terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Vale a pena gerar uma batalha diplomática com a Itália por conta de Cesare Battisti?

Nos últimos dias, todos os que acompanham os principais noticiários do País, e os e boa parte do Mundo Ocidental, receberam informações sobre uma disputa diplomática envolvendo Brasil e Itália.

Dois Países que sempre mantiveram boas relações diplomáticas por conta de suas História se interligarem, em função do processo de emigração de italianos ao Brasil durante os Séculos XVIII e XIX, estão em pé-de-guerra em função de um único Homem: Cesar Battisti.

Normalmente, para que um único ser humano interfira de forma tão contundente na História, se faz necessário que o mesmo demonstre-se uma pessoa extremamente relevante em algum aspecto da vida humana. Foi assim que líderes guerreiros interferiram na História da Humanidade. Da mesma forma os gênios das Ciências e os gênios da Política. Mas Battisti não pode ser alçado a esta condição, sob pena de ofendermos a História e a nós mesmos.

Battisti foi ou é, nunca se sabe, um dos líderes da esquerda mais estúpida da História: aquela que acredita que atos de violência injustificada são capazes de seduzir às pessoas comuns aos ideais socialistas.

Na Itália, é acusado de práticas quase que impraticáveis a um ser humano ordinário, desde "meros" assassinatos até o abuso sexual de um incapaz. Neste ínterim, temos explosões de bombas em cenários públicos, matando ou aleijando pessoas comuns, que não guardavam qualquer relação com a "luta política" italiana.

Battisti foi condenado em todas as instâncias da Justiça Italiana. Suas condenações foram confirmadas até mesmo pelas mais altas Cortes Internacionais de Justiça. Ao perceber que a sua "ideologia" não dispunha mais de "espaço" no Primeiro Mundo, resolveu fugir ao sempre bucólico Terceiro Mundo, de praias espetaculares, cenários deslumbrantes e mulheres idem. E escolheu, para gozar dessa sua "fuga", nada mais, nada menos do que a nossa Republiqueta, o Brasil.

De repente, meio que sem querer, a Polícia Federal do Brasil prendeu Battisti em um dos Aeroportos tupiniquins. E nesse instante, começa a atual batalha diplomática.

Detido, com deveria ser, em razão de ordens internacionais de captura expedidas pela Itália, Battisti foi levado a uma Prisão Federal, de Segurança Máxima.

Seus advogados, tentando evitar a sua deportação à Itália, onde cumpriria suas múltiplas penas, ingressaram com um pedido de concessão de asilo político perante o Ministério da Justiça do Brasil.

Nosso Ministro da Justiça, Dr. Tarso Genro, analisando "pormenorizadamente" a questão, resolveu conceder o pleiteado asilo a Battisti, justificando seu ato, entre outros fundamentos, sob a alegação de que não teria sido respeitado o legítimo direito de defesa ao requerente nos processos que tramitaram perante a Justiça Italiana. Entendeu o Ministro que as condenações inferidas a Battisti tinham fundo político, e não técnico. Uma tremenda bobagem.

Tramitava, paralelamente ao pedido de asilo político, no Supremo Tribunal Federal, o pedido de deportação de Battisti, requerido pela Chancelaria Italiana no Brasil, em nome da República. Pelo ordenamento jurídico em vigor, se a decisão do Ministério da Justiça fosse ratificada pelo Presidente Lula, em Ato do Príncipe (tecnicamente falando), o processo em trâmite no STF perderia o objeto e seria extinto, necessariamente.

A Itália, diante desta situação, se moveu. Internamente, membros do Governo e do Congresso Italiano se pronunciaram, evidenciando a indignação com a concessão de asilo político a Battisti pelo Brasil. Em nossas terras, a Diplomacia italiana também de movimentou, pressionando politicamente a Presidência da República e o STF.

