Há aproximadamente duas semanas, a imprensa brasileira noticiou, com alarde, que a advogada brasileira Paula Oliveira, que trabalha ou trabalhava na Suíça para uma gigante internacional da área de logística, teria sido vítima de um ataque desarrazoado, violento e com fortes indícios racistas.
Os principais veículos de comunicação brasileiros, em especial os televisivos, trataram da questão com incidência ímpar, nutridos de uma "certeza" (que sabe-se lá de onde vinha...) impressionante. Para a TV Brasileira, era fato incontestável que a nossa co-cidadã havia sido vítima de neo-nazistas que a teriam submetido a ferimentos graves, com objetos perfuro-contundentes, "tatuando" sobre a sua pele as iniciais do partido de ultra-direita suíço, fazendo-a, ainda, em razão do trauma, abortar gêmeos.
Desde o início, a história apresentava algumas lacunas que levavam às pessoas mais atentas a questionar os fatos narrados. Particularmente, imaginava que a versão reportada pelas TV's brasileiras não narrava os acontecimentos em sua totalidade. Aliás, prática recorrente na nossa imprensa: contar a história, como diz o povo, "pela metade"...
Intoxicado pela fúria de parte da imprensa, o Governo Brasileiro, dando-nos, mais uma vez, uma clara demonstração de imaturidade para o trato de assuntos internacionais de relevo, saiu em defesa, árdua, da brasileira, atacada, segundo o Chanceler Celso Amorim, por impiedosos neo-nazistas xenófobos, contrários à presença da advogada em solo suíço. Disse o nosso Chanceler, inclusive, que "cobraria" das autoridades suíças uma punição exemplar aos acusados do "ataque", caso fossem identificados.
Até o nosso Presidente Lula manifestou-se nesse sentido, utilizando termos como "absurdo" quando se referia ao suposto "ataque".
Passada a "histeria coletiva" que tomou conta da mídia e do Governo do Brasil, nos últimos dias os fatos começaram a ser aclarados. Ao que tudo indica, não houve ataque neo-nazista algum. Tudo não passou de um ato encenadao, preparado e proposital da nossa co-cidadã buscando algum "benefício financeiro" com a tal história.
Não estou aqui a julgar quem quer que seja, pois é fato que, independentemente da história real, Paula Oliveira é uma vítima: seja de neo-nazistas ou de si mesmo, de sua mente.
Mas é fato que não se pode julgar nada, absolutamente nada, pelas aparências. E mais uma vez, a nossa "respeitada imprensa", especialmente a televisiva, assim o fez.
Lembro que um dia, anos atrás, os proprietários de uma tal Escola-Base, na Aclimação, em S. Paulo, foram "condenados" pela imprensa, especialmente pela Rede Globo, como abusadores de menores. Seu estabelecimento foi atacado por populares e pais revoltados, e acabou, obviamente, falindo. Suas vidas particulares e profissionais, como educadores, também ruíram. E, ao final, a Justiça comprovou, em todas as instâncias, que os "condenados pela Mídia" não eram culpados. E a indenização determinada pelo Judiciário não foi capaz de cobrir todos os prejuízos, especialmente os espirituais, suportados pelos atores daquela história.
Mesmo com essa lição histórica, a mídia televisiva brasileira conseguiu inflamar todos a seguirem a sua crença infundada, "condenando" neo-nazistas suíços pelo ataque e fazendo com que boa parte da população brasileira acreditasse que a Suíça não é o melor local do Mundo para os brasileiros. Nos últimos dias, em conversas com pessoas cultas, cheguei a ouvir, até, que "a Suíça não é mais a mesma...", e de gente que nunca colocou sequer um dedinho sobre território suíço!
Hoje, conforme os principais jornais do Brasil, a história de Paula Oliveira parece estar quase esclarecida, surgindo até a versão de que a brasileira já teria confessado perante a Autoridade Policial Suíça que tudo não passou de ato de auto-flagelação e mentira, pois nem a suposta gravidez de gêmeos realmente existia.
Paula, como afirmei nas linhas antecedentes, é, em todo o caso, uma vítima. Pois ninguém, em sã consciência, realizaria algo semelhante ao ocorrido.
Mas quem não está, também, em sã consciência são as nossas Autoridades Federais e a nossa mídia televisiva.
Caberia, agora, um pedido formal de desculpas do Governo Brasileiro ao Governo da Suíça. Assim como te toda a mídia televisiva ao povo suíço.
