terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Eleições 2010 (again)

Irei recorrer, mais uma vez, ao tema das Eleições que ocorrerão no segundo semestre do ano que virá. Além de escolhermos quem será o próximo Presidente da República, elegeremos, também, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais.
Obviamente, as eleições para a Presidência nortearão as demais, como é comum. O partido que vier a se tornar o vencedor do pleito mais relevante, certamente se beneficiará deste fato no âmbito dos Estados, o que influirá na composição final do mapa político.
É mais do que cediço que os nomes para a Presidência devem gravitar em torno de Dilma Roussef, a eleita do Presidente Lula e, consequentemente, imposta à cúpula petista, de José Serra ou Aécio Neves, pelo PSDB, de Marina Silva, pelo PV e, talvez, Ciro Gomes, pelo PSB.
Na semana que se passou, a maioria dos Estados brasileiros foi vitimada por chuvas torrenciais, como quase nunca vistas. Mas você deve estar se perguntando: qual a relação entre as chuvas da semana passada e as Eleições do ano que virá? E eu responderei: a relação é absoluta!
Explico: nós, eleitores brasileiros, ainda não muito acostumados com essa história de "democracia", analisamos os nossos políticos através de ítens um tanto quanto superficiais. Gostamos mais dos políticos simpáticos, bem-apessoados, que se vestem com elegância, que estão sempre sorrindo e que possuem respostas prontas para tudo; não gostamos muito daqueles políticos que não são assim tão bem-apessoados, que não são tão elegantes, que possuem um sorriso amarelado e que nem sempre conseguem responder a todos os questionamentos.
Sem querer julgar tal constatação, o fato é que isso é natural, pois é muito mais aprazível uma pessoa que estimule os nossos sentidos positivamente do que ao contrário. É natural dos seres humanos buscar a realização e todos nós possuímos estereótipos para tanto. Assim, um terno de corte, coloração e caimento impecáveis torna-se mais atraente do que o inverso disto.
Nós, ainda, na política, nos apegamos à imagem dos políticos, e não ao seu conteúdo. Ou, melhor: à imagem transmitida por aquele político, que nem sempre é real.
As chuvas da semana que se passou, assim, guardam relação com as eleições de 2010 na medida em que julgamos, apenas, o discurso dos nossos políticos, não a sua capacidade adminstrativa.
Queremos que um Prefeito, quando prometeu acabar com as enchentes, o faça. Desejamos que um Governador, quando prometeu diminuir tributos, assim proceda. E almejamos que o nosso Presidente seja um sujeito bem bacana e que faça, em um ou dois mandatos, tudo aquilo que nunca foi realizado em prol da Cidadania na História do Brasil.
Quase nunca analisamos se estes nossos representantes realmente possuem ou possuirão, ao longo de suas carreiras, condições para o cumprimento de tantas promessas, de tantos compromissos.
É óbvio que a capacidade intelectual não está relacionada à capacidade de realização. Isso é um fato inexorável. A História, em todos os segmentos, nos apresenta inúmeros exemplos nesse sentido. Quantos intelectuais, ao exercerem cargos relevantes, seja na iniciativa privada ou no setor público, nos desepcionaram? E quantos "semi-analfabetos" nos surpreenderam positivamente? E o inverso, também é corrente, com intelectuais que eram tidos apenas ótimos pensadores se demonstrando excepcionais realizadores e com pessoas que eram tidas como mais próximas da população e de seus anseios e que se apresentam como verdadeiros farsantes no exercício do poder.
Mas as chuvas da semana passada guardam, mesmo, estreita relação com isso. Vejamos o caso de São paulo, por exemplo. O Prefeito Kassab é "cria" política do Governador José Serra, um dos principais possíveis candidatos à sucessão de Lula. Serra, inclusive, lidera as tais "pesquisas de opinião" até agora veículadas. Mas as chuvas da semana passada castigaram a Cidade de São Paulo. Inúmeros pontos de alagamento, um trânsito absolutamente caótico, com pessoas (como eu) que chegaram a ficar por três horas quase que totalmente paradas em algumas localidades de Cidade.
As críticas à Administração municipal foram imediatas. As rádios recebiam, ao vivo, inúmeras manifestações de desespero, desconforto e até de raiva em face de Kassab e, consequentemente, de Serra. O twitter "bombou". E tudo isso, para azar de Kassab, ocorrendo em um instante onde o Prefeito almeja majorar o valor do IPTU paulistano...
É bem verdade que as mesmas severas e emocionais críticas foram realizadas em face de Lula e, consequentemente, Dilma, naquela fatídica noite do tal "apagão 2009", uma versão mal explicada e resolvida do nosso querido "apagão 2001".
Mas se o "apagão 2001" intererferiu, sim, nas eleições de 2002, as que elegeram Lula Presidente, por que o "apagão 2009" não interferirá? E por que a inundação quase que total e o trãnsito absurdo de São Paulo também não interferirão??
As coisas estão estranhas. E a continuarem deste modo, com apagões, quedas de viadutos de obras nem inauguradas, enchentes catastróficas, aumentos de impostos em instantes infelizes... acho que elegeremos, sim, pela primeira, vez, uma mulher como nossa Presidente...
Mas não a Dilma: a Marina!!!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Eu também quero um mensalão.