O movimento perante o STF parace ter surtido efeito. Para embananar a já complicada situação ainda mais. O brilhante, porém esquisito, do ponto-de-vista político, Ministro Gilmar Mendes, Presidente da mais alta Corte Brasileira, resolveu encaminhar os autos do processo de extradição ao Procurador-Geral da República, Dr. Antonio Fernando da Costa, requisitando um "parecer" sobre a situação. Movimento este extremamente desnecessário, politicamente falando.

Na correria, então, para "ratificar" a decisão de seu Ministro da Justiça, a Presidência da República, na figura do Presidente Lula, confirmou o tal asilo político à Battisti. Outra bobagem, politicamente falando.

Como o "Ato do Princípe" estava determinado, o Procurador-Geral da República devolveu os autos ao STF, informando que, tecnicamente, deveria o processo ser extinto, por perda de seu objeto. Como não poderia deixar de ser.

A confusão, desta forma, instalou-se. Hoje, dia 27 de janeiro de 2009, como corolário desta imbecilidade, o Governo Italiano chamou de volta ao seus Território o seu Embaixador no Brasil. Segundo fontes oficiais do Governo Italiano, não se trata de uma retirada definitiva, mas de uma temporária, para discussões sobre os procedimentos a serem adotados.

E agora, por conta de uma sucessão imbecil e injustificada de atos, dois Países irmãos estão em pé-de-guerra. Ainda que seja uma guerra diplomática.

Os Governos dos dois Países são, atualmente, no mínimo, lamentáveis. De um lado, o nosso, temos Lula, um Presidente que "surfou" durante seis anos de seus mandatos seguidos na "boa onda" da economia global e que agora, diante da maior crise da História Moderna da Economia, acha que isso tudo será somente uma "marolinha", demonstrando toda a sua "capacidade de governar". De outro, dos nossos "fratelli", está Berlusconi que, dentre muitas histórias ridículas, e que envolvem até desfalques em suas empresas, achou Barack Obama bonito e "bronzeado"...

Mas nós, meros cidadãos brasileiros e italianos, que não temos nada a ver com essa ridicularidade, estamos, no mínimo, assustados: o que poderá ocorrer conosco, que adoramos passear pelas Praias do Nordeste brasileiro, sambar em seu impressionante Carnaval, tomar um delicioso "spresso" na Piazza Novona, ouvir os gondoleiros de Venezza ao passear por seus canais, tomar vinho, comer uma deliciosa macorranada, tomar caipirinha e comer feijoada??

Vale a pena colocar toda esta co-influência cultural em perigo? O que será dos nossos jogadores de futebol que atuam pelas agremiações da "Botta"? E o que será da FIAT, por exemplo??

Mais uma vez, Lula e Berlusconi, estes dois trapalhões, que se entendam. E ai se tirarem a minha "lasagna" e o meu Bardolino da mesa...aí o bicho vai pegar!!










terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Por intermédio de um muçulmano, o Mundo pode se tornar um lugar melhor.

O dia de hoje, 20 de janeiro de 2009, entra para a História. Toma posse o 44.º Presidente eleito dos Estados Unidos da América. Até aí, uma demonstração de força do sistema democrático mais invejado de todos os tempos. Com todos os seus problemas, além dos EUA, qual outro País do Globo pode comemorar o fato de festejar a 44.ª eleição presidencial bem-sucedida?

Mas não é por conta disso que o dia 20/01/2009 ingressa para os registros da História: toma posse o primeiro Presidente Negro e Muçulmano dos EUA.

Por mais que pareça um enredo de um filme hollywoodiano, é verdade: o País mais influente do último Século, em todos os aspectos, e que tenta permanecer ocupando tal posto, será comandado por um Negro e Muçulmano.

Durante os últimos 2000 anos, o Ocidente viveu a supremacia absoluta da Igreja Católica e de suas vertentes protestantes ou evangélicas. Desta forma, todos nós, Ocidentais, fomos influenciados pelas filosofias sustentadas por essas escolas religiosas em nossas crenças e comportamentos. Na mesma proporção, o Ocidente vivenciou a "supremacia branca" nestes 2000 anos de História. Nestes anos, conseguiu, no máximo, iniciar o aprendizado para a convivência com as outras etnias, como os amarelos, vermelhos e negros.

