quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A estatização do coração.

Estamos no cerne da maior crise econômica que se têm notícia desde o "crash" da Bolsa de NY, em 1929. O lado mais "negro" desta ainda não alcançou os solos tupiniquins. Daí a sensação de que a tal crise não é assim tão grave. Mas as notícias que chegam através dos meios de comunicação são sérias. Muito.

A seriedade desta crise pode ser medida através da seguinte análise: ela nasceu dentro do sistema financeiro; com recursos extraídos de todos os cantos, os bancos foram, inicialmente, "salvos"; todavia, a economia "real", a produção, começa a sentir somente agora os efeitos deste período crítico, em razão da ausência de crédito farto (como ocorria nos últimos tempos); sem crédito, não há dinheiro para financiar a produção e aos compradores; e se as empresas iniciarem uma onda da inadimplementos de suas obrigações financeiras, somada à demissões em massa, serão as instituições financeiras as (novamente) afetadas...

Enfim, uma roda-viva. Sem começo, meio e fim.

Desta forma, é quase improvável que o pior da crise não atinja o Brasil. Pois mesmo que a economia interna se demonstre espetacularmente forte, não existirão compradores internacionais para os produtos exportados. Ou melhor: não existirão "pagadores internacionais", haja vista não existirem mais recursos financeiros em abundância, tampouco crédito.

As notícias do dia sobre a crise internacional dão conta de que a avaliação internacional da América Latina caiu ao pior nível desde que começou a ser medida, em 1990. E que o Governo Alemão conseguiu aprovar um projeto-de-lei que determina a possibilidade de estatização dos bancos e instituições financeiras em dificuldades, para garantir a liquidez de suas operações, pelo prazo de 5 anos.

Como todos nós sabemos, o Brasil, esse "gigante adormecido", está posicionado na América Latina. Isso quer dizer que se o Mundo começa a observar com preocupação a AL, consequentemente assim o faz também com relação ao Brasil. Ou seja: o bicho ainda não está pegando, mas está chegando bem pertinho de nós...

E se estatizar os bancos é a única salvação para essa crise, como já defendem, inclusive, os principais economistas norte-americanos, ao analisarem a situação dos setores bancário e financeiro nos USA, peço, por favor que estatizem o meu coração: será a única forma dele permancer forte, suportando todas as emoções que estão por vir.

O pior ainda está por vir? Tomara, já que nem sempre o pior é assim tão pior. Pode vir a ser o melhor. Basta querer.


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