sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A difícil missão da criação da Verdade.

O que é verdade para você?

O tema, a definição do que vem a ser "Verdade", é corrente na literatura. Isso porque muitos autores, escritores, cronistas, romancistas, jornalistas, escribas e afins possuem como "drama pessoal" a vil tentativa de tentar esclarecer os fatos sobre uma situação absurda. Sim, vil, em razão da violência do tema.

Todo o ser humano normal é dotado de certa dose de espiritualidade. E faz parte de todo o contexto espiritual ou religioso a busca pela "Verdade".

Muitas vidas, ao longo da História, foram destruídas ou perdidas em nome desta "Verdade". Pessoas brilhantes, como Galileu Galilei, foram simplesmente retiradas do convívio social ou mortos em razão desta "Verdade".

Independentemente da crença espiritual ou religiosa que se siga, sempre a "Verdade" será um tema fortemente presente. Mesmo para os ateus, que não seguem qualquer religião, o tema se demonstra relevante, eis que estes a buscam nas Ciências.

Essa busca incessante, indiscutível e imbecil pela "Verdade" é a tônica da passagem da raça humana pelo Planeta. Mas existe, mesmo, a tal "Verdade"?

Particularmente, creio na existência da "Verdade". Mas não nos moldes em que apregoados pelos principais líderes religiosos e religiões. Não creio na "Verdade Una", ou "Verdade Universal", pois, a mim, acreditar em tal fato é descaracterizar a própria natureza humana.

Nós, seres humanos, somos diferentes uns dos outros. Mesmo pais e filhos, irmãos, não são idênticos. Científia, espiritual e religiosamente, somos distintos uns dos outros.

Nessa seara, penso que a tese de existêncica de uma única "Verdade" não apresenta qualquer utilidade ao ser humano, eis que as nossas distinções nos fazem enxergar, observar, sentir os fatos e acontecimentos de maneiras diversas.

Nem mesmo a Natureza pode ser considerada como a "Verdade Universal"; basta observarmos o cotidiano de uma Floresta para constatarmos a existência de centenas de milhares de micro-ambientes, perfeitamente adaptados a cada uma das espécies que ali habitam.

Então, qual a utilidade, ou quais os propósitos, das teses que tentam nos ensinar a existência de uma única "Verdade"?

Durante muitos Séculos, a religiosidade ocupou um local de supremacia no cotidiano da maioria absoluta dos seres humanos. Homens e mulheres acordavam em determinado horário por razões resligiosas, banhavam-se pelo mesmo motivo, se alimentavam em respeito a estes preceitos, vestiam-se da forma como determinada pelo líder religioso local, amavam-se tão-somente em casos aceitos pela sua religião. A religiosidade, neste período da nossa História, muito mais do que "espiritualizar", controlava: era praticamente a única ferramenta não-belicosa de controle social disponível.

Com o tempo, o ser humano consegui superar esse "apego", inserindo a religião de uma forma mais sadia em seus vidas. Muitos, ainda, hoje, são fanáticos religiosos. Mas a absoluta maioria dos Homens não mais.

Em razão desta transformação social, muitos líderes de religiões "ameaçadas" com a "liberação das almas" passaram a pregar que esse "descontrole" levaria a raça humana ao afastamento de Deus. Mas qual, de fato, o problema que este suposto "afastamento" acarretaria?

Seria Deus essa "Verdade Una"??

Antes que as pessoas achem que enlouqueci, esclareço que me refiro ao "Deus" das religiões. Dê-se o nome que se queira dar, é inequívoco que existem muitos "Deuses" povoando a religiosidade dos sers humanos. Deus, Jesus Cristo, Maomé, Buddha...todos são "Deuses" gerados a partir da transmissão de contos religiosos, criados por Homens que dispunham da missão de "espiritualizar" os outros Homens.

E se existem muitos "Deuses", é fácil concluir que existem, então, muitas "Verdades", na mesma proporção.

Sou brasileiro, descendente de italianos (na maioria) e portugueses. Batizado católico. Membro, em tese, da Igreja Católica Apostólica Romana. Mas acredito na existência do espírito. E nos fenômenos espíritas e na reencarnação aos moldes espíritas. Acredito, também, nos meus antepassados, como pregavam as religiões mais antigas, as hoje ditas "pagãs". Acredito que usar roupas claras, especialmente o branco, em dias especiais, deixa o espírito mais leve. Nos moldes do que o candomblé determina. Acredito fielmente na força da Natureza, na lei máxima de que vivemos em Mundo de ação e reação, natural, portanto. Acredito que a chuva lava a terra, os seres que estão nela e a nossa alma. Acredito que o fogo aquece não somente o corpo. Acredito que o Amor realmente exista como força, assim como a eletricidade, e que seu endereço é o coração. Acredito nas "poções" que a medicina coloca à minha disposição, seja esta alopata, homeopata ou de qualquer outra vertente. Acredito que um perfume leve e fresco, bom de sentir, seja capaz de abrir portas e de atrair pessoas. Assim como as bruxarias da Idade Média.

Portanto, qual a minha "Verdade"?

A minha "Verdade" é que existem, sim, "VerdadeS". E que nós, seres humanos, nos tolimos caso aceitemos apenas uma destas.

Acredite nas suas "Verdades".

Tudo se transformará ao seu redor.










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