Mesmo sem "completar" esse cliclo de aprendizado, o País mais influente do Planeta elegeu um negro para governá-lo. E, mais surpreendente, um muçulmano. Mesmo depois do mais grave ataque terrorista já assistido por aquelas bandas, o de 11 de setembro de 2001, que foi, segundo as versões oficiais, comandado por radicais muçulmanos.

O dia de hoje entra para a História em razão destes elementos. Isso é fato. Mas não é só.

A economia globalizada passa pelo seu mais difícil teste. Influenciados pelos elementos norteadores da economia norte-americana, o Mundo adotou algumas políticas econômicas hoje questionadas. A denominada "economia de mercado" está em cheque. E, com isso, está também em processo de análise o futuro econômico de todo o Planeta.

É nesse contexto que um negro e muçulmano assume o cargo mais relevante de todo o Mundo, assumindo, também, a missão mais árdua de nossa recente História: revolucionar, positivamente, a Economia global.

Se Barack Obama, de 47 anos, atingir essa meta durante o seu mandato, terá ingressado no rol das pessoas mais relevantes de toda a passagem da Humanidade pelo Planeta Terra.

Não terá, nesse caso, apenas resgatado os EUA, o "american way of life", ou mesmo as economias de todos os outros Países do Globo: terá demonstrado o quão irrelevante, para todos nós, é o fato de sermos "governados" por católicos, protestantes, evangélicos, judeus, budistas, taonistas ou muçulmanos.

O que vale, na hora da ação, não é a religião adotada pelos seus protagonistas. Nesses instantes de crise, o que sempre valeu e sempre valerá é a linha de conduta adotada, o encarar os fatos a partir de um mix de destemor e cautela, denominado historicamente de "coragem moral".

Se Obama conseguir atingir todos os seus propósitos, terá transformado o Planeta em um lugar melhor para se viver. Econômica e moralmente.











segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Uma plástica poderia salvar a democracia brasileira?

Há pouco mais de 20 anos, a República Federativa do Brasil transformava-se em uma Democracia. A partir de um dispositivo constitucional, tornava-mos um "Estado Democrático de Direito". Assim sendo, consagrava-se, do ponto-de-vista jurídico, a democracia como um elemento do Estado Brasileiro, permitindo aos cidadãos a plena (ao menos em tese) participação política.

Desta forma, podemos afirmar que a democracia "à brasileira" ainda se encontra em processo de cristalização, em razão da sua jovialidade. E é exatamente nesse momento que a democracia "à brasileira" sofre o seu mais grave ataque.

No ano que virá, 2010, ocorrerão eleições para as eleições de Presidente, Governadores, Deputados Federais, Estaduais e Senadores. O quadro que hoje se alinha é o de que a oposição, capitaneada pelo PSDB e pelo DEM, deverá eleger o próximo Presidente da República. Dentre os mais prováveis "próximos Presidentes", a lista é encabeçada pelos Governadores José Serra (S. Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais).

Pelos situacionistas, o Presidente Lula vê a possibilidade de eleger o seu sucessor bastante pressionada. Em razão de seguidos escândalos, como o do "mensalão", os principais nomes do PT encontram-se bastante desgastados. Desta maneira, Lula pretende apresentar o que seria um "fato novo", através da recomendação de um nome que se posicionou ao largo das sucessivas crises de credibilidade suportadas pelo PT ao longo dos últimos anos.

Lula pretende apostar na atual Ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, como sua candidata à Presidência. Pretende tentar eleger a primeira mulher ao cargo mais relevante da Nação e tenta emplacar um nome que restou um tanto quanto afastado do "mensalão".

Para tanto, elegeu Dilma como a "mãe do PAC", o tal "Programa de Aceleração do Crescimento" que não acelerou nada quando podia e que agora, em meio a uma crise financeira internacional sem precedentes, parece fadado a não acelerar mais nada. Nem o que já foi iniciado.

