Nos últimos dias, o Mundo passa por uma fase até certo ponto esperada, mas jamais desejada. A tal "Economia de Mercado" parece ruir. Os preceitos econômicos dos últimos 15 ou 20 anos parecem não mais servir. E toda a estrutura de funcionamento da economia global, embasada na mais pura especulação, cai por terra. Em razão do inequívoco sucesso que a tal "Economia de Mercado" obteve nos últimos tempos, uma geração inteira de seres humanos se viu influenciada por seus princípios. Passamos, também, a especular. A especular sobre nós mesmos, sobre as nossas vidas, sobre o que somos, sobre o que gostaríamos de ser. Assim como a "Economia Real" não valeu nem um vintém nos últimos tempos, as "Pessoas Reais" também passaram a não ter valor algum. Valiam, cada vez mais, os papéis de "empresas agressivas", aquelas que "sempre estão buscando as melhores oportunidades". Valiam, cada vez mais, as pessoas "agressivas", os marketeiros de plantão, aqueles que se vendiam como uma coisa, sendo outra, aproveitando todas as oportunidades surgidas. O que importava era a "força de mídia" que uma dada idéia econômica obtinha. Se a mídia, em peso, divulgasse aquela idéia, maiores as chances de que ela "colasse". Como conseqüência, maiores as chances de os seus autores lucrarem com a explosão midiatíca do tema. No universo das relações interpessoais, a mesma "regra" prevaleceu. Mais valia a "força de mídia" que as pessoas pareciam dispor. Valia muito o que a pessoa aparentava ser, como se apresentava ao Mundo, ao invés do que ela realmente era. Enfim, com o término, aparente, da "Economia de Mercado", meramente especulativa, se faz necessário que façamos ruir os pés das mesas das "pessoas de mercado", que atingiram altos cargos de liderança das nossas vidas, globalmente. Precisamos, urgentemente, de líderes reais, de fato. E líderes verdadeiros não são construídos, fabricados, como foram os das últimas duas décadas. Nascem assim, com uma tal aptidão natural. Assim como a "Economia Real", a produção, prevalecerá mais uma vez, precisamos fazer com que os líderes verdadeiros retomem os seus assentos, nos liderando nessa fase de transições. Todavia, a lição sempre começa em casa. Olhe ao seu redor e perceba como você (des)tratou os seus pares nos últimos tempos, em que os princípios da "Economia de Mercado" prevaleceram. Você os tratou como "papéis", analisando, de maneira rasa, o que é mais grave, quais as possibilidades daquele "papél" no tal "Mercado". Retome o valor das pequenas coisas. Não deixe, nunca mais, de se importar com o que realmente importa. Beije a sua esposa, namorada, amante, amiga, o que for, pensando na pessoa, nas suas qualidades, no seu cheiro, no seu toque, no seu carinho. E não nas possibilidades que aquele relacionamento poderia gerar a curto, médio e longo prazo. Beije os seus filhos como o que eles são: apenas filhos! Não como "papéis de resgate a longo prazo", como se eles fossem um determinado investimento. Aproveite o momento de mudanças e reencontre-se, buscando a sua essência. Todos nós temos uma. Encontre a sua, pois esse é momento das grandes transformações. Onde prevalecerá, quiçá, a humanidade.
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