Há mais ou menos duas semanas, recebemos notícias diariamente de uma "novidade" na vida política da Nação: o "descobrimento" de um mensalão em Brasília, envolvendo o Governador do DF e muitos Deputados Distritais de sua base aliada.
Como vivemos em um País de nome "Brasil", esses escândalos, quando descobertos, nos chocam, tamanho o seu ineditismo. Não é?
Sei.
Já faz um tempinho, mas algo semelhante foi descoberto com relação ao Governo Lula, envolvendo vários de seus apoiadores, Deputados Federais, Senadores, funcionários do PT e até irmãos de Deputados. Havia, naquele escândalo, dólares na cueca de um, Land Rover de outro. Uma beleza...
E o que aconteceu? Alguns destes personagens abdicaram de seus mandatos, renunciando para escaparem da cassassão, outros foram cassados e viraram tenores e existe um processinho bem do vagabundo tramitando pelos corredores do nosso Supremo Tribunal Federal.
E o que mais? Mais nada. O nosso Presidente Molusco, quase como um gato, perdeu algumas de suas sete vidas mas permaneceu, graças às outras, firme e forte no cargo, inabalável, tendo até sido reeleito...coisas do Brasil, esse País em franco desenvolvimento...
No escândalo atual do mensalão, esse que envolve o Governador do DF e seus aceclas, existem provas contundentes, vídeos amadores (quase nome de coisa pornô na internet...) que demonstram o próprio Governador recebendo um maço considerável de notas de Real, essa moeda fortíssima, para...a compra de pannetones...é...isso mesmo: essa é a versão oficial, divulgada amplamente pelo próprio objeto do escândalo.
Eu não irei comentar essa história de pannetones. Ok?
Mas gostaria de dizer algo. Na verdade, gostaria de repetir algo que já escrevi aqui há 2 anos: a única forma de acabar com a corrupção no Brasil, esse País em franco desenvolvimento, é institucionalizá-la. Isso mesmo.
Vamos ao raciocínio.: o Ex-Presidente FHC, que permanece sendo um intelectual de respeito mesmo com todos os seus equívocos pós-mandato (quando parace que ligou um "F..." gigante para o Brasil...), sustenta que a única maneira de lutar contra o crime organizado, em especial contra o tráfico de drogas, mais especialmente o de maconha, seria legalizar a sua comercialização. Assim, segundo o esfumaçado raciocínio de FHC, os criminosos não conseguiriam agir sobre uma atividade legalizada, instituída e controlada pelo Estado.
Eu não partilho deste raciocínio, por questões de saúde pública. Existem estudos comprovados, especialmente na Califórnia/USA, atestando que o consumo de maconha, em doses controladas, auxilia aos doentes terminais de câncer a suportar as dores deste período. Mas como a grande maioria das pessoas que habitam o planeta não estão, graças a Deus, nessa condição, a de doentes terminais de câncer, nada justificaria a legalização do consumo de algo que, comprovadamente, sem controle de dosagem e qualidade, atrapalha o desenvolvimento intelectual, motor e comportamental das pessoas. A não ser que desejemos, para o Brasil, um futuro, diria, cheio de névoas...
Mas levo adiante o mesmo raciocínio para os casos de corrupção. E como poderíamos fazer isso com relação à corrupção? Simples: todo o sujeito que se candidatasse a um cargo eletivo, saberia, de antemão, que não receberia um centavo sequer do Estado durante todo o período de seu mandato.
Pronto. Simples, rápido, indolor.
Assim sendo, os nossos Vereadores, Prefeitos, Deputados Estaduais e Distritais, Governadores, Deputados Federais, Senadores e o Presidente da República não receberiam salário ou remuneração publica alguma e teriam que se virar para sobreviverem.
Como fariam? Da mesmíssima forma que o fazem hoje, mesmo recebendo remuneração pública: através de propinas, mensalões, concessões duvidosas de patrimônio, empresas e obras públicas.
Só que tudo isso às claras, sendo francamente e legalmente declarado.
Deste modo, teríamos como fiscalizar, de maneira franca, se aquele determinado sujeito exerce o seu mandato representando a maioria ou apenas e tão-somente aos interesses de alguns.
Saberíamos que o tal Governador Arruda receberia, por exemplo, semanalmente, 20 mil reais de um determinado segmento da economia do DF. E poderíamos, assim, exigir que ele Governasse não apenas para aqueles que compõem esse espectro de doadores, fiscalizando o seu mandato de maneira aberta.
E acabaríamos com essa história hipócrita de ficarmos "chocados" quando esses mensalões da vida são "descobertos".
E, mais, economizaríamos, como Nação, um dinheirão... e a nossa paciência.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ruptura.

