sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A difícil missão da criação da Verdade.

O que é verdade para você?

O tema, a definição do que vem a ser "Verdade", é corrente na literatura. Isso porque muitos autores, escritores, cronistas, romancistas, jornalistas, escribas e afins possuem como "drama pessoal" a vil tentativa de tentar esclarecer os fatos sobre uma situação absurda. Sim, vil, em razão da violência do tema.

Todo o ser humano normal é dotado de certa dose de espiritualidade. E faz parte de todo o contexto espiritual ou religioso a busca pela "Verdade".

Muitas vidas, ao longo da História, foram destruídas ou perdidas em nome desta "Verdade". Pessoas brilhantes, como Galileu Galilei, foram simplesmente retiradas do convívio social ou mortos em razão desta "Verdade".

Independentemente da crença espiritual ou religiosa que se siga, sempre a "Verdade" será um tema fortemente presente. Mesmo para os ateus, que não seguem qualquer religião, o tema se demonstra relevante, eis que estes a buscam nas Ciências.

Essa busca incessante, indiscutível e imbecil pela "Verdade" é a tônica da passagem da raça humana pelo Planeta. Mas existe, mesmo, a tal "Verdade"?

Particularmente, creio na existência da "Verdade". Mas não nos moldes em que apregoados pelos principais líderes religiosos e religiões. Não creio na "Verdade Una", ou "Verdade Universal", pois, a mim, acreditar em tal fato é descaracterizar a própria natureza humana.

Nós, seres humanos, somos diferentes uns dos outros. Mesmo pais e filhos, irmãos, não são idênticos. Científia, espiritual e religiosamente, somos distintos uns dos outros.

Nessa seara, penso que a tese de existêncica de uma única "Verdade" não apresenta qualquer utilidade ao ser humano, eis que as nossas distinções nos fazem enxergar, observar, sentir os fatos e acontecimentos de maneiras diversas.

Nem mesmo a Natureza pode ser considerada como a "Verdade Universal"; basta observarmos o cotidiano de uma Floresta para constatarmos a existência de centenas de milhares de micro-ambientes, perfeitamente adaptados a cada uma das espécies que ali habitam.

Então, qual a utilidade, ou quais os propósitos, das teses que tentam nos ensinar a existência de uma única "Verdade"?

Durante muitos Séculos, a religiosidade ocupou um local de supremacia no cotidiano da maioria absoluta dos seres humanos. Homens e mulheres acordavam em determinado horário por razões resligiosas, banhavam-se pelo mesmo motivo, se alimentavam em respeito a estes preceitos, vestiam-se da forma como determinada pelo líder religioso local, amavam-se tão-somente em casos aceitos pela sua religião. A religiosidade, neste período da nossa História, muito mais do que "espiritualizar", controlava: era praticamente a única ferramenta não-belicosa de controle social disponível.

Com o tempo, o ser humano consegui superar esse "apego", inserindo a religião de uma forma mais sadia em seus vidas. Muitos, ainda, hoje, são fanáticos religiosos. Mas a absoluta maioria dos Homens não mais.

Em razão desta transformação social, muitos líderes de religiões "ameaçadas" com a "liberação das almas" passaram a pregar que esse "descontrole" levaria a raça humana ao afastamento de Deus. Mas qual, de fato, o problema que este suposto "afastamento" acarretaria?

Seria Deus essa "Verdade Una"??

Antes que as pessoas achem que enlouqueci, esclareço que me refiro ao "Deus" das religiões. Dê-se o nome que se queira dar, é inequívoco que existem muitos "Deuses" povoando a religiosidade dos sers humanos. Deus, Jesus Cristo, Maomé, Buddha...todos são "Deuses" gerados a partir da transmissão de contos religiosos, criados por Homens que dispunham da missão de "espiritualizar" os outros Homens.

E se existem muitos "Deuses", é fácil concluir que existem, então, muitas "Verdades", na mesma proporção.

