segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Simples.

A gente insiste em complicar as coisas.


Acreditamos que a Vida, na sua plenitude, seja um jogo permitido apenas e tão-somente a alguns iniciados. Para todos nós, reles mortais, acreditamos que resta a sobrevivência, não a vivência.


Geramos paradigmas inacalçáveis de felicidade, de realização. Hoje em dia, cremos que o TER possibilita o alcance do SER.


Mas essa equação, gerada em nossa mente, nada mais é do que o ápice da estupidez e da auto-destruição.


Estupidez, sim, pois não são todos os seres humanos que se apresentam aptos a TER. Auto-destruição também, por que criamos a falsa expectativa de que podemos indiscriminadamente TER, nos decepcionando firmemente quando não atingimos este estágio, o de detentores, donos ou possuidores de tudo aquilo que possa ser tocado.


A VIDA, essencialmente, é de uma simplicidade assustadoramente rudimentar! E essa mania de grandeza dos Humanos, a de se achar superior a tudo, podendo, assim, do alto, analisar e explicar o todo, é que torna a VIDA complexa, retangular, cheia de cantos.


A VIDA nada mais é do que um sonho. O sonho mais bonito e perfeito que a nossa intelectualidade oculta pode permitir. Mas nada mais do que um sonho.


E se é sonho, nele podemos tudo e o todo.


Se é sonho, podemos dispor de tudo e do todo, cultivando o desapego.


E se é sonho, é simples. Mesmo que pareça complicado, haja vista ser apenas...sonho.


Assim como sonhar ter um lugar de mato verde, para plantar e para colher, tendo nele uma casinha branca, de varanda, com quintal e uma janela, só para ver o Sol nascer. Todos os dias. Ou noites. Sonhadas.


Simples assim.











quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Coisas chatas.

Resolvi, diante do meu contagiante bom-humor de hoje, que verdadeiramente impregna cada célula do meu corpo, descrever algumas coisas que me chateiam VERDADEIRAMENTE. A lista é abertíssima aos comentários e às inclusões. Aliás, por gentileza, incluam itens!!!
Vamos a tal listagem:
1) telemarketing;
2) o gerúndio como "língua oficial" do telemarketing;
3) ex-namoradas que se esquecem do prefixo "ex" (são "ex", passado, perderam a posição...parem de encher, então...);
4) mensagens "camufladas" de ex-namoradas, que sempre se utilizam de alguém que vc nunca viu mais gordo na vida para querer saber o que anda fazendo da sua vida (seja no Orkut, no Messenger, no Facebook, no e-mail ou no raio-que-o-parta!);
5) telefone (fixo ou celular) que toca, do nada, em plena madrugada;
6) o Speed da Telefônica (existe coisa mais incompetente?);
7) o mal-humor de certas pessoas (incluindo o meu...);
8) querer vestir uma roupa e descobrir que ela está, há sei lá quanto tempo, ainda, sendo lavada;
9) cinto-de-segurança (é necessário, moçada...mas que é chato, é chato!);
10) ter que mentir que vc está feliz pelo fato de a Copa de 2014 e as Olimpiadas de 2016 serem realizadas no Brasil (sim, pois se vc falar uma vírgula ao contrário, nossa...parece que vc é um ET...e não adianta argumentar que vc preferiria ver todo esse empenho e gastos sendo concentrados na solução das questões de Saúde Pública, Educação, Segurança, Transporte...aí não irão mais achar que vc é um ET: terão certeza!);
11) pessoas de terceira-idade que se acham adolescentizinhos;
12) pessoas adolescentizinhas que se acham de terciera-idade;
13) fazer a barba todos os dias;
14) a cara do José Serra (aquela animação...);
15) a cara da Dilma Roussef (sem comentários);
16) a cara do Aécio Neves, o nosso "bom-moço" da política!;
17) a cara da Marina Silva (coitada...e ainda enfiam nela umas mantas, xales, sei lá o que é aquilo, quando ela comparece a eventos mais refinados...);
18) a cara do José Sarney;
19) as obras da Marginal, aqui em São Paulo;
20) assistir ao Campeonato Brasileiro depois de o seu time ter vencido a Copa do Brasil e já estar classificado para a Libertadores (é uma coisa muito chata, sabe...rsrs);
21) o preço do álcool (em todos os sentidos: do álcool combustível nas bombas dos postos; da garrafa de Chivas; da garrafa de Merlot da Montes Alpha, Safra 2007; e outros elementos líquidos providos de certo teor alcóolico...rsrs);
22) saber que você nunca conseguirá nem chegar perto da Renata Fan; muito menos dar um beijinho nela...;
23) as novelas do Manoel Carlos que, segundo o Casseta e Planeta, se passam em um "distante e lingínquo Leblon";
24) o barulho da maioria absoluta de campanhias;
25) falta de luz em pleno Século XXI;
26) pagar contas em geral;
27) ir ao Dentista (Dr. Jacques, mil-perdões...);
28) morrer de vontade de escover os dentes e, ao chegar ao banheiro, descobrir que acabou a pasta-de-dentes;
29) ir ao Shopping, qualquer um, aos finais-de-semana (visão do inferno!);
30) a tal de Marisa, a menina do SBT;
31) os hipócritas de plantão;
32) receber duzentas e doze mensagens SMS no celular em um mesmo dia;
33) ir ao cinema e assistir filme "cabeça", daqueles que ninguém entendeu porra nenhuma e onde todos saem com cara de intelectualóides...para, né? Cinema é iminentemente diversão;
34) saber que no ano que virá, você terá que eleger ou o Serra, ou a Dilma ou a Marina para a Presidência da República;
Lembrei só dessas coisinhas, nesses 4 minutos que demorei para escrever esse textículo...
Enfim, a lista está mais do aberta à sugestões: está arrombada!!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