Todos nós apresentamos inúmeras fraquezas.
Não existe, em toda o Globo, um único ser humano que não as possua. Existem, sim, aqueles que não as assumem, seja por preconceito, por receio, por medo de assumir a sua fragilidade diante de um determinado assunto ou de transparecer fraqueza.
Eu prefiro assumir e conviver com as minhas. Prefiro estabelecer um pacto de "bem-viver" com estas "minhas" fraquezas. Prefiro levá-las para passear, pegar um cineminha, tomar um choppinho, jantar em um restaurante daqueles, viajar de vez-em-quando para um lugar incrível e paradisíaco.
Desta maneira, pelo menos imagino que elas, as tais fraquezas, percebam que estão sendo bem-cuidadas e fiquem um tanto quanto "calminhas".
Já as enfrentei, cara-a-cara, diversas vezes. Seja em processos de terapia (coitada da Dra. Carmen!!!), seja no cotidiano, realizando as tarefas do dia-a-dia. Já as encontrei nos momentos e locais mais distintos: na fila do Banco; na espera do PA do Einstein; no trânsito caótico de São Paulo...
Mas proseando, resolvemos, eu e minhas fraquezas, celebrar um pacto. E vamos conviver, felizes, durante muitos e muitos anos, respeitando-nos.
Mas de vez em quando, há aqueles instantes em que você percebe que as suas fraquezas estão mais fracas do que nunca! E é esse o único instante no qual lhe será permitido tentar vencer, derrotar, derrubar as tais fraquezas!!
E hoje, 04 de Novembro de 2009, consegui corromper o pacto que havia sido estabelecido e derrotei mais uma das minhas fraquezas!! Percebi, tão logo acordei, que a coitada estava estranha, meio constirpada, caidinha...aproveitei, confesso, esse instante de fragilidade e...rompi com ela!! De maneira irrevogável!!
Não convém explicitar qual das minhas fraquezas hoje foi superada, derrotada. Assim como também não é relevante afirmar que estou sentindo-me excepcionalmente forte por tê-la vencido.
Mas que a sensação decorrente de uma ruptura é encorajodora e revigorante, isso é inegável! Mesmo que somente de vez em quando...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Simples.

A gente insiste em complicar as coisas.


Acreditamos que a Vida, na sua plenitude, seja um jogo permitido apenas e tão-somente a alguns iniciados. Para todos nós, reles mortais, acreditamos que resta a sobrevivência, não a vivência.


Geramos paradigmas inacalçáveis de felicidade, de realização. Hoje em dia, cremos que o TER possibilita o alcance do SER.


Mas essa equação, gerada em nossa mente, nada mais é do que o ápice da estupidez e da auto-destruição.


Estupidez, sim, pois não são todos os seres humanos que se apresentam aptos a TER. Auto-destruição também, por que criamos a falsa expectativa de que podemos indiscriminadamente TER, nos decepcionando firmemente quando não atingimos este estágio, o de detentores, donos ou possuidores de tudo aquilo que possa ser tocado.


A VIDA, essencialmente, é de uma simplicidade assustadoramente rudimentar! E essa mania de grandeza dos Humanos, a de se achar superior a tudo, podendo, assim, do alto, analisar e explicar o todo, é que torna a VIDA complexa, retangular, cheia de cantos.


A VIDA nada mais é do que um sonho. O sonho mais bonito e perfeito que a nossa intelectualidade oculta pode permitir. Mas nada mais do que um sonho.


E se é sonho, nele podemos tudo e o todo.


Se é sonho, podemos dispor de tudo e do todo, cultivando o desapego.


E se é sonho, é simples. Mesmo que pareça complicado, haja vista ser apenas...sonho.


Assim como sonhar ter um lugar de mato verde, para plantar e para colher, tendo nele uma casinha branca, de varanda, com quintal e uma janela, só para ver o Sol nascer. Todos os dias. Ou noites. Sonhadas.


Simples assim.











quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Coisas chatas.