Sou brasileiro, descendente de italianos (na maioria) e portugueses. Batizado católico. Membro, em tese, da Igreja Católica Apostólica Romana. Mas acredito na existência do espírito. E nos fenômenos espíritas e na reencarnação aos moldes espíritas. Acredito, também, nos meus antepassados, como pregavam as religiões mais antigas, as hoje ditas "pagãs". Acredito que usar roupas claras, especialmente o branco, em dias especiais, deixa o espírito mais leve. Nos moldes do que o candomblé determina. Acredito fielmente na força da Natureza, na lei máxima de que vivemos em Mundo de ação e reação, natural, portanto. Acredito que a chuva lava a terra, os seres que estão nela e a nossa alma. Acredito que o fogo aquece não somente o corpo. Acredito que o Amor realmente exista como força, assim como a eletricidade, e que seu endereço é o coração. Acredito nas "poções" que a medicina coloca à minha disposição, seja esta alopata, homeopata ou de qualquer outra vertente. Acredito que um perfume leve e fresco, bom de sentir, seja capaz de abrir portas e de atrair pessoas. Assim como as bruxarias da Idade Média.

Portanto, qual a minha "Verdade"?

A minha "Verdade" é que existem, sim, "VerdadeS". E que nós, seres humanos, nos tolimos caso aceitemos apenas uma destas.

Acredite nas suas "Verdades".

Tudo se transformará ao seu redor.










quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O custo de certas coisas.

Novamente a tal crise. Todo o santo-dia, ao lermos os principais jornais do Planeta, a tal crise é notícia corrente. Não que os meios de comunicação devessem, de uma hora para a outra, simplesmente pararem de reportar o pior da pior crise do capitalismo modermo. Mas o que assusta é que dentre as reportagens que versam sobre a crise, poucas apresentam possíveis soluções lúcidas e factíveis.

Hoje, creio que o Mundo do Capital realmente não estava apto a lidar com a "abertura do baú", ou com os "esqueletos" em seu armário. Contudo, me parece latente que o Mundo do Capital não estava e não está apto a tratar do tema também.

A atual crise não desaparecerá derrepente. Até por que não apareceu desta forma. Não é um tsunami; nisso, o Presidente Molusco tinha razão (tá vendo?); é, sim, uma tremenda tempestade, quase a perfeita, prevista muito antes por alguns poucos "radares metereológios" (nisso, o Presidente Molusco não tinha razão...pra variar só um pouquinho, né?).

O Capital Virtual se demonstrou exatamente como o seu nome pressupõe: virtual. Não podemos lastrear as principais economias do Globo a partir de elementos translúcidos. No Mundo do Capital, estes elementos devem ser rijos, firmes, sólidos como rochas. Ou, ao menos, transparecerem isso...

Um tema corrente desde o começo da atual crise é a sua extensão sobre o Mercado Automobilístico. Nenhuma montadora ou fabricante de veículos do Planeta Terra deixou de suportar perdas em razão da crise. Umas, de maneira menos drástica. Outras, de maneira dramática. As mais comprometidas, como não poderia deixar de ser, são as montadoras instaladas e sediadas nos USA, o "celeiro" desta crise.

GM, Ford, Chrysler e outras estão verdadeiramente com os seus pires nas mãos. A situação financeira e mercadológica mais crítica, no entanto, é a da GM, que acaba de anunciar perdas recordes em montante superior a 30 bilhões de dólares no último exercício.

As cifras desta crise são, realmente, assustadoras. O Governo Bush preparou e aprovou um pacote de mais de 800 bilhões de dólares que pouco impactou na "ânsia criativa" desta crise. O novo Governo Obama já conseguiu aprovar um outro pacote de mais de 700 bilhões de dólares para a mesma finalidade. Todavia, Obama, mais honesto do que a normalidade, anunciou ,em seu primeiro discurso como Presidente realizado perante os membros do Congresso dos USA, que mais recursos serão necessários para a estagnação deste dragão, o que gerará, imediatamente, um impacto contundente no défict público norte-americano. E essa realidade numérica espantosa corre mundo afora, desde o Reino Unido (que anunciou que disponiblizará mais de 800 bilhões de dólares para garantir os ativos financeiros das instituições bancárias por lá atuantes), até a Ásia.

A "questão GM" começa a preocupar os economistas e sociólogos mais importantes. A GM, para quem a vê de fora, como nós, consumidores, sempre fabricou carros incríveis, brilhantes, que marcaram época pelos quatro cantos do Planeta, mas que nos últimos tempos perderam todo o seu encanto tecnológico, padecendo em ítens como consumo médio, manutenção e segurança embarcada para as novas estrelas asiáticas deste mercado. Com isso, a GM foi perdendo território para outras montadoras, perdendo lucratividade, eficiência. E no afã de retomar o tempo perdido (como se isso fosse possível...), não estancou ou redirecionou seus investimentos. E estes investimentos se demonstraram desastrosos, não revertendo as (baixas) marcas de venda da empresa mundialmente.