E viva a República Federativa de Esbórnia!!

Nem bem o Brasil ganhou o direito de organizar os Jogos Olímpicos de 2016 e o nosso Presidente Molusco já se manifestou, afirmando que não se pode imaginar que os gastos com a realização das transformações e obras que beneficiarão o Rio e o Brasil sejam "severamente fiscalizados", por serem, segundo o Grande Oráculo dos Mares, "investimentos sociais".
Alguém precisa, urgentemente, cortar a cachaça do Palácio do Planalto, ou melhor, em um ato de maior humanidade, mudar de fornecedor de cachaça, adquirindo umazinha com menor teor alcoólico.
Eu, hein?
Será que o dinheiro público, o tal erário, não é sempre destinado à "investimentos sociais", pois todos os investimentos e repasses públicos deveriam almejar a melhoria das condições da sociedade? E, nesta condição, não é sempre fiscalizada a sua aplicação e destinação??
Ou será que o Oráculo dos Mares, em um "déslize" (como diria Raimundo Fagner), assumiu, sem querer, que a destinação do dinheiro público, em seu Governo, nem sempre se dá para os tais "investimentos sociais"??? E se assim quis dizer o nosso corajoso e bravo Molusco do Sertão Pernambucano, que se desenvolveu em "águas" de S. Bernardo, cabe a pergunta: para onde diabos vai o dinheiro público em seu Governo????
Eu nem quero pensar muito a esse respeito, haja vista que me contaram, um dia desses, que não são as respostas que mudam o Mundo mas, sim, as perguntas...na falta de uma, já tasquei quatro aí em cima!!!
Será que será (olha eu quase dando uma de Chico Buarque...) o nosso destino, como brasileiros que somos, vivermos em um País onde sempre e para sempre o dinheiro público será tratado como privado, privilegiando o interesse de poucos?
Quer saber de uma coisa? Vou aderir aquele movimento do "cansei" e vou sair por aí bradando que estou em um processo revolucionário de formação de um novo País dentro do Brasil.
Independente, pujante, forte e relativamente reacionária, a República de Esbórnia será uma maravilha de se ver e de se viver!! Quase aquele longínquo e distante Leblon das novelas de Manoel Carlos!
Todo mundo assumidamente não trabalhará muito. Imagino uma jornada de trabalho de 4 a 5 horas diárias. Assim, todo mundo terá emprego e renda! No restante do dia, levaremos adiante todos os preceitos de Domenico De Masi na sua obra "O Ócio Criativo" e vamos...criar!
Na Esbórnia, as praias são lindíssimas, com um clima ameno, alvas areias e um oceano nem muito frio, nem muito quente... por conta disso, após a nossa (im)produtiva jornada de trabalho de 4 a 5 horas, iremos criar nas praias, tomando uma água de coco geladinha, uma cervejinha, caminhando, observando, detidamente, as maravilhosas e bronzeadas bundas das esbornianas....desculpe a grosseria: foi um lapso.
E aproveitando-se de toda essa herança natural, nós, os esborniamos, venceremos 16 dos próximos 20 Prêmios Nobel, haja vista criarmos muito através do ócio criativo aplicado às nossas maravilhosas praias de alvas areias e das maravilhosas e bronzeadas bundas das esbornianas....meu Deus! Novamente esse lapso? Peço escusas formais por tanto...
Mas a República de Esbórnia não se resume às praias maravilhosas e incríveis e durinhas bundas das esbornianas... quer saber? Não vou mais pedir desculpas por pensas nas tais bundas!
Não! A República de Esbórnia possui lindas e entrecortadas montanhas, serras riquíssimas, onde brotam espécies raras de árvores, muitas aves, frutos doces e suculentos e seios maravilhosos das esbornianas serranas....
É. Seios maravilhosos, daqueles redondinhos, durinhos...com o colo cheio de pintinhas...
Sim, pois se as esbornianas praianas possuirão bundas perfeitas, as serranas possuirão seios magnifícos!
E dá licença que a Esbórnia é minha e eu escolho como as mulheres da minha Esbórnia serão!
Quase o mesmo que será feito com o dinheiro público por conta da Copa-2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016...
O que é pior? Eu pensar em bundas e seios das imaginárias esbornianas, ou o que eles farão, na realidade, com o nosso dinheiro??
Você decide!!!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Será que agora vai??