Resolvi, diante do meu contagiante bom-humor de hoje, que verdadeiramente impregna cada célula do meu corpo, descrever algumas coisas que me chateiam VERDADEIRAMENTE. A lista é abertíssima aos comentários e às inclusões. Aliás, por gentileza, incluam itens!!!
Vamos a tal listagem:
1) telemarketing;
2) o gerúndio como "língua oficial" do telemarketing;
3) ex-namoradas que se esquecem do prefixo "ex" (são "ex", passado, perderam a posição...parem de encher, então...);
4) mensagens "camufladas" de ex-namoradas, que sempre se utilizam de alguém que vc nunca viu mais gordo na vida para querer saber o que anda fazendo da sua vida (seja no Orkut, no Messenger, no Facebook, no e-mail ou no raio-que-o-parta!);
5) telefone (fixo ou celular) que toca, do nada, em plena madrugada;
6) o Speed da Telefônica (existe coisa mais incompetente?);
7) o mal-humor de certas pessoas (incluindo o meu...);
8) querer vestir uma roupa e descobrir que ela está, há sei lá quanto tempo, ainda, sendo lavada;
9) cinto-de-segurança (é necessário, moçada...mas que é chato, é chato!);
10) ter que mentir que vc está feliz pelo fato de a Copa de 2014 e as Olimpiadas de 2016 serem realizadas no Brasil (sim, pois se vc falar uma vírgula ao contrário, nossa...parece que vc é um ET...e não adianta argumentar que vc preferiria ver todo esse empenho e gastos sendo concentrados na solução das questões de Saúde Pública, Educação, Segurança, Transporte...aí não irão mais achar que vc é um ET: terão certeza!);
11) pessoas de terceira-idade que se acham adolescentizinhos;
12) pessoas adolescentizinhas que se acham de terciera-idade;
13) fazer a barba todos os dias;
14) a cara do José Serra (aquela animação...);
15) a cara da Dilma Roussef (sem comentários);
16) a cara do Aécio Neves, o nosso "bom-moço" da política!;
17) a cara da Marina Silva (coitada...e ainda enfiam nela umas mantas, xales, sei lá o que é aquilo, quando ela comparece a eventos mais refinados...);
18) a cara do José Sarney;
19) as obras da Marginal, aqui em São Paulo;
20) assistir ao Campeonato Brasileiro depois de o seu time ter vencido a Copa do Brasil e já estar classificado para a Libertadores (é uma coisa muito chata, sabe...rsrs);
21) o preço do álcool (em todos os sentidos: do álcool combustível nas bombas dos postos; da garrafa de Chivas; da garrafa de Merlot da Montes Alpha, Safra 2007; e outros elementos líquidos providos de certo teor alcóolico...rsrs);
22) saber que você nunca conseguirá nem chegar perto da Renata Fan; muito menos dar um beijinho nela...;
23) as novelas do Manoel Carlos que, segundo o Casseta e Planeta, se passam em um "distante e lingínquo Leblon";
24) o barulho da maioria absoluta de campanhias;
25) falta de luz em pleno Século XXI;
26) pagar contas em geral;
27) ir ao Dentista (Dr. Jacques, mil-perdões...);
28) morrer de vontade de escover os dentes e, ao chegar ao banheiro, descobrir que acabou a pasta-de-dentes;
29) ir ao Shopping, qualquer um, aos finais-de-semana (visão do inferno!);
30) a tal de Marisa, a menina do SBT;
31) os hipócritas de plantão;
32) receber duzentas e doze mensagens SMS no celular em um mesmo dia;
33) ir ao cinema e assistir filme "cabeça", daqueles que ninguém entendeu porra nenhuma e onde todos saem com cara de intelectualóides...para, né? Cinema é iminentemente diversão;
34) saber que no ano que virá, você terá que eleger ou o Serra, ou a Dilma ou a Marina para a Presidência da República;
Lembrei só dessas coisinhas, nesses 4 minutos que demorei para escrever esse textículo...
Enfim, a lista está mais do aberta à sugestões: está arrombada!!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

E viva a República Federativa de Esbórnia!!

