No último Sábado, dia 08 de novembro de 2008, o Sport Clube Corinthians Paulista sagrou-se Campeão Brasileiro da Série B do Campeonato Brasileiro, restando ainda 4 rodadas a serem disputadas. De forma definitiva, foi seputado o martírio corinthiano de ter sido rebaixado à 2.ª Divisão do Brasileirão. Nada contra as equipes que participam desta competição. Mas ficou extremamente evidenciado neste segundo semestre de 2008 que o lugar do Corinthians não é na Segundona. Já havíamos ascendido à Primeira Divisão no fim-de-semana antecedente. Mas isso não bastava. Precisávamos nos retirar da Segundona em "grande estilo". E somente o título da competição seria capaz de fazê-lo. Muitos corinthianos sentiram-se divididos: não sabiam se comemoravam ou não o título conquistado neste Sábado. Quando perguntado sobre o assunto, respondi o que a mim parecia óbvio: nós corinthianos não temos que sentir qualquer vergonha pelo título da Segunda Divisão do Brasileirão; vergonha maior foi o rebaixamento ocorrido no ano anterior e o desejo de comemorar ou não tal título deve ser respeitado, mas eu comemorei. Mais do que comemorar, chorei. Quietinho, no meu canto. Mas chorei. E esse choro foi daqueles que verdadeiramente aliviam. Durante quase 1 ano, suportei todas as emoções que poderiam advir do fato de ver o meu grandioso Corinthians disputar a Segundona. E tais emoções, acreditem, foram muito mais doídas do que os gracejos realizados por Palmeirenses, São-paulinos, Santistas e afins. Eles estavam em seu direito. E o futebol foi concebido exatamente para que essa inteiração entre diferentes ocorra de maneira sadia. E as brincadeiras, gozações, são, se respeitados os seus limites naturais, até estimulantes. Mas nada se comparou ao inferno interno que vivi durante todo esse período. A participação na Segundona foi surpreendentemente bem-administrada pelo Corinthians. Sem dramas ou traumas, a equipe conseguiu a ascensão e o título, deixando para trás todos os oponentes. Mas as emoções que me afligiam jamais foram administradas desta forma. Noites sem dormir, ansiedade descontada em pratos e pratos de macarrão. Tudo isso por que nós, Corinthianos, não torcemos para um determinado time de futebol. A nossa relação com as cores e com os símbolos representados pelo Corinthians extrapolam a mera relação esportiva. Nós somos Corinthianos.; jamais estamos Corinthianos. Não dispomos da facilidade de são-paulinos, santistas e palmeirenses de se despir das vestes logo após o encerramento das partidas. A nossa alma é preta e branca. Quando uma determinada partida se encerra, até podemos tirar as camisetas corinthianas. Mas jamais conseguiremos retirar a tatuagem preta e branca que impregna as nossas almas, os nossos corações. Não fazemos parte de uma torcida. Fazemos parte, sim, de uma raça que compõe de uma Nação, talvez a mais miscigenada e plural do Planeta. E é exatamente aí que reside a "graça" de ser corinthiano. Convivem, sob o manto corinthiano, os mais bem-sucedidos empresários não só do Brasil (esse País vizinho ao nosso), como do Mundo com pessoas absolutamente esquecidas pelo Público e pelo Privado, desprovidas de absolutamente tudo, que verdadeiramente agradecem pela oportunidade de se alimentarem de vez em quando. A Nação Corinthiana é a única no Globo onde estes diversos se transformam em iguais. Não somos capitalistas, tampouco socialistas. Somos apenas Corinthianos, tatuados em preto e branco. Portanto, quando o S.C. Corinthians Paulista foi rebaixado à Segundona no ano maldito de 2007, não rebaixaram um clube ou um time de futebol: rebaixaram uma Nação. Em verdade, tentaram. Nos últimos meses, nossas Armas se prepararam para a Guerra do Retorno. Durante o primeiro semestre, disputamos algumas batalhas. Perdemos todas. Quase vencemos a da Copa do Brasil. Mas como ainda encontravamos feridos, não tivemos forças para suportar o Leão do Norte. Nesse segundo semestre do ano-santo de 2008, refizemos nossos batalhões. Reforçamos nossas trincheiras e, com folga, vencemos a derradeira batalha, vencendo, portanto, a Guerra. Destruímos nossos oponentes, que contavam, ainda, com a torcida de alguns certos "adversários". Mas mesmo com todas essas forças e "pragas" atuando contrariamente, o preto e branco preponderou! A Nação Corinthiana não somente retorna ao seu território de Direito, como brada, aos quatro ventos, "É Campeão!!!!".
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