Na tentativa de transformar Dilma em um "produto eleitoral" interessante, os marketeiros políticos que servem ao Presidente Lula recomendaram que a Ministra se submetesse a uma intervenção plástica, rejuvenescendo alguns aninhos de sua vida política de batalhas, inclusive reais, já que é ela uma ex-guerrilheira da esquerda anti-revolução de 1964.

Dilma assim o fez. E também resolveu mudar o penteado. O resultado dessas "ações políticas" estreou na última semana, quando a Ministra reapareceu em público. Alguns gostaram, outros não, como haveríamos de imaginar. Mas quem deve ter gostado, e muito, foi a tal "democracia à brasileira".

Explico.

É mais do que consabido que o Presidente Lula pretende, custe o que custar, eleger o seu sucessor. No caso, sucessora. Lula está "deitado em berço esplêndido" no quesito popularidade. Segundo as pesquisas de opinião até hoje realizadas, nenhum outro Presidente da "Era Democrática" do Brasil, nem mesmo JK, gozou de tamanha aceitação. Mas a pobreza de nomes do PT pode atrapalhar tais planos.

Apesar de Lula gozar de um índice de aprovação realmente incrível, Dilma, sua candidata, não consegue passar dos 10% de intenção de votos, na melhor das atuais hipóteses. Tal fato facilita, sobremaneira, o trabalho de tucanos e democratas. Mas não há eleição vencida na véspera. E é nisso que o Presidente aposta.

Lula pretende viajar Brasil afora "apresentando" D. Dilma. Utilizará de todos os subterfúgios políticos para tantar fazer com que o nome de Dilma passe a dispor de vigor suficiente para "brecar" o avanço de Serristas e de Aecistas. Inclusive as ameças de que se Dilma não for eleita, o "Bolsa-Família" se extinguirá. Podem anotar. Depois me cobrem.

Enfim, quem torce, e muito, para que a campanha de Dilma realmente decole é a tal "democracia à brasileira". Isso por que já corre solta em Brasília uma "alternativa": caso o nome da Ministra Dilma não decole até agosto ou setembro deste ano ainda nas pesquisas de opinião, setores do Governo trabalharão arduamente para uma "Mini-Reforma" Constitucional, que pretenderá, dentre outros itens, admitir que Lula possa disputar um terceiro mandado presidencial.

Nos mesmos moldes das "super-democracias" africanas e de Países "super-desenvolvidos", entre os quais Venezuela, Equador e Bolívia, o Presidente Lula poderá vir a governar o Brasil não por 8 anos, mas por 12 anos. E corre-se o risco, até, de uma extensão do período do próximo mandato (para 5 anos ao invés de 4).

Tomara Deus que a tal plástica a que foi submetida a Ministra Dilma atinja seus objetivos.

Na minha opinião, ela não precisa vencer o próximo pleito. Pode chegar no 2.º Turno.

Quem agradece, primeiramente, é essa tal "democracia à brasileira"; depois, todos nós.














quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

FIESP x Brasil. Será mesmo?

Ao que tudo indica, a tal "marolinha" que o Presidente Gnomo-Barbudo-Desdedado desdenhou, chegou à Costa Brasileira. E com contornos um pouco mais graves. Quase de um tsunâme.

Nesse contexto, a Federação das Indústrias e do Comércio do Estado de São Paulo (FIESP), Presidida pelo, ao que tudo indica, ex-apradrinhado do Sapo Barbudo, Paulo Skaff, iniciou, nesta semana, uma verdadeira avalanche de críticas às atrapalhadas atitudes adotadas pelo Governo Federal em face da evidente crise.