Nem bem o Brasil ganhou o direito de organizar os Jogos Olímpicos de 2016 e o nosso Presidente Molusco já se manifestou, afirmando que não se pode imaginar que os gastos com a realização das transformações e obras que beneficiarão o Rio e o Brasil sejam "severamente fiscalizados", por serem, segundo o Grande Oráculo dos Mares, "investimentos sociais".
Alguém precisa, urgentemente, cortar a cachaça do Palácio do Planalto, ou melhor, em um ato de maior humanidade, mudar de fornecedor de cachaça, adquirindo umazinha com menor teor alcoólico.
Eu, hein?
Será que o dinheiro público, o tal erário, não é sempre destinado à "investimentos sociais", pois todos os investimentos e repasses públicos deveriam almejar a melhoria das condições da sociedade? E, nesta condição, não é sempre fiscalizada a sua aplicação e destinação??
Ou será que o Oráculo dos Mares, em um "déslize" (como diria Raimundo Fagner), assumiu, sem querer, que a destinação do dinheiro público, em seu Governo, nem sempre se dá para os tais "investimentos sociais"??? E se assim quis dizer o nosso corajoso e bravo Molusco do Sertão Pernambucano, que se desenvolveu em "águas" de S. Bernardo, cabe a pergunta: para onde diabos vai o dinheiro público em seu Governo????
Eu nem quero pensar muito a esse respeito, haja vista que me contaram, um dia desses, que não são as respostas que mudam o Mundo mas, sim, as perguntas...na falta de uma, já tasquei quatro aí em cima!!!
Será que será (olha eu quase dando uma de Chico Buarque...) o nosso destino, como brasileiros que somos, vivermos em um País onde sempre e para sempre o dinheiro público será tratado como privado, privilegiando o interesse de poucos?
Quer saber de uma coisa? Vou aderir aquele movimento do "cansei" e vou sair por aí bradando que estou em um processo revolucionário de formação de um novo País dentro do Brasil.
Independente, pujante, forte e relativamente reacionária, a República de Esbórnia será uma maravilha de se ver e de se viver!! Quase aquele longínquo e distante Leblon das novelas de Manoel Carlos!
Todo mundo assumidamente não trabalhará muito. Imagino uma jornada de trabalho de 4 a 5 horas diárias. Assim, todo mundo terá emprego e renda! No restante do dia, levaremos adiante todos os preceitos de Domenico De Masi na sua obra "O Ócio Criativo" e vamos...criar!
Na Esbórnia, as praias são lindíssimas, com um clima ameno, alvas areias e um oceano nem muito frio, nem muito quente... por conta disso, após a nossa (im)produtiva jornada de trabalho de 4 a 5 horas, iremos criar nas praias, tomando uma água de coco geladinha, uma cervejinha, caminhando, observando, detidamente, as maravilhosas e bronzeadas bundas das esbornianas....desculpe a grosseria: foi um lapso.
E aproveitando-se de toda essa herança natural, nós, os esborniamos, venceremos 16 dos próximos 20 Prêmios Nobel, haja vista criarmos muito através do ócio criativo aplicado às nossas maravilhosas praias de alvas areias e das maravilhosas e bronzeadas bundas das esbornianas....meu Deus! Novamente esse lapso? Peço escusas formais por tanto...
Mas a República de Esbórnia não se resume às praias maravilhosas e incríveis e durinhas bundas das esbornianas... quer saber? Não vou mais pedir desculpas por pensas nas tais bundas!
Não! A República de Esbórnia possui lindas e entrecortadas montanhas, serras riquíssimas, onde brotam espécies raras de árvores, muitas aves, frutos doces e suculentos e seios maravilhosos das esbornianas serranas....
É. Seios maravilhosos, daqueles redondinhos, durinhos...com o colo cheio de pintinhas...
Sim, pois se as esbornianas praianas possuirão bundas perfeitas, as serranas possuirão seios magnifícos!
E dá licença que a Esbórnia é minha e eu escolho como as mulheres da minha Esbórnia serão!
Quase o mesmo que será feito com o dinheiro público por conta da Copa-2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016...
O que é pior? Eu pensar em bundas e seios das imaginárias esbornianas, ou o que eles farão, na realidade, com o nosso dinheiro??
Você decide!!!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Será que agora vai??