A preocupação dos economistas e sociólogos com a GM se dá na medida em que passam a analisar as quantias envolvidas para a sua "salvação". Os valores envolvidos nessa operação são incríveis. Até imorais. E as pessoas de razoável inteligência começam a questionar o que poderia ser realizado com os bilhões de dólares que estão sendo injetados na GM. Em ações sociais, por exemplo, que pudessem ser imediatamente revertidas aos funcionários da GM, ou ex-funcionários, em uma eventual extinção da empresa. E investimentos sociais também repercutem mediatamente, atingindo outras pessoas que não os membros da "família GM".

Neste ponto, ingressam as análises políticas que revestem a questão. O que teria maior valoração política? O resgate da GM, injetando-se quantos bilhões de dólares forem necessários para tal finalidade, ou a extinção da empresa, com a clara demonstração, por parte das principais e mais relevantes autoridades do Planeta, de que a "festa acabou"??

As duas ações, como se sabe, possuem reflexos sociais, econômicos e até mesmo morais. Resta-nos questionar os seus custos e que tipo de sociedade desejamos produzir: aquela que "acaricia" as cabeças dos "criminosos", concedendo-os inúmeros e infindáveis "indultos", ou aquela que visa verdadeiramente aprender com as situações de crise, se "ressociabilizando"??

É o momento de encararmos os fatos. Custe o que custar. Mesmo que isso custe uma GM.

















quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O Samba da Brasileira Doida...nos Alpes!!

Há aproximadamente duas semanas, a imprensa brasileira noticiou, com alarde, que a advogada brasileira Paula Oliveira, que trabalha ou trabalhava na Suíça para uma gigante internacional da área de logística, teria sido vítima de um ataque desarrazoado, violento e com fortes indícios racistas.

Os principais veículos de comunicação brasileiros, em especial os televisivos, trataram da questão com incidência ímpar, nutridos de uma "certeza" (que sabe-se lá de onde vinha...) impressionante. Para a TV Brasileira, era fato incontestável que a nossa co-cidadã havia sido vítima de neo-nazistas que a teriam submetido a ferimentos graves, com objetos perfuro-contundentes, "tatuando" sobre a sua pele as iniciais do partido de ultra-direita suíço, fazendo-a, ainda, em razão do trauma, abortar gêmeos.

Desde o início, a história apresentava algumas lacunas que levavam às pessoas mais atentas a questionar os fatos narrados. Particularmente, imaginava que a versão reportada pelas TV's brasileiras não narrava os acontecimentos em sua totalidade. Aliás, prática recorrente na nossa imprensa: contar a história, como diz o povo, "pela metade"...

Intoxicado pela fúria de parte da imprensa, o Governo Brasileiro, dando-nos, mais uma vez, uma clara demonstração de imaturidade para o trato de assuntos internacionais de relevo, saiu em defesa, árdua, da brasileira, atacada, segundo o Chanceler Celso Amorim, por impiedosos neo-nazistas xenófobos, contrários à presença da advogada em solo suíço. Disse o nosso Chanceler, inclusive, que "cobraria" das autoridades suíças uma punição exemplar aos acusados do "ataque", caso fossem identificados.

Até o nosso Presidente Lula manifestou-se nesse sentido, utilizando termos como "absurdo" quando se referia ao suposto "ataque".

Passada a "histeria coletiva" que tomou conta da mídia e do Governo do Brasil, nos últimos dias os fatos começaram a ser aclarados. Ao que tudo indica, não houve ataque neo-nazista algum. Tudo não passou de um ato encenadao, preparado e proposital da nossa co-cidadã buscando algum "benefício financeiro" com a tal história.

Não estou aqui a julgar quem quer que seja, pois é fato que, independentemente da história real, Paula Oliveira é uma vítima: seja de neo-nazistas ou de si mesmo, de sua mente.

Mas é fato que não se pode julgar nada, absolutamente nada, pelas aparências. E mais uma vez, a nossa "respeitada imprensa", especialmente a televisiva, assim o fez.