Tudo começou, aparentemente, em razão de uma brilhante declaração de Sua Excelência Ministro do Trabalho, Sr. Carlos Lupi, que também é Presidente do PDT. Segundo o Ministro, as empresas "salvas" da crise pelo Governo, com "recursos públicos", teriam que se comprometer a manter os níveis de empregabilidade. Ou seja: estariam, na visão de Lupi, impedidas de realizar dispensas, mesmo diante do "olho" da crise.

Skaff, nitidamente enervado, concedeu uma entrevista à jornalista Denise Campos de Toledo, do "Jornal da Manhã", da Rádio Joven-Pan, no comecinho do dia de ontem (14/01). Nesta entrevista, o tom adotado pelo Presidente da FIESP surpreendeu até mesmo o experiente Joseval Peixoto, que chegou a indagar ao entrevistado se estava ocorrendo um processo de crise nas relações FIESP x Governo.

As críticas de Skaff, segundo compreendo, foram adequadas e pertinentes. Na entrevista, o Presidente da FIESP destacou que as ações adotadas até o presente pelo Governo Lula demonstram-se incrivelmente incompetentes, já que não atacam os pilares da crise. Segundo Skaff, não seria o momento de "demagogia", como o pronunciamento do Ministro Lupi, que, a partir de um conjunto de frases imbecis, estava a "jogar para a torcida", sem preocupar-se em apresentar alguma sugestão inteligente para o momento.

Skaff se referiu, ainda, ao absurdo de dinheiro que é gasto pelo próprio Governo simplesmente para o pagamendo dos juros de sua dívida. Juros estes fixados, determinados, pelo próprio Governo. Ou o Banco Central (Bacen) não é mais um órgão governamental??

Neste tópico da entrevista, Skaff afirmou que o Governo Federal, ao manterem-se as atuais taxas de juros básicos (SELIC), gastaria, por ano, perto de R$ 50.000.000.000,00 (cinquenta bilhões de reais). E colocava, com incrível clareza, o quanto esses recursos poderiam gerar de benesses ao País, ao conjunto da sociedade. Cobrou, com isso, a imediata revisão desta política macro-econômica adotada pelo Bacen, que vai na contramão de todo o Globo, que reduz as taxas de juros básicos de maneira drástica na tentativa de fazer com que as riquezas não parem de circular.

Utilizou de alguns chavões em seu pronunciamento, como ao afirmar que seria o momento de "com um limão, fazer uma limonada", mas fez colocações muito pertinentes. Como quando atestou que a própria legislação em vigor admite a redução da jornada de trabalho e, consequentemente, de salários. Ferramenta típica aos tempos em que estamos inseridos, de crise global, pois mantém-se, ao menos, o nível médio de empregos por um período maior, evitando-se dispensas, pelo menos momentaneamente.

Skaff, de maneira firme e contundente, até mesmo lançou um desafio ao Ministro Lupi: que fosse publicada uma lista de empresas que teriam sido "salvas" da crise com dinheiro público, questionando a origem destes recursos.

Criticou o sistema financeiro de maneira leve e cordial, atestando que o principal banco governamental, o Banco do Brasil, tem cobrado das empresas, nos empréstimos para capital de giro, um spread bancário muito superior à maioria dos bancos privados.

Em suma: para Skaff, as ações governamentais até agora adotadas não passaram de mera demagogia, sem efeito contra um dos cenários mais graves e contundentes da História Econômica Global.

A entrevista, lúcida, apesar da aspereza, deveria ter sido adotada pelo Governo como uma bússola. Mas, ao contrário, foi objeto de críticas por diversos setores de apoio ao Presidente Lula.

O Presidente da Câmara de Deputados, Arlindo Chinaglia, do PT Paulista, afirmou que a "FIESP joga contra o Brasil" em razão das declarações de Skaff.

Será, mesmo, que a FIESP, ou Skaff, estão a jogar contra o Brasil? Ou será que a FIESP percebeu, tardiamente, é verdade, que o Governo Federal do Presidente Lula não sabe agir, senão "surfar" na onda que vem e que vai?