Desde que me interessei por História, Política, Economia e Sociologia, lá pelos idos de 1989, ano das primeiras eleições presidenciais após o período de Ditadura Militar, ouço dizerem que o Brasil é "o País do futuro". Mas meus pais escutam esse chavão desde que tinham mais ou menos a mesma idade que eu possuía em 1989...
Assim, esse slogam parecia refletir um tal futuro que jamais seria atingido, haja vista os gigantescos problemas sociais e econômicos suportados por esse combalido projeto de nação, de nome "Brasil".
De uns anos para cá, no entanto, algumas ações estatais e privadas fizeram com que esse "sonho" começasse a, quem sabe, tornar-se mais próximo, mais real.
Com a criação do "Plano Real", a sociedade brasileira inicou o processo de aprendizado de diversos novos comportamentos, entre os quais a conviver em uma economia com índices inflacionários "saudáveis", a de dispor de uma moeda forte, se comparada às moedas das principais economias do Mundo, a de fiscalizar o tal de "superávit primário" das contas governamentais, a de exigir dos governos o cumprimento irrestrito das diretrizes orçamentárias e, assim, obrigá-los a incluir no orçamento ações sociais positivas, e muito mais nesse sentido.
De 1994 até 2002, nos Governos de FHC, o brasileiro aprendeu, ainda, qual deve ser o real tamanho, a verdadeira e salutar participação estatal na Economia, execrando alguns exageros das décadas anteriores. Aprendeu, também, como é relevante para a efetivação do controle social dispor de um Estado razoavelmente organizado.
De 2002 até agora, aprendemos com os dois Governos de Lula, que a manutenção dos princípios da Economia, independentemente da ideologia política, torna a Nação cada mais consolidada, mais forte e estável sob o ponto-de-vista econômico.
É bem verdade que nem tudo são flores desde o advento do Real e dos 4 Governos citados. Os processos de privatização dos Governos de FHC são até hoje contestados no que concerne aos seus valores; e nos Governos de Lula, contestamos os privilégios concedidos a partir da complacência federal aos "companheiros" do Presidente, sejam os mais antigos membros do PT, sejam os denominados "neo-lulistas", como Sarney, Collor, Renan Calheiros e companhia.
Mas é significativo detectar que a sociedade brasileira começa a se acostumar com valores políticos interessantíssimos, como os que decorrem da aplicação da Democracia, como os que surgem a partir de uma política econômica estável. Tenho o presentimento que os brasileiros não mais aceitariam conviver em um ambiente de hiper-inflação e de continuísmo.
Todavia, mesmo com esses bons e importantes factos ocorrendo, é preocupante verificar que há, sempre, fatores que ainda fazem com que o Brasil permaneça na condição de "gigante adormecido".
Primeiro, a falta de investimentos sociais efetivos. Não é um programa como o "Bolsa Família" que irá alterar, de maneira irrevogável, a realidade social. E todos nós sabemos disso. A receita é velha: são os investimentos em educação, cultura e na disseminação da ética do trabalho os pilares de uma sociedade profícua ao desenvolvimento. E quase nada tem sido realizado de efetivo nesse sentido.
Segundo, a ausência de renovação dos quadros políticos, muito por culpa da própria sociedade. É evidente que existem alguns rincões do nosso País que são "governados" pelos mesmos grupos pólíticos há quase um Século, impedindo o desenvolvimento das atividades políticas e o surgimento de novas lideranças. Mas em localidades consideradas "desenvolvidas", é injustificável a manutenção de velhas e desgastadas lideranças à frente do Poder. E é aí que nasce a nossa responsabilidade, pois esses governantes venceram pleitos democraticamente realizados. Fomos nós, portanto, que os elegemos. Somos nós, então, que contribuímos para que Sarneys, Collors e outros desta mesma estirpe permaneçam aparecendo em nossos telejornais, permaneçam em evidência, o segredo da longevidade política.
Terceiro, o desinteresse pelo controle das contas públicas, pois mesmo nas menores comunidades e municípios do País, a participação e a fiscalização social no orçamento e na sua aplicação é quase inexistente.
Quarto, a ausência de vontade de evoluir, ou o "receio do novo". Muitas comunidades, mesmo com acréscimos orçamentários relevantes nas últimas duas décadas, não aplicam quase nada de seus orçamentos em programas que ensejariam mudanças sociais profundas, embuídos do receio, do medo de mudarem algo que está consolidado há tempos. Nesse item, adentra a falta de renovação política e a ausência de novas lideranças, pois muitas destas comunidades não desejam alterar o status quo. Ou seus governantes não desejam dispor do poder conquistado.
Quinto, a verdadeira balbúrdia urbanísticas existente nas principais Cidades do País. Basta verificarmos, nessa seara, as realidades de S. Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, para compreendermos que o nosso processo de evolução social e econômica será muito mais lento e gradual do que gostaríamos. Penso que essa ordem deveria e poderia ser subvertida, haja vista que é no caos que surgem as grandes oportunidades de mudança. Mas será que há vontade política para profundas alterações?
Nesse sentido, estamos sendo colocados, como Nação e Povo, diante de dois desafios/oportunidades incríveis: a realização da Copa de Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas no Rio, em 2016.
Percebe-se, portanto, que durante 48 meses, os olhos do Mundo estarão voltados ao Brasil como nunca antes estiveram em mais de 500 anos de História.
Em um pequeno espaço de tempo, os tais 48 meses, abrigaremos em nosso País dois dos mais relevantes acontecimentos esportivos que o Homem, em toda a sua História, concebeu.
E como o esporte é, indubitavelmente, uma das mais efetivas ferramentas de desenvolvimento social, político, físico e econômico, os olhos do Mundo estarão voltados ao Brasil cobrando soluções para questões que hoje nos afligem, como a da Segurança Pública, da Organização de Estado, da Limpeza das Vias Pública e questões sanitárias, do aproveitamento racional e razoável das verbas públicas, do controle dos gastos públicos, entre outros.
A realização destes dois marcantes eventos esportivos no Brasil extrapola, certamente, o âmbito dos esportes por eles abraçados. É a chance de ouro que tanto esperávamos para apresentarmos ao Mundo um novo modelo de gestão urbanística, racional e organizada, em detrimento do caos hoje vigente. É a chance de mostramos ao Mundo que podemos tratar dos nossos esgotos, distribuindo fartamente água encanada e tratada, energia elétrica e telecomunicações; que podemos conceber cidades limpas, sem a presença da sujeirada que hoje se amontoa nas esquinas das principais cidades; que podemos fazer nascer um modelo brasileiro para a questão dos transportes coletivos de massas; que podemos construir incríveis estádios e praças esportivas que serão, após, utilizados ou para a formação de novos atletas, ou para a disseminação da prática esportiva, tornando-nos ainda mais saudáveis e competitivos.
É a chance de deixarmos claro que, sim, sabemos festejar como poucos na História da Humanidade, que somos um povo receptivo e cordato, mas que constituímos, verdadeiramente, uma Nação em franca ascenção, em franco desenvolvimento social, político e econômico, rumo ao nosso local de destino no pódio da vida: a liderança.
E esse novo modelo, se aplicado com correção, infectará todas as outras comunidades brasileiras, das menores às maiores que não terão, diretamente, participação nos eventos.
Assim, esta será, ao que tudo indica, a nossa grande oportunidade. A chance de construirmos um País de verdade, gigante em sua extensão territorial mas, também, generoso na distribuição de riquezas e de oportunidades.
Será que agora vai? Pois se não for...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O que seria da vida sem vida?

