terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Eleições 2010 (again)

Irei recorrer, mais uma vez, ao tema das Eleições que ocorrerão no segundo semestre do ano que virá. Além de escolhermos quem será o próximo Presidente da República, elegeremos, também, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais.
Obviamente, as eleições para a Presidência nortearão as demais, como é comum. O partido que vier a se tornar o vencedor do pleito mais relevante, certamente se beneficiará deste fato no âmbito dos Estados, o que influirá na composição final do mapa político.
É mais do que cediço que os nomes para a Presidência devem gravitar em torno de Dilma Roussef, a eleita do Presidente Lula e, consequentemente, imposta à cúpula petista, de José Serra ou Aécio Neves, pelo PSDB, de Marina Silva, pelo PV e, talvez, Ciro Gomes, pelo PSB.
Na semana que se passou, a maioria dos Estados brasileiros foi vitimada por chuvas torrenciais, como quase nunca vistas. Mas você deve estar se perguntando: qual a relação entre as chuvas da semana passada e as Eleições do ano que virá? E eu responderei: a relação é absoluta!
Explico: nós, eleitores brasileiros, ainda não muito acostumados com essa história de "democracia", analisamos os nossos políticos através de ítens um tanto quanto superficiais. Gostamos mais dos políticos simpáticos, bem-apessoados, que se vestem com elegância, que estão sempre sorrindo e que possuem respostas prontas para tudo; não gostamos muito daqueles políticos que não são assim tão bem-apessoados, que não são tão elegantes, que possuem um sorriso amarelado e que nem sempre conseguem responder a todos os questionamentos.
Sem querer julgar tal constatação, o fato é que isso é natural, pois é muito mais aprazível uma pessoa que estimule os nossos sentidos positivamente do que ao contrário. É natural dos seres humanos buscar a realização e todos nós possuímos estereótipos para tanto. Assim, um terno de corte, coloração e caimento impecáveis torna-se mais atraente do que o inverso disto.
Nós, ainda, na política, nos apegamos à imagem dos políticos, e não ao seu conteúdo. Ou, melhor: à imagem transmitida por aquele político, que nem sempre é real.
As chuvas da semana que se passou, assim, guardam relação com as eleições de 2010 na medida em que julgamos, apenas, o discurso dos nossos políticos, não a sua capacidade adminstrativa.
Queremos que um Prefeito, quando prometeu acabar com as enchentes, o faça. Desejamos que um Governador, quando prometeu diminuir tributos, assim proceda. E almejamos que o nosso Presidente seja um sujeito bem bacana e que faça, em um ou dois mandatos, tudo aquilo que nunca foi realizado em prol da Cidadania na História do Brasil.
Quase nunca analisamos se estes nossos representantes realmente possuem ou possuirão, ao longo de suas carreiras, condições para o cumprimento de tantas promessas, de tantos compromissos.
É óbvio que a capacidade intelectual não está relacionada à capacidade de realização. Isso é um fato inexorável. A História, em todos os segmentos, nos apresenta inúmeros exemplos nesse sentido. Quantos intelectuais, ao exercerem cargos relevantes, seja na iniciativa privada ou no setor público, nos desepcionaram? E quantos "semi-analfabetos" nos surpreenderam positivamente? E o inverso, também é corrente, com intelectuais que eram tidos apenas ótimos pensadores se demonstrando excepcionais realizadores e com pessoas que eram tidas como mais próximas da população e de seus anseios e que se apresentam como verdadeiros farsantes no exercício do poder.
Mas as chuvas da semana passada guardam, mesmo, estreita relação com isso. Vejamos o caso de São paulo, por exemplo. O Prefeito Kassab é "cria" política do Governador José Serra, um dos principais possíveis candidatos à sucessão de Lula. Serra, inclusive, lidera as tais "pesquisas de opinião" até agora veículadas. Mas as chuvas da semana passada castigaram a Cidade de São Paulo. Inúmeros pontos de alagamento, um trânsito absolutamente caótico, com pessoas (como eu) que chegaram a ficar por três horas quase que totalmente paradas em algumas localidades de Cidade.
As críticas à Administração municipal foram imediatas. As rádios recebiam, ao vivo, inúmeras manifestações de desespero, desconforto e até de raiva em face de Kassab e, consequentemente, de Serra. O twitter "bombou". E tudo isso, para azar de Kassab, ocorrendo em um instante onde o Prefeito almeja majorar o valor do IPTU paulistano...
É bem verdade que as mesmas severas e emocionais críticas foram realizadas em face de Lula e, consequentemente, Dilma, naquela fatídica noite do tal "apagão 2009", uma versão mal explicada e resolvida do nosso querido "apagão 2001".
Mas se o "apagão 2001" intererferiu, sim, nas eleições de 2002, as que elegeram Lula Presidente, por que o "apagão 2009" não interferirá? E por que a inundação quase que total e o trãnsito absurdo de São Paulo também não interferirão??
As coisas estão estranhas. E a continuarem deste modo, com apagões, quedas de viadutos de obras nem inauguradas, enchentes catastróficas, aumentos de impostos em instantes infelizes... acho que elegeremos, sim, pela primeira, vez, uma mulher como nossa Presidente...
Mas não a Dilma: a Marina!!!

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