Lembro que um dia, anos atrás, os proprietários de uma tal Escola-Base, na Aclimação, em S. Paulo, foram "condenados" pela imprensa, especialmente pela Rede Globo, como abusadores de menores. Seu estabelecimento foi atacado por populares e pais revoltados, e acabou, obviamente, falindo. Suas vidas particulares e profissionais, como educadores, também ruíram. E, ao final, a Justiça comprovou, em todas as instâncias, que os "condenados pela Mídia" não eram culpados. E a indenização determinada pelo Judiciário não foi capaz de cobrir todos os prejuízos, especialmente os espirituais, suportados pelos atores daquela história.

Mesmo com essa lição histórica, a mídia televisiva brasileira conseguiu inflamar todos a seguirem a sua crença infundada, "condenando" neo-nazistas suíços pelo ataque e fazendo com que boa parte da população brasileira acreditasse que a Suíça não é o melor local do Mundo para os brasileiros. Nos últimos dias, em conversas com pessoas cultas, cheguei a ouvir, até, que "a Suíça não é mais a mesma...", e de gente que nunca colocou sequer um dedinho sobre território suíço!

Hoje, conforme os principais jornais do Brasil, a história de Paula Oliveira parece estar quase esclarecida, surgindo até a versão de que a brasileira já teria confessado perante a Autoridade Policial Suíça que tudo não passou de ato de auto-flagelação e mentira, pois nem a suposta gravidez de gêmeos realmente existia.

Paula, como afirmei nas linhas antecedentes, é, em todo o caso, uma vítima. Pois ninguém, em sã consciência, realizaria algo semelhante ao ocorrido.

Mas quem não está, também, em sã consciência são as nossas Autoridades Federais e a nossa mídia televisiva.

Caberia, agora, um pedido formal de desculpas do Governo Brasileiro ao Governo da Suíça. Assim como te toda a mídia televisiva ao povo suíço.

Ou então, já que é Carnaval mesmo, deixemos tudo pra lá.... afinal de contas, o ano começa, no Brasil, somente após esse espetáculo...né?













quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A estatização do coração.

Estamos no cerne da maior crise econômica que se têm notícia desde o "crash" da Bolsa de NY, em 1929. O lado mais "negro" desta ainda não alcançou os solos tupiniquins. Daí a sensação de que a tal crise não é assim tão grave. Mas as notícias que chegam através dos meios de comunicação são sérias. Muito.

A seriedade desta crise pode ser medida através da seguinte análise: ela nasceu dentro do sistema financeiro; com recursos extraídos de todos os cantos, os bancos foram, inicialmente, "salvos"; todavia, a economia "real", a produção, começa a sentir somente agora os efeitos deste período crítico, em razão da ausência de crédito farto (como ocorria nos últimos tempos); sem crédito, não há dinheiro para financiar a produção e aos compradores; e se as empresas iniciarem uma onda da inadimplementos de suas obrigações financeiras, somada à demissões em massa, serão as instituições financeiras as (novamente) afetadas...

Enfim, uma roda-viva. Sem começo, meio e fim.

Desta forma, é quase improvável que o pior da crise não atinja o Brasil. Pois mesmo que a economia interna se demonstre espetacularmente forte, não existirão compradores internacionais para os produtos exportados. Ou melhor: não existirão "pagadores internacionais", haja vista não existirem mais recursos financeiros em abundância, tampouco crédito.

As notícias do dia sobre a crise internacional dão conta de que a avaliação internacional da América Latina caiu ao pior nível desde que começou a ser medida, em 1990. E que o Governo Alemão conseguiu aprovar um projeto-de-lei que determina a possibilidade de estatização dos bancos e instituições financeiras em dificuldades, para garantir a liquidez de suas operações, pelo prazo de 5 anos.

Como todos nós sabemos, o Brasil, esse "gigante adormecido", está posicionado na América Latina. Isso quer dizer que se o Mundo começa a observar com preocupação a AL, consequentemente assim o faz também com relação ao Brasil. Ou seja: o bicho ainda não está pegando, mas está chegando bem pertinho de nós...

E se estatizar os bancos é a única salvação para essa crise, como já defendem, inclusive, os principais economistas norte-americanos, ao analisarem a situação dos setores bancário e financeiro nos USA, peço, por favor que estatizem o meu coração: será a única forma dele permancer forte, suportando todas as emoções que estão por vir.

O pior ainda está por vir? Tomara, já que nem sempre o pior é assim tão pior. Pode vir a ser o melhor. Basta querer.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Se Dilma não emplacar, Lula quererá ser Chaves.