Muita gente nasce. No mundo todo, todos os dias, todas a horas, todos os minutos. Nasce um monte de brasileirinhos, de argentinozinhos, de japonesinhos, um montão de indianinhos e de chinesinhos.
Mas o simples fato de nascer não significa que as pessoas irão viver.
Para viver, mas viver mesmo, rasgada e perdidamente, não basta nascer. Tem muita gente morta em vida. Por que simplesmente se esqueceu de viver.
Para viver não basta respirar. É preciso sentir o cheiro da vida. Processar nos órgãos respiratórios todos os aromas da vida.
Para estar vivo, não basta sentir o coração bater. Se faz absolutamente essencial sentir o bater de um coração repleto, cheio de amor. Para dar e receber.
Para viver, não basta pensar. É preciso afastar os pensamentos baixos, a mesquinhez, ocupando a mente com pensamentos altivos, capazes de produzir tão-somente o bem!
Para viver, não basta sentir o corpo. É a alma a essência da vida, não a matéria.
Assim, para viver, é preciso querer viver, se dar à vida, permitindo que as pessoas se doem, penetrem, de assalto, em nossas almas, mentes, corações e pulmões.
Para viver, verdadeiramente, basta acreditar na vida!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O preço lindo das nossas louras escolhas.

Você já parou para pensar no que é a Vida, esse fenômeno complexo e intrigante ?
Depois de muitas "cabeçadas", deparei-me com esta questão. Me vi refletindo sobre o sentido da Vida.
Até aí, nada de anormal, pois desde que o Homem passou a habitar esse planetinha danado de bonito, sempre haverá um mané, em um canto qualquer, meditando sobre isso.
É: mané.
Por que mané? Pois se o sujeito fosse minimamente razoável, ao invés de pensar sobre o tal "sentido da Vida", deveria facilitar as coisas e simplesmente...VIVER!
Pode, a muitos, parecer uma concepção simplista. Mas ouso discordar disto, pois a Vida está aí, para ser usurpada, estuprada, devorada, para ser jogada na parede e ser chamada de lagartixa!
O maior desafio é, indubitavelmente, Viver. Mas Viver mesmo, intensa e rasgadamente, sem receio do inesperado. Esse é o Segredo (acho que irei escrever um livro a respeito disso...).
Sim, pois se o inesperado for capaz de nos deter, melhor será nem Viver. Vegete. Escolha um vaso qualquer e se plante por lá. E fique apenas observando a Vida, sem interagir com ela ou com todas as chances que ela nos traz!
A Vida é o inesperado, é o imprevisto. Nos deparamos com o inesperado a cada passo, em cada esquina.
Assim, seu mané, para de ficar pensando no "sentido da Vida" e passe a Viver!
Ou então, arque com essa sua escolha, se transforme em algo tão importante quanto um apontador de lápis (!!!) e deixe a Vida passar à sua frente, loura, linda, cheirosa e te dando um oizinho.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Fora normalidade!!!!

No ano passado, 2008, já utilizei o texto que se seguirá, de Oscar Wilde.
Para quem não conhece O. Wilde, qualquer (bom) site de buscas poderá esclarecer os motivos para tamanha devoção ao seu trabalho, até os nossos dias.
Para muitos, Wilde deve ser considerado um dos maiores, senão o maior, dramaturgo e escritor da Língua Inglesa.
Na minha opinião, Wilde deve ser considerado o maior contraventor dos rígidos princípios morais bretões. Um sujeito que resolveu, a partir de sua rara inteligência, enfrentar o staus quo ante, tentando fazer nascer uma nova ordem.
No texto que se seguirá, Wilde nos confessa quais critérios, para si, adotava para diferenciar os denominados Loucos dos ditos Santos...ou será que não existem tais critérios??
"Loucos e Santos.
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

When all that you need to love...