Lula teve a sorte de viver, em seus 6 anos de mandato cumpridos até o presente, um momento de pujança global. O Mundo enriqueceu. E nesse contexto, o Governo Federal soube se comportar, pois ao menos não atrapalhou a chegada, à nossa Costa, desta "onda boa".

Contudo, já haviam, há pelo menos 2 anos, professores de Economia lauredos que atestavam: já, já o Mundo entrará em um profunda e grave crise econômica.

Foram estes, à época, chamados de "filósofos do Apocalipse", do fim-do-Mundo...

O que Lula e sua "profícua" equipe de Governo deveriam ter feito era parar, por um único instante, de surfar e meditar, refletir, sobre coisas mais importantes do que os irmãos Chaves e Evo.

As reformas que há tanto se demonstram necessárias, como a Tributária e da Previdência, deveriam ao menos ter sido iniciadas.

Se o Brasil ainda não viveu o pior desta crise, mesmo não tendo feito quase nada do que deveria ter sido realizado, podemos até sonhar que a crise nos acançaria, aí sim, como uma "marolinha".

Sem as ações que deveriam ter sido feitas a seu tempo, iremos errar muito mais do que o possível em meio a um instante de grave crise, fazendo com que o custo destes erros sejam muito mais profundos do que o necessário ou do que o tolerável.

Particularmente, tenho a tendência de acreditar que a FIESP não joga contra o Brasil; mas, sim, contra um Governo inativo, inerte e pouco criativo. Desde o seu primeiro dia.

A ficha demorou demais para cair.







quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A oportunidade.

Creio que ainda não nasceu um único ser humano que não sofra por algo ou alguém.

Componente da natureza humana e do processo de aprendizado que um dia optamos por denominar como "vida", temos a dor, o sofrimento e a angústia gerada ou criada em momentos de tensão.

Na mesma proporção dos sentimentos de alegria e de satisfação, as dores da crise fazem parte do nosso espírito.

Como consequência, o Homem é um animal que ri e chora na mesma medida.

Todos nós já passamos por diversas crises. Desde o primeiro dente-de-leite que amoleceu, passando pelos "sofrimentos" mais sublimes, como as dores do amor, e atingindo a perda de um ente querido.

As crises, portanto, são momentos de puro e brutal aprendizado. É a única forma desenvolvida pela Natureza para fazer com a natureza humana se desenvolva.

Desde meados do ano que se passou, o Mundo é acometido por uma crise econômica sem precedentes. Muitas bobagens já foram ditas e feitas (né, Sua Excelência Presidente "marolinha"??) em nome das tentativas de estancamento desta que pode vir a ser a maior crise financeira da História. Mas outras crises acometem a Humanidade há mais tempo, tão importantes quanto esta. Todavia, como não atingem "o nosso bolso", foram retiradas do foco.

Por exemplo, a induvidosa Crise de Valores que nos acomete há pelo menos duas décadas e que sequer é tratada pelos telejornais da vida. Nos últimos tempos, os indivíduos passaram a ser julgados pelo que tem, não pelo que são. Não há mais quase valor algum o fato de o sujeito ser PhD em alguma coisa; o que vale é o carro importado do moço.

Outra crise super importante é a Ambiental, pois não estamos simplesmente acabando com as matas, águas e animais: estamos extingüindo a chance de habitarmos, por um longo prazo, esse presente que nos foi concedido, o Planeta Terra. Sim, pois sem água potável, sem oxigênio, o Homem não prevalecerá. Talvez alguma atual bactéria, daqui há alguns anos, adote este blog...

Vivenciamos outras centenas de milhares de crises. Nem saberia mensurá-las ou enumerá-las. Mas uma coisa é certa: todas são importantíssimas. Mesmo que somente às partes que estão sendo acometidas por esta.

O resultado das crises, o que sobra, é algo interessante. Quando um determinado relacionamento amoroso está em "crise", por exemplo, cria-se a chance do surgimento de algo novo. Pode até ser um novo relacionamento com as mesmas partes. Assim como pode ser, por que não, a extinção de algo que não prevaleceria, perduraria.

