americanas em campos antes impensáveis, como na indústria automobilística. O Brasil, esse eterno "gigante adormecido", parece tender a acordar, em razão do álcool combustível, das novas descobertas de reservas petrolíferas e de empresas globais que se consolidam a cada dia, como a Vale e as pertencentes ao mercado financeiro e bancário. Os desafios impostos a Obama, como se percebe, não são poucos. Tudo isso somado à desconfiança que um qualquer mínimo equívoco na sua administração fará surgir, servindo de combustível aos seus opositores, a maioria conservadores. Que a vitória de Obama neste 04 de novembro de 2008 possa significar ainda mais do que aparenta, unindo o Planeta, politicamente, como jamais visto. Se isso vier a ocorrer, será, certamente, o maior legado a ser deixado pela gestão de Obama.