Desde que me interessei por História, Política, Economia e Sociologia, lá pelos idos de 1989, ano das primeiras eleições presidenciais após o período de Ditadura Militar, ouço dizerem que o Brasil é "o País do futuro". Mas meus pais escutam esse chavão desde que tinham mais ou menos a mesma idade que eu possuía em 1989...
Assim, esse slogam parecia refletir um tal futuro que jamais seria atingido, haja vista os gigantescos problemas sociais e econômicos suportados por esse combalido projeto de nação, de nome "Brasil".
De uns anos para cá, no entanto, algumas ações estatais e privadas fizeram com que esse "sonho" começasse a, quem sabe, tornar-se mais próximo, mais real.
Com a criação do "Plano Real", a sociedade brasileira inicou o processo de aprendizado de diversos novos comportamentos, entre os quais a conviver em uma economia com índices inflacionários "saudáveis", a de dispor de uma moeda forte, se comparada às moedas das principais economias do Mundo, a de fiscalizar o tal de "superávit primário" das contas governamentais, a de exigir dos governos o cumprimento irrestrito das diretrizes orçamentárias e, assim, obrigá-los a incluir no orçamento ações sociais positivas, e muito mais nesse sentido.
De 1994 até 2002, nos Governos de FHC, o brasileiro aprendeu, ainda, qual deve ser o real tamanho, a verdadeira e salutar participação estatal na Economia, execrando alguns exageros das décadas anteriores. Aprendeu, também, como é relevante para a efetivação do controle social dispor de um Estado razoavelmente organizado.
De 2002 até agora, aprendemos com os dois Governos de Lula, que a manutenção dos princípios da Economia, independentemente da ideologia política, torna a Nação cada mais consolidada, mais forte e estável sob o ponto-de-vista econômico.
É bem verdade que nem tudo são flores desde o advento do Real e dos 4 Governos citados. Os processos de privatização dos Governos de FHC são até hoje contestados no que concerne aos seus valores; e nos Governos de Lula, contestamos os privilégios concedidos a partir da complacência federal aos "companheiros" do Presidente, sejam os mais antigos membros do PT, sejam os denominados "neo-lulistas", como Sarney, Collor, Renan Calheiros e companhia.
Mas é significativo detectar que a sociedade brasileira começa a se acostumar com valores políticos interessantíssimos, como os que decorrem da aplicação da Democracia, como os que surgem a partir de uma política econômica estável. Tenho o presentimento que os brasileiros não mais aceitariam conviver em um ambiente de hiper-inflação e de continuísmo.
Todavia, mesmo com esses bons e importantes factos ocorrendo, é preocupante verificar que há, sempre, fatores que ainda fazem com que o Brasil permaneça na condição de "gigante adormecido".
Primeiro, a falta de investimentos sociais efetivos. Não é um programa como o "Bolsa Família" que irá alterar, de maneira irrevogável, a realidade social. E todos nós sabemos disso. A receita é velha: são os investimentos em educação, cultura e na disseminação da ética do trabalho os pilares de uma sociedade profícua ao desenvolvimento. E quase nada tem sido realizado de efetivo nesse sentido.
Segundo, a ausência de renovação dos quadros políticos, muito por culpa da própria sociedade. É evidente que existem alguns rincões do nosso País que são "governados" pelos mesmos grupos pólíticos há quase um Século, impedindo o desenvolvimento das atividades políticas e o surgimento de novas lideranças. Mas em localidades consideradas "desenvolvidas", é injustificável a manutenção de velhas e desgastadas lideranças à frente do Poder. E é aí que nasce a nossa responsabilidade, pois esses governantes venceram pleitos democraticamente realizados. Fomos nós, portanto, que os elegemos. Somos nós, então, que contribuímos para que Sarneys, Collors e outros desta mesma estirpe permaneçam aparecendo em nossos telejornais, permaneçam em evidência, o segredo da longevidade política.
