segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A vida como ela poderia ser...

Nutro um hábito que poucas pessoas da minha geração possuem: toda a manhã, enquanto dirijo meu carro de casa ao trabalho, ouço rádio. Mas não músicas; somente notícias e especialmente uma emissora de rádio: a Jovem Pan.

Descendente da histórica Rádio Panamericana, a Jovem Pan (que assim passou a "assinar" lá pela década de 1970) realiza, na minha opinião, um trabalho realmente incrível no que tange ao seu jornalismo.

Desde que me entendo por gente, ouço, de segunda-feira à sexta-feira, todas as manhãs, um pedaço do afamado "Jornal da Manhã". Lembro-me de quando meu pai , lá pelas 07 horas da manhã, ainda na década de 1980, nos levava à escola ouvindo a Pan. Assim como me lembro da primeira vez que ouvi a característica música do "Jornal da Manhã"...

Desde esta época, passei a admirar um dos componentes da equipe de jornalismo da Pan: Joseval Peixoto. Hoje tenho 33 anos de idade, quase 34. Mas, desde sempre, as colocações e comentários que Joseval realiza cotidianamente na Pan foram, são e serão marcantes em minha vida. Foram, são e serão marcantes no processo de minha formação como Homem. A voz grave, extremamente bem-postada, clara e inconfundível, marcaram, certamente, a formação da minha inteligência. A forma de construção das frases narradas por Joseval também impressiona: ele consegue transformar notícias que possuem intrinsicamente um conteúdo denso em algo fácil de ser compreendido.

Hoje, dia 12 de janeiro de 2009, quando me aproximava da Estação Ana Rosa do Metrô, pela Rua Rodrigues Alves, ouvi, pela primeira vez, mais uma narração capitaneada por Joseval Peixoto. Naquela, densa, Joseval nos lembrava da "tragédia" que é a passagem do ser humano sobre o Planeta Terra. Além da destruição em massa das riquezas naturais de nosso Planeta, Joseval nos relembra o sentido de auto-destruição que caracteriza a "convivência" entre os humanos. Fala sobre a violência, a corrupção, a ausência de lógica e racionalidade em centenas de milhares de atos típicos do nosso dia-a-dia. Mas o texto narrado por Joseval nos lembra, essencialmente, sobre o quanto afastados estamos da nossa missão: amar.

Fomos concebidos, do ponto-de-vista biológico e, por que não, filosófico, para o ato de amar. Nascemos já preprogramados para o amor. Para vivermos em função deste sentimento sublime.

Muitos médicos, cientistas, doutores e religiosos podem alegar que a minha afirmação ou não possui base científica alguma ou está filosoficamente equivocada. Mas nenhum destes nos explica por que sentimos uma real e verdadeira dor no peito, em nossos corações, toda a vez que amamos.

Os nossos corações dóem quando amam desembestadamente. Dóem quando não são correspondidos nesse sentimento. Qual homem ou mulher jamais sentiu aquele aperto no peito ao se despedir do amor de suas vidas nas pontes da rodoviárias ou dos aeroportos da vida?? Qual papai ou mamãe não sentiu aquele nó no peito após dar uma palmadas corretivas no bum-bum de seus filhos??

Nascemos aptos ao amor. E ao invés de atendermos à esta nossa capacidade, vivemos em discórdia com a nossa própria natureza.

Creio que muitas das "tragédias humanas" relatadas por Joseval Peixoto em sua narração não existiriam ou aconteceriam se lembrássemos de amar. Amar uns aos outros. Amar as nossas belíssimas diferenças. Amarmos o nosso habitat, uma das obras mais dignas e perfeitas do Universo, a Terra.

A Vida poderia ser diferente. Nem melhor, nem pior. Somente diferente. E, nesse caso, poderíamos desfrutar, todas as manhãs, da inteligência de Joseval Peixoto narrando as maravilhas da existência humana, não as suas tragédias.







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