No ano que está por vir, 2010, serão realizadas eleições para as escolhas de Presidente da República, Senadores, Deputados Federais, Governadores de Estado e Deputados Estaduais (ufa!). Caso vivêssemos em algum outro canto do Mundo, poderíamos celebrar as Eleições de 2010 como uma grande "festa da Democracia", pelo número elevado de representantes políticos que serão diretamente escolhidos pela Cidadania. Mas será que temos, realmente, o que comemorar em 2010?
A eleição direta de representantes políticos, no Brasil, da maneira ampla como hoje se dá, é fenômeno recente em nossa História. Mas não podemos, racionalmente, confudirmos tal fato com Democracia, haja vista que esta última extrapola, e muito, as simples eleições.
Democracia é algo, penso, inerente à maioria dos seres humanos, pois estes adoram, se deleitam, com a argumentação inteligente e lógica. O embate de idéias, assim, é o nascedouro da Democracia, pois através deste debate apreendem-se novos preceitos, entre os quais o respeito ao ser humano, à intelectualidade, às idéias divergentes entre si. Sabemos, mesmo que empiracamente, que cada ser humano difere de outro, seja biológica ou psicológicamente. E a franca convivência destes seres diferentes uns dos outros só pode se dar em um ambiente aberto ao diálogo, ao debate, às idéias.
Por força de uma intensa manipulação arquitetada, em sua grande parte, pelos detentores do Poder, o brasileiro é levado a compreender que vive sob a éxige da Democracia. Mas será, mesmo?
Como uma frase que é internacionalmente reconhecida, "o que muda o Mundo não são as respostas, mas, sim, as perguntas...". E nós, brasileiros e brasileiras, sabemos questionar os fatos, as coisas, os acontecimentos?
Durante os anos da denominada "Ditadura Militar", o brasileiro em geral acomodou-se com a idéia de que não he seria franqueado o direito ao questionamento. Ninguém, em sã consciência, gosta de ser torturado. Mas ao término deste período, com o início do chamado "Período Democrático", foi impingida aos brasileiros uma forma de ditadura ainda mais cruel e eficiente, pois que ataca ao espírito: a manipulação de informações para a formação de um dado padrão comportamental.
Hoje, em qualquer roda de bar, os fatos debatidos são sempre os mesmos e esta discussão é levada através de uma "forma universal", que guarda estreitíssima relação com o modo com que estas informações nos são transmitidas. Assim, é comum observarmos, atualmente, calorosas discussões sobre as questões que atinem ao atual Presidente do Congresso Nacional, o Senador José Sarney. Mas alguém debate o por que o Governo Federal determinou que a sua bancada no Senado "apoiasse" ao tal Senador??
Segundo a mídia em geral, a informação do Governo dá conta de que a tal "proteção" a Sarney se deve ao fato de ele pertencer aos quadros do PMDB, aliado do PT na condução dos trabalhos da "base governistas" no Parlamento. Assim, em nome da "governabilidade", seria interessante ao Governo não amolar alguém forte e portentoso dentro do PMDB, pensando-se, já, nas eleições do ano que virá.
Após ler a informação disposta no parágrafo antecedente, você, caro leitor ou cara leitora, acreditou em seu conteúdo? Caso a sua resposta for positiva, preocupe-se...
Deste modo, somos levados à compreensão de que esse tipo de ambiente seja, de fato, um ambiente "democrático", pois à imprensa é dado o direito de questionar as condutas de um tão alto mandatário do Poder e aos cidadãos, o "direito" de ser informado sobre tais acontecimentos.
Mas Democracia se restringe a isso?? É óbvio que não.
Somente conviveremos insertos em uma situação realmente democrática caso resolvamos desenvolver a "arte do raciocínio". Pensar, meus amigos e amigas, não dói, apesar de muitas informações nesse sentido... E somente racionalizando, meditando sobre dadas situações é que verdadeiramente a compreenderemos. Precisamos estancar, urgentemente, essa nossa mania de acrediatarmos, piamente, naquilo que lemos nos jornais e no assistirmos nos noticiários televisivos. Precisamos desenvolver o nosso próprio raciocínio sobre os fatos, a nossa idéia, a nossa própria e autoral compreensão sobre a realidade.
E um indivíduo somente será capaz de assim proceder se for minimamente educado, ao ponto de saber ler e escrever com proficência, podendo, portanto, raciocinar logicamente e interpretar as informações que lhe sejam endereçadas.
Portanto, preocupe-se com o tal "Brasil". Pois se não investirmos maciçamente em educação, jamais desenvolveremos uma verdadeira cidadania, capaz de analisar os fatos e acontecimentos e de não mais ser manipulada pelo Poder em vigor.
Mas se você, assim como eu, não acreditar mais nesse tal projeto de nome "Brasil", inicie, urgentemente, a propagação de seus ideais, sejam eles quais forem. É assim que, talvez, salvemos esse projeto mal-acabado de nação e de povo.
E nas eleições do ano que virá, lembre-se disso: você escolhe os seus representantes. Não dê ouvidos aos seus patrões, aos seus amigos, aos seus irmãos e aos seus vizinhos e colegas de trabalho; pense, reflita sobre qual modelo de política pública você almeja para a sua Rua, para o seu Bairro, para a sua Cidade, para o seu Estado, para o seu País e atue firmemente nesse sentido, votando naqueles candidatos que espelharem, segundo o seu próprio senso, tais ideais.
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