Mais uma vez, os financistas do Planeta tentam, de maneira destrambelhada, "salvar" ou resgatar algumas das mais relevantes instituições da História do Capitalismo.
Na semana passada, escrevi sobre a crise que assola uma das maiores fabricantes/montadoras de veículos automotores, a GM, com perdas superiores aos 30 bilhões de dólares.
Hoje, cedinho, notícias que vêm do Reino Unido dão conta de que um dos maiores conglomerados financeiros da História, o HSBC, de capital britânico e gerado na Hong Kong ainda sob domínio real, irá fechar todas as suas agências e prédios instalados nos USA, demitindo mais de 6000 trabalhadores. O motivo: perdas monumentais no último ano, sendo que mais de 60% destas advieram da filial norte-americana (mais de 15 bilhões de dólares). A instituição, que pretende (ou pretendia) aumentar o seu capital social mediante a emissão de papéis e seu oferecimento ao mercado, está suportando perdas em sua avaliação (valor das ações) superiores a 10% somente neste dia.
E agora, a notícia que vem dos USA dá conta de que a AIG, uma das maiores empresas do setor de securitização, pilar da economia segura, suportou a maior perda de sua História, superior aos 60 bilhões de dólares! E, mesmo assim, o Governo dos USA irá injetar mais de 30 bilhões de dólares na companhia, aumentando a sua participação no capital social da empresa.
Na semana passada, ainda, tivemos o caso do CitiGroup, que recebeu aporte financeiro do Governo Norte-Americano que passou a ser "praticamente" o seu maior acionista. Não comentei muito sobre o Citi pois entendo que existem razões políticas para que os USA se mobilizem no sentido de sua "salvação": quase 10% de seu capital pertence a investidores árabes, aliados dos USA naquela instável região do globo. A "quebra" de uma empresa norte-americana que possui capital árabe nessa proporção, não seria fácil de ser explicada.
Enfim, conforme se percebe, os governos mais poderosos do Globo, assim como as instituições mais poderosas do cenário economico se mobilizam na tentativa de salvarem-se no meio deste lamaçal.
Mas a questão que (quase) ninguém coloca é a seguinte: todo esse movimento, toda essa energia, toda essa dinherama, vale à pena??
Ou seja: é o momento de salvarmos um modelo que se demonstra precário, pouco confiável e instável ou é o momento de propormos uma refundação da nossa História Econômica?
Os esforços que estão em curso são facilmente explicáveis do ponto-de-vista político: o modelo em vigor, mesmo fragulizado, foi, até o presente, altamente rentável às princiais instituições, públicas ou privadas, sediadas nos denominados "Países Alfa", dominantes, entre os quais USA e UK.
Deste modo, é perceptível que todas as energias gastas até o presente nesta "crise" estão sendo direcionadas para a "salvação" do modelo que gerou, ao longo de um Século e meio, ao menos, riqueza em progreção geométrica a estas instituições. E riqueza, nos moldes capitalistas, significa poder.
Não há qualquer movimento no sentido de fazer com o cenário econômico do Planeta altere-se drasticamente. Os sinas de que esta mudança se faz necessária estão aí: quanto mais dinheiro se injeta nas tais "companhias de mercado", os denominados "players" do "jogo econômico mundial", maiores "rombos" e "perdas" são detectados. Quase como uma bola-de-neve, este movimento somente se agrava, cresce e se fortalece, não resolvendo a questão.
Na década de 1930, no auge da denominada "crise de 29", que se referia ao "crash" da Bolsa de NY, os USA desenvolveram diversos programas governamentais de administração do cenário de crise. Todas estavam "encaixotadas" sob a alcunha de "New Deal", ou, numa tradução literal, "Novo Acordo", ou pacto. Em uma das vertentes do "New Deal" era a questão da agricultura. Foram criados os chamados "Belts", ou cinturões, onde, aproveitando-se das características do solo e climáticas, eram cultivadas culturas específicas. Assim, geraram-se os "Corn Belt" (Cinturão do Milho), o "Milk and Meat Belt" (Cinturão do Leite e da Carne), o "Cotton Belt" (Cinturão do Algodão) e assim por diante.
E menos de uma década, com o auxílio, certamente, da 2.ª Grande Guerra Mundial, os USA deixaram de lado a até então mais grave crise econômica para se transformar em uma das mais relevantes sociedades do Planeta, econômica e culturalmente.
A atual crise deveria ser encarada através da criação de novos "Belts", desta vez globais, instalados em todas as regiões do Planeta, aproveitando-se das capacidades de cada uma das principais regiões da Terra. Não faltariam, deste modo, alimentos, água, energia, biodiversidade, tecnologia e todos os outros itens essenciais à sobrevivência do Homem. E, mais, finalmente estaríamos distribuindo riqueza, pois a produção não estaria "centralizada" nas mãos de poucos.
Essa seria a verdadeira forma de se enfrentar uma crise tão relevante como a atual: refundando os nossos primados econômicos e sociais, instituindo uma nova forma de convivência entra as Nações e os Povos, um novo paradigma social.