Terceiro, o desinteresse pelo controle das contas públicas, pois mesmo nas menores comunidades e municípios do País, a participação e a fiscalização social no orçamento e na sua aplicação é quase inexistente.
Quarto, a ausência de vontade de evoluir, ou o "receio do novo". Muitas comunidades, mesmo com acréscimos orçamentários relevantes nas últimas duas décadas, não aplicam quase nada de seus orçamentos em programas que ensejariam mudanças sociais profundas, embuídos do receio, do medo de mudarem algo que está consolidado há tempos. Nesse item, adentra a falta de renovação política e a ausência de novas lideranças, pois muitas destas comunidades não desejam alterar o status quo. Ou seus governantes não desejam dispor do poder conquistado.
Quinto, a verdadeira balbúrdia urbanísticas existente nas principais Cidades do País. Basta verificarmos, nessa seara, as realidades de S. Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, para compreendermos que o nosso processo de evolução social e econômica será muito mais lento e gradual do que gostaríamos. Penso que essa ordem deveria e poderia ser subvertida, haja vista que é no caos que surgem as grandes oportunidades de mudança. Mas será que há vontade política para profundas alterações?
Nesse sentido, estamos sendo colocados, como Nação e Povo, diante de dois desafios/oportunidades incríveis: a realização da Copa de Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas no Rio, em 2016.
Percebe-se, portanto, que durante 48 meses, os olhos do Mundo estarão voltados ao Brasil como nunca antes estiveram em mais de 500 anos de História.
Em um pequeno espaço de tempo, os tais 48 meses, abrigaremos em nosso País dois dos mais relevantes acontecimentos esportivos que o Homem, em toda a sua História, concebeu.
E como o esporte é, indubitavelmente, uma das mais efetivas ferramentas de desenvolvimento social, político, físico e econômico, os olhos do Mundo estarão voltados ao Brasil cobrando soluções para questões que hoje nos afligem, como a da Segurança Pública, da Organização de Estado, da Limpeza das Vias Pública e questões sanitárias, do aproveitamento racional e razoável das verbas públicas, do controle dos gastos públicos, entre outros.
A realização destes dois marcantes eventos esportivos no Brasil extrapola, certamente, o âmbito dos esportes por eles abraçados. É a chance de ouro que tanto esperávamos para apresentarmos ao Mundo um novo modelo de gestão urbanística, racional e organizada, em detrimento do caos hoje vigente. É a chance de mostramos ao Mundo que podemos tratar dos nossos esgotos, distribuindo fartamente água encanada e tratada, energia elétrica e telecomunicações; que podemos conceber cidades limpas, sem a presença da sujeirada que hoje se amontoa nas esquinas das principais cidades; que podemos fazer nascer um modelo brasileiro para a questão dos transportes coletivos de massas; que podemos construir incríveis estádios e praças esportivas que serão, após, utilizados ou para a formação de novos atletas, ou para a disseminação da prática esportiva, tornando-nos ainda mais saudáveis e competitivos.
É a chance de deixarmos claro que, sim, sabemos festejar como poucos na História da Humanidade, que somos um povo receptivo e cordato, mas que constituímos, verdadeiramente, uma Nação em franca ascenção, em franco desenvolvimento social, político e econômico, rumo ao nosso local de destino no pódio da vida: a liderança.
E esse novo modelo, se aplicado com correção, infectará todas as outras comunidades brasileiras, das menores às maiores que não terão, diretamente, participação nos eventos.
Assim, esta será, ao que tudo indica, a nossa grande oportunidade. A chance de construirmos um País de verdade, gigante em sua extensão territorial mas, também, generoso na distribuição de riquezas e de oportunidades.
Será que agora vai? Pois se não for...