Há alguns dias, escrevi nesse espaço que a plástica a que foi submetida D. Dilma, a Chefe da Casa Civil do Governo Federal e a preferida do Presidente Lula à sua sucessão, poderá salvar a Democracia à Brasileira que vigora em nosso País.

O processo de "rejuvenescimento" da imagem de D. Dilma tenta, também, dar um certo ar novidadeiro à sua pseudo-candidatura, como se Dilma fosse a "verdadeira novidade" do processo eleitoral que está por vir, em detrimento à José Serra, seu mais provável oponente, figurinha carimbada dos últimos processos eleitorais de relevo no Pais.

Escrevi que a plástica a que foi sumetida D. Dilma poderia salvar o processo eleitoral do ano que virá. E reafirmo tal pensamento. Mas agora, ao menos, não estou mais sozinho, como reportado pelo jornal "O Estado de São Paulo" do último Domingo.

Se a "comprada" jovialidade de Dilma se reverter em percentuais de votos nas pesquisas de intenção que estão sendo quase que mensalmente divulgadas pelo órgãos de comunicação, alcançando, ainda neste primeiro semestre, um percentual entre 15% e 20% do eleitorado, ela será confirmada como candidata do PT na marcha eleitoral de 2010.

Contudo, todavia, entretanto....se D. Dilma não alcançar esses percentuais, o próprio PT admite que será praticamente impossível sustentar a sua candidatura, como noticiado no "Estadão".

E quais seriam as alternativas ao PT numa "catástrofe" destas?

A primeira alternativa, que não é bem-vista pelos setores mais radicais do PT, seria "jogar xadrez" com a oposição, levando o PSDB e o DEM a reafirmarem a sua tradicionalíssima aliança em torno de José Serra. Confirmada a candidatura Serra à Presidência o jovem e promissor Governador das Minas Gerais, Aécio Neves, capa da "IstoÉ" deste fim-de-semana, ficaria com um bico enorme e dificilmente "administrável" pelo Tucanato.

Assim sendo, o nosso Presidente Molusco, hábil como só ele, se aproximaria ainda mais do bicudo Aécio, convencendo-o a abandonar as trincheiras tucanas e a aderir à ala "progressista" do PMDB, aquela que dá sustentação política ao Governo Lula no Congresso Nacional, capitaneada pelos "super-modernos" José Sarney e Michel Temer.

Nesse caso, Aécio se filiaria ao PMDB com a promessa de que seria o candidato do "partidão" à Presidência em 2010. E Lula forçaria todas as peças do seu tabuleiro político para que o PT se unisse ao PMDB, lançando, para a sua sucessão, a chapa "Garoto-prodígio - Mãe do Pac", ou "Aécio-Dilma", como preferirem.

Essa hipótese seria, diga-se, excepcional para a Democracia Brasileira, fortalecendo o processo eleitoral do ano que virá sobremaneira. Mas, contudo, todavia, entretanto...

Se Aécio, mesmo com bico, resolver baixar a crista e aceitar o que parece óbvio (que não tem chances frente ao poderio de Serra no PSDB) sem abandonar o Tucanato, a situação de Lula, no caso da candidatura Dilma não decolar, se complicaria.

E quem assistiu televisão neste último fim-de-semana já pode imaginar qual seria a solução "mágica": uma saída "à la Chaves". E não nos referimos ao simpático amigo do Quico. O "democrático" Presidente da Venezuela, Hugo Chaves, conquistou, neste último Domingo, o "direito" a disputar reeleições em número indefindo. Ou infinitamente, como preferirem.

Ou vocês acreditam que as pesquisas de opinião que estão sendo divulgadas pela mídia em geral, conferindo ao Presidente Lula mais de 80% de aprovação popular, estão assim sendo realizadas e divulgadas por acaso?

Quem viver, verá!





terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

As febres da alma são as mesmas do corpo?

Vivemos tempos difíceis. Mas não difíceis de serem vividos. São difíceis, sim, de serem compreendidos.

Temos um calhamaço de melhorias ao nosso dispor. Mas estamos nos transformando em seres piores.

Dormimos muito menos do que poderíamos dormir. E muitissimamente menos do que deveríamos dormir.

Trabalhamos muito. A lógica seria enriquecer, até mesmo intelectualmente, no mesmo ritmo. Mas o que ocorre é exatamente o inverso: estamos com cada vez menos dinheiro nos bolsos e tornamo-nos ignorantes em progressão geométrica.