Será?
Na semana passada, escrevi sobre a crise que assola uma das maiores fabricantes/montadoras de veículos automotores, a GM, com perdas superiores aos 30 bilhões de dólares.
Hoje, cedinho, notícias que vêm do Reino Unido dão conta de que um dos maiores conglomerados financeiros da História, o HSBC, de capital britânico e gerado na Hong Kong ainda sob domínio real, irá fechar todas as suas agências e prédios instalados nos USA, demitindo mais de 6000 trabalhadores. O motivo: perdas monumentais no último ano, sendo que mais de 60% destas advieram da filial norte-americana (mais de 15 bilhões de dólares). A instituição, que pretende (ou pretendia) aumentar o seu capital social mediante a emissão de papéis e seu oferecimento ao mercado, está suportando perdas em sua avaliação (valor das ações) superiores a 10% somente neste dia.
E agora, a notícia que vem dos USA dá conta de que a AIG, uma das maiores empresas do setor de securitização, pilar da economia segura, suportou a maior perda de sua História, superior aos 60 bilhões de dólares! E, mesmo assim, o Governo dos USA irá injetar mais de 30 bilhões de dólares na companhia, aumentando a sua participação no capital social da empresa.
Na semana passada, ainda, tivemos o caso do CitiGroup, que recebeu aporte financeiro do Governo Norte-Americano que passou a ser "praticamente" o seu maior acionista. Não comentei muito sobre o Citi pois entendo que existem razões políticas para que os USA se mobilizem no sentido de sua "salvação": quase 10% de seu capital pertence a investidores árabes, aliados dos USA naquela instável região do globo. A "quebra" de uma empresa norte-americana que possui capital árabe nessa proporção, não seria fácil de ser explicada.
Enfim, conforme se percebe, os governos mais poderosos do Globo, assim como as instituições mais poderosas do cenário economico se mobilizam na tentativa de salvarem-se no meio deste lamaçal.
Mas a questão que (quase) ninguém coloca é a seguinte: todo esse movimento, toda essa energia, toda essa dinherama, vale à pena??
Ou seja: é o momento de salvarmos um modelo que se demonstra precário, pouco confiável e instável ou é o momento de propormos uma refundação da nossa História Econômica?
Os esforços que estão em curso são facilmente explicáveis do ponto-de-vista político: o modelo em vigor, mesmo fragulizado, foi, até o presente, altamente rentável às princiais instituições, públicas ou privadas, sediadas nos denominados "Países Alfa", dominantes, entre os quais USA e UK.
Deste modo, é perceptível que todas as energias gastas até o presente nesta "crise" estão sendo direcionadas para a "salvação" do modelo que gerou, ao longo de um Século e meio, ao menos, riqueza em progreção geométrica a estas instituições. E riqueza, nos moldes capitalistas, significa poder.
Não há qualquer movimento no sentido de fazer com o cenário econômico do Planeta altere-se drasticamente. Os sinas de que esta mudança se faz necessária estão aí: quanto mais dinheiro se injeta nas tais "companhias de mercado", os denominados "players" do "jogo econômico mundial", maiores "rombos" e "perdas" são detectados. Quase como uma bola-de-neve, este movimento somente se agrava, cresce e se fortalece, não resolvendo a questão.
Na década de 1930, no auge da denominada "crise de 29", que se referia ao "crash" da Bolsa de NY, os USA desenvolveram diversos programas governamentais de administração do cenário de crise. Todas estavam "encaixotadas" sob a alcunha de "New Deal", ou, numa tradução literal, "Novo Acordo", ou pacto. Em uma das vertentes do "New Deal" era a questão da agricultura. Foram criados os chamados "Belts", ou cinturões, onde, aproveitando-se das características do solo e climáticas, eram cultivadas culturas específicas. Assim, geraram-se os "Corn Belt" (Cinturão do Milho), o "Milk and Meat Belt" (Cinturão do Leite e da Carne), o "Cotton Belt" (Cinturão do Algodão) e assim por diante.
E menos de uma década, com o auxílio, certamente, da 2.ª Grande Guerra Mundial, os USA deixaram de lado a até então mais grave crise econômica para se transformar em uma das mais relevantes sociedades do Planeta, econômica e culturalmente.
A atual crise deveria ser encarada através da criação de novos "Belts", desta vez globais, instalados em todas as regiões do Planeta, aproveitando-se das capacidades de cada uma das principais regiões da Terra. Não faltariam, deste modo, alimentos, água, energia, biodiversidade, tecnologia e todos os outros itens essenciais à sobrevivência do Homem. E, mais, finalmente estaríamos distribuindo riqueza, pois a produção não estaria "centralizada" nas mãos de poucos.
Essa seria a verdadeira forma de se enfrentar uma crise tão relevante como a atual: refundando os nossos primados econômicos e sociais, instituindo uma nova forma de convivência entra as Nações e os Povos, um novo paradigma social.
Será?
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