As crises, portanto, não possuem o nome correto. Não deveriam chamarem-se "crises", mas sim "oportunidades".

A partir de agora e para sempre, quando se deparar com uma "crise", tente perceber que alguma coisa está passando por um necessário processo de mudança, de ajustamento. E tenha calma, paciência para aguardar o nascimento do resultado deste processo. Este resultado poderá conduzí-lo à conquistas incríveis!

Afinal, tomar um geladinho suco de laranja é bem diferente do que chupar a fruta. As duas coisas são deliciosas. Mas bem diferentes entre si.

Deixe o Tempo fluir, agir. Você conseguirá, com isso, compreender não somente a sua própria natureza, mas a Natureza em si.








segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A vida como ela poderia ser...

Nutro um hábito que poucas pessoas da minha geração possuem: toda a manhã, enquanto dirijo meu carro de casa ao trabalho, ouço rádio. Mas não músicas; somente notícias e especialmente uma emissora de rádio: a Jovem Pan.

Descendente da histórica Rádio Panamericana, a Jovem Pan (que assim passou a "assinar" lá pela década de 1970) realiza, na minha opinião, um trabalho realmente incrível no que tange ao seu jornalismo.

Desde que me entendo por gente, ouço, de segunda-feira à sexta-feira, todas as manhãs, um pedaço do afamado "Jornal da Manhã". Lembro-me de quando meu pai , lá pelas 07 horas da manhã, ainda na década de 1980, nos levava à escola ouvindo a Pan. Assim como me lembro da primeira vez que ouvi a característica música do "Jornal da Manhã"...

Desde esta época, passei a admirar um dos componentes da equipe de jornalismo da Pan: Joseval Peixoto. Hoje tenho 33 anos de idade, quase 34. Mas, desde sempre, as colocações e comentários que Joseval realiza cotidianamente na Pan foram, são e serão marcantes em minha vida. Foram, são e serão marcantes no processo de minha formação como Homem. A voz grave, extremamente bem-postada, clara e inconfundível, marcaram, certamente, a formação da minha inteligência. A forma de construção das frases narradas por Joseval também impressiona: ele consegue transformar notícias que possuem intrinsicamente um conteúdo denso em algo fácil de ser compreendido.

Hoje, dia 12 de janeiro de 2009, quando me aproximava da Estação Ana Rosa do Metrô, pela Rua Rodrigues Alves, ouvi, pela primeira vez, mais uma narração capitaneada por Joseval Peixoto. Naquela, densa, Joseval nos lembrava da "tragédia" que é a passagem do ser humano sobre o Planeta Terra. Além da destruição em massa das riquezas naturais de nosso Planeta, Joseval nos relembra o sentido de auto-destruição que caracteriza a "convivência" entre os humanos. Fala sobre a violência, a corrupção, a ausência de lógica e racionalidade em centenas de milhares de atos típicos do nosso dia-a-dia. Mas o texto narrado por Joseval nos lembra, essencialmente, sobre o quanto afastados estamos da nossa missão: amar.

Fomos concebidos, do ponto-de-vista biológico e, por que não, filosófico, para o ato de amar. Nascemos já preprogramados para o amor. Para vivermos em função deste sentimento sublime.

Muitos médicos, cientistas, doutores e religiosos podem alegar que a minha afirmação ou não possui base científica alguma ou está filosoficamente equivocada. Mas nenhum destes nos explica por que sentimos uma real e verdadeira dor no peito, em nossos corações, toda a vez que amamos.

Os nossos corações dóem quando amam desembestadamente. Dóem quando não são correspondidos nesse sentimento. Qual homem ou mulher jamais sentiu aquele aperto no peito ao se despedir do amor de suas vidas nas pontes da rodoviárias ou dos aeroportos da vida?? Qual papai ou mamãe não sentiu aquele nó no peito após dar uma palmadas corretivas no bum-bum de seus filhos??

