quarta-feira, 14 de abril de 2010

O sal da Vida.

"Agora me diga: pode um homem que odeia a si próprio amar alguém?
Pode ele estar em harmonia com alguém se está internamente cindido, ou dar prazer a alguém se é apenas um peso detestável a si mesmo?
Ninguém, suponho, dirá que pode, a não ser que seja mais louco ainda que a Loucura.
Pois bem, remova-me [a Loucura], e ninguém mais conseguirá suportar seus semelhantes, cada um passará a feder em sua próprias narinas e a considerar tudo a su próprio respeito fétido e repulsivo. [...]
O que existe de mais tolo que a auto-satisfação e a auto-admiração?
Mas como agir com graça, brilho e encanto se não se está satisfeito consigo mesmo?
Retire esse sal da vida, e imediatamente o orador se tornará maçante, o músico produzirá tédio com sua melodia, o desempenho do ator será vaiado, o poeta e as musas serão objeto de riso, o pintor e suas obras perderão valor, e o médico passará fome com seus remédios. "
Erasmo de Roterdam (1511)

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