Como paradoxo, passamos cada vez mais tempo "estudando". Antigamente, as pessoas cursavam os bancos escolares primários, ginasiais, colegiais e comemoravam muitíssimo quando conseguiam atingir os bancos universitários. Após, dedicavam-se exclusivamente ao trabalho, à carreira, à construção de uma família, à criação de seus filhos...

Hoje, quem não dispuser de um diploma de Pós-Gradução não tem nada. É considerado pelo tal "mercado de trabalho" como uma analfabeto. Desta forma, somos quase que "obrigados" a nunca mais sairmos das Faculdades e Universidades. Assim sendo, não temos mais tempo de nos dedicarmos à nada. As coisas vão simplesmente acontecendo em nossas vidas, sem que as percebamos. Não nos dedicamos à carreira; ela "ocorre". Não temos mais tempo para a nossa própria família; imagina se temos tempo para a criação de uma nova? Filhos? Daqui uns 15 anos. Mas, pera aí: eu terei quase 45...

Esse ritmo imposto pelo novo modelo de vida que escolhemos é, de um lado, estrondosamente interessante. Mas possui, como tudo, um lado negro. E este, quando prevalece, é difícil de ser domado.

Na mesma velocidade que conseguimos baixar uma música querida "da Internet", desenvolvemos novas mazelas, novas doenças, como o stress, as síndromes do pânico e tantas outras.

Nada hoje em dia é durável. Tudo é etéreo. Até mesmo as relações interpessoais. Quantos de nós não conhecem pessoas que resolveram casar tão-somente para "escaparem" de seus pais?? Ou quantos de nós não conhecem aquelas pessoas que a cada 6 meses nos apresentam novos "parceiros"??

Nesse ritmo, adoeceremos. Adoecemos, aliás.

Tomara que estas doenças permanecam retidas aos nossos corpos, não chegando a afetar nossas almas. Pois caso isso ocorra, jamais conseguiremos alcançar a cura necessária e nunca mais voltaremos a ser...humanos.




E mesmo assim, "emburrecemos".







quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Deu vontade de escrever sobre...nada...

Desde a semana que se passou, final de Janeiro, início de Fevereiro de 2009, acometeu-me uma tremenda vontade.

Fui tomado por um ânimo que há tempos não sentia. Algo tão especial que quase não foi reconhecido.

Estranho quando essas coisas ocorrem conosco, não é?

De repente, sem qualquer aviso, essas vontades fortes e quase irresistíveis nos tomam.

São aquelas estranhas sensações que nos acometem quando passamos defronte ao balcão das Docerias e ficamos observando, detalhadamente, aquelas tortinhas de morango que acabaram de sair do forno. Paramos ali, paralisados. E ficamos por ali mesmo, parados. Observando a tortinha. E de tanto observá-la, chegamos a imaginar que a tortinha também nos observa... Imagina! Uma tortinha de morango iria nos observar? Tá bom, vai...ou será que sim?

E quando passamos, na hora do almoço, diante daquelas Rotosseries típicas de Bairro? Que ressaltam oderes mágicos advindos de massa e molho de tomates fresquinhos. Ou a frango assado, este estranho e brilhoso objeto de desejo...

Também sou acometido desses ânimos eventuais quando passo em frente das Sorveterias de rua. E fico observando aqueles potes cilíndricos brancos, com massas multi-coloridas. E geladas. E saborosissímas. Especialmente a que está cheia de sorvete de morango. Humm... Sorvete de Morango...com letras maiúsculas, mesmo. Sim, pois o Sorvete de Morango não é um mero sorvete: é a entidade máxima, o Sumo-Pontífice dos sorvetes... e se tiver aqueles pedaços congelados da própria fruta em seu interior...deixa de ser algo classificável para adentrar na qualificação de fenômeno sobrenaturais!

Desde a semana passada, então, fui acometido por uma destas vontades.

Vocês, talvez, desejariam saber sobre qual vontade me refiro. Mas adianto que não é nada demasiadamente interessante. Ao contrário, é uma coisa banal, enfadonha. Sem graça alguma.

Será que vocês realmente gostariam de saber sobre essa tal vontade que toma conta de cada um dos meus músculos e nervos?

Duvido.

Mas, enfim, para que vocês não me achem sobremaneira chato, e para acalentar vossas curiosidades, contarei esse mistério: desde a semana passada, estou tremendamente tomado pela vontade de nada escrever. Ou de escrever sobre o nada.

Vai entender...