Nascemos aptos ao amor. E ao invés de atendermos à esta nossa capacidade, vivemos em discórdia com a nossa própria natureza.

Creio que muitas das "tragédias humanas" relatadas por Joseval Peixoto em sua narração não existiriam ou aconteceriam se lembrássemos de amar. Amar uns aos outros. Amar as nossas belíssimas diferenças. Amarmos o nosso habitat, uma das obras mais dignas e perfeitas do Universo, a Terra.

A Vida poderia ser diferente. Nem melhor, nem pior. Somente diferente. E, nesse caso, poderíamos desfrutar, todas as manhãs, da inteligência de Joseval Peixoto narrando as maravilhas da existência humana, não as suas tragédias.







quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ano-Novo. Será?

Estamos no sétimo dia de um Ano-Novo. Teoricamente, o ano de 2008 terminou e o de 2009 se inicia. Isso para quem segue o Calendário Gregoriano.

O termo "novo" conota algo de inédito, novidadeiro, enfim, diferente daquilo que se toma como paradigma. O que é "novo," portanto, siginifica o oposto daquilo que é "velho". Mas, o que seria "velho"? Essa dificuldade em definir o que é novo e o que seria velho me impede, confesso, de acreditar no tal "ano-novo".

Um breve parêntese: nova é a reforma gramatical da Língua Portuguesa, que fez as minhas idéias perderem o acento...

Retomando a ideia (já sem acento...) inicial, assumo possuir uma leve tendência em não acreditar no coitadinho do "Ano-Novo". Não que ele não seja, sob o ponto-de-vista matemático-numérico, novo. Analisado desta forma, ele é inteiramente novo. Mas de que adianta ele ser numericamente novo se, de resto, demonstra-se caquético?

Terminamos 2008 e começamos o tal 2009 da mesma maneira que sempre: crise econômica, global; guerra ou "conflito armado" no Oriente Médio; amores que morrem para que outros possam nascer; pessoas que desaparecem para outras surjam; a posse de um Presidente sendo transmitida "ao vivo" para os quatro ou cinco cantos do Mundo; Presidente de férias (como se algum dia tivesse trabalhado...); rolhas de champagne no ar e nos chãos dos salões; pileques de satisfação e de insatisfação...

Enfim, nada de novo no tal Ano-Novo...

Mas se ele assim é denominado, devemos questionar o que há de novo no Ano-Novo?

Os super-otimistas me diriam que tudo é novo no Ano-Novo: novos anseios; novas perspectivas; novos objetivos. Respondo, indagando: seria uma "novidade" desejarmos felicidades, amores, conquistas e tudo o que possa ser bom, gostoso e engordativo para nós e aos que amamos?

E por que raios não desejamos essas "novidades" todos os dias? E por que raios, então, não brindamos a cada dia conquistado??

Creio que as conquistas do dia-a-dia é que nos encaminham à felicidade, ao sentimento de realização. E essas vitórias é que deveriam, sim, ser brindadas!

Reflitam: nada é mais árduo ou difícil do que vivermos um dia após o outro. E a vitória sobre esse único real "dragão" que nos cerca é que deveria ser comemorada com muito espumante!

Até por que, somente comemoramos o tal "Ano-Novo" porque vencemos essa batalha, atingindo o último dia do ano!

Ou seja: o tal "Ano-Novo" nada mais é do que a somatória destas conquistas do cotidiano.

Seria muito mais justo estourarmos 30 minutos de fogos-de artifício a cada meia-noite de nossas vidas! E seria, diga-se, muito mais gostoso brindarmos com champagne geladíssimo a cada noite...

Brindemos, então, a cada "Dia-Novo", pois seria muito mais justo de nossa parte agradecer aos Céus à cada conquista que nos é permitida no dia-a-dia!

O único risco seria chegarmos à noite de "Ano-Novo" completamente alcoolizados...quase em coma alcóolico.... Mas nada que um Engov antes e outro depois não resolvam!!!