Ou então, já que é Carnaval mesmo, deixemos tudo pra lá.... afinal de contas, o ano começa, no Brasil, somente após esse espetáculo...né?
Os principais veículos de comunicação brasileiros, em especial os televisivos, trataram da questão com incidência ímpar, nutridos de uma "certeza" (que sabe-se lá de onde vinha...) impressionante. Para a TV Brasileira, era fato incontestável que a nossa co-cidadã havia sido vítima de neo-nazistas que a teriam submetido a ferimentos graves, com objetos perfuro-contundentes, "tatuando" sobre a sua pele as iniciais do partido de ultra-direita suíço, fazendo-a, ainda, em razão do trauma, abortar gêmeos.
Desde o início, a história apresentava algumas lacunas que levavam às pessoas mais atentas a questionar os fatos narrados. Particularmente, imaginava que a versão reportada pelas TV's brasileiras não narrava os acontecimentos em sua totalidade. Aliás, prática recorrente na nossa imprensa: contar a história, como diz o povo, "pela metade"...
Intoxicado pela fúria de parte da imprensa, o Governo Brasileiro, dando-nos, mais uma vez, uma clara demonstração de imaturidade para o trato de assuntos internacionais de relevo, saiu em defesa, árdua, da brasileira, atacada, segundo o Chanceler Celso Amorim, por impiedosos neo-nazistas xenófobos, contrários à presença da advogada em solo suíço. Disse o nosso Chanceler, inclusive, que "cobraria" das autoridades suíças uma punição exemplar aos acusados do "ataque", caso fossem identificados.
Até o nosso Presidente Lula manifestou-se nesse sentido, utilizando termos como "absurdo" quando se referia ao suposto "ataque".
Passada a "histeria coletiva" que tomou conta da mídia e do Governo do Brasil, nos últimos dias os fatos começaram a ser aclarados. Ao que tudo indica, não houve ataque neo-nazista algum. Tudo não passou de um ato encenadao, preparado e proposital da nossa co-cidadã buscando algum "benefício financeiro" com a tal história.
Não estou aqui a julgar quem quer que seja, pois é fato que, independentemente da história real, Paula Oliveira é uma vítima: seja de neo-nazistas ou de si mesmo, de sua mente.
Mas é fato que não se pode julgar nada, absolutamente nada, pelas aparências. E mais uma vez, a nossa "respeitada imprensa", especialmente a televisiva, assim o fez.
Lembro que um dia, anos atrás, os proprietários de uma tal Escola-Base, na Aclimação, em S. Paulo, foram "condenados" pela imprensa, especialmente pela Rede Globo, como abusadores de menores. Seu estabelecimento foi atacado por populares e pais revoltados, e acabou, obviamente, falindo. Suas vidas particulares e profissionais, como educadores, também ruíram. E, ao final, a Justiça comprovou, em todas as instâncias, que os "condenados pela Mídia" não eram culpados. E a indenização determinada pelo Judiciário não foi capaz de cobrir todos os prejuízos, especialmente os espirituais, suportados pelos atores daquela história.
Mesmo com essa lição histórica, a mídia televisiva brasileira conseguiu inflamar todos a seguirem a sua crença infundada, "condenando" neo-nazistas suíços pelo ataque e fazendo com que boa parte da população brasileira acreditasse que a Suíça não é o melor local do Mundo para os brasileiros. Nos últimos dias, em conversas com pessoas cultas, cheguei a ouvir, até, que "a Suíça não é mais a mesma...", e de gente que nunca colocou sequer um dedinho sobre território suíço!
Hoje, conforme os principais jornais do Brasil, a história de Paula Oliveira parece estar quase esclarecida, surgindo até a versão de que a brasileira já teria confessado perante a Autoridade Policial Suíça que tudo não passou de ato de auto-flagelação e mentira, pois nem a suposta gravidez de gêmeos realmente existia.
Paula, como afirmei nas linhas antecedentes, é, em todo o caso, uma vítima. Pois ninguém, em sã consciência, realizaria algo semelhante ao ocorrido.
Mas quem não está, também, em sã consciência são as nossas Autoridades Federais e a nossa mídia televisiva.
Caberia, agora, um pedido formal de desculpas do Governo Brasileiro ao Governo da Suíça. Assim como te toda a mídia televisiva ao povo suíço.
Ou então, já que é Carnaval mesmo, deixemos tudo pra lá.... afinal de contas, o ano começa, no Brasil, somente após esse espetáculo...né?
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