(...)
Morning is walking up
And sometimes it's more than just enough
When all that you need to love
Is in front of your eyes
It's in front of your eyes

And i never wants to let down
Forgive me if i slip away
Sometimes it's hard to find my ground
Cause i keep on falling as i try to get away
From this crazy world...


A Manhã está acordando
E as vezes é mais do que o suficiente
Quando tudo o que você precisa é amar
Está na frente dos seus olhos
Está na frente dos seus olhos

E eu nunca quero te desapontar
Desculpe-me se eu fujo
Às vezes é díficil achar o chão
Porque eu continuo caindo enquanto tento escapar
Desse mundo maluco...

FEBRUARY SONG (John Ondrasik/Josh Groban/Marius de Viers)
Singer: Josh Groban

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Verde que te quero verde...

No terço final do ano passado, 2008, vimos instalar-se, em todo o Mundo civilizado, a maior crise econômico-financeira desde o "crash" da Bolsa de NY, em 1929. Os frágeis fundamentos da denominada "economia de Mercado" vieram à tona, deixando claro a todos que se fazia necessária uma aprofundada análise sobre as razões para permitirmos que tudo aquilo se desse e quais as possiblidades para a superação daquele crucial instante da nossa História.
Sob o ponto-de-vista estritamente Filosófico, um instante interessantíssimo da Humanidade, pois trouxe-nos à necessidade de refletirmos sobre temas desagradáveis, pouco palatáveis, entre os quais a possibilidade de controle de finanças, de instituições públicas e privadas, de cada vez menores lucros em um ambiente quase que estritamente capitalista...e por aí nossos pensamentos seguiram.
Hoje, meados de Agosto de 2009, temos a sensação de que o pior desta tal "crise" foi superado. A questão que atualmente é objeto de análise dos cultos é se essa sensação é verdadeira, real, palpável, justificável, ou não passa de uma simples sensação, como o próprio nome sugere.
Desde que a "crise" se instalou em nossos Televisores e pela Internet, muitas coisas variaram. O País dito "líder" do Mundo Capitalista elegeu um Presidente negro, o primeiro de sua história. Além de pertencer a uma raça que até pouco tempo era escravizada dentro do próprio USA, esse novo Presidente, aparentemente, é bastante vanguardista, se comparado ao seu antecessor. Inclusive em se tratando de questões econômicas, pois enfrentou a "crise", senão com proficiência, com galhardia, atacando pontos nodais da dita "economia de Mercado" que havia tomado conta do seu País e, de lá, conquistado todo o Mundo.
Mas, ao meu sentir, a primordial alteração propiciada pela "crise de 2008" começa, agora, a apresentar-se. Trata-se de um movimento que já existia, nascido no Norte Europeu em meados dos anos de 1980, mundialmente debatido na década de 1990, duramente criticado e ridicularizado pelos "economistas de Mercado" no início dos anos 2000 e que, por sobreviver a tudo isso, já demonstra toda a sua inequívoca fortaleza.
Trata-se da chamada "Alternativa Verde", baseada no que se denomina "preceitos da Economia Verde". A tal alternativa apregoa que, diante de um cenário tão robusto de crise, não bastaria atacar-se apenas os resultados da "crise de 2008", mas, sim, as suas causas, a tal "economia de Mercado", que sustentava a lucratividade acima de qualquer outro preceito.
Muitos dos "eco-chatos" dos anos 1980 hoje são, ao menos em parte, compreendidos. É óbvio que esses sujeitos também se transformaram, se aperfeiçoaram, mudando algumas de suas condutas, deixando de sustentar a radicalização como única via para a imposição de seus ideais.
Recentemente, em evento ocorrido em Brasília/DF, presenciamos o Presidente de um dos maiores grupos econômicos do Mundo Capitalista, a Vale, empresa brasileira que internacionalizou-se a partir de sua privatização, Sr. Roger Agnelli, afirmar que o grande desafio do Século XXI não é remediar a atual crise econômica-financeira, mas, sim, refletir sobre as novas possibilidades geo-políticas e sociais que surgem. Para Agnelli, pensar na "Economia Verde" seria pensar em uma nova forma de prevalecência do Homem no Planeta, raciocinando sobre novas e limpas formas de energia, de baixa emissão de carbono, de novas possibilidades de realização e efetivação (finalmente!) do "desenvolvimento sustentável".
A Senadora Marina Silva, ex-PT e que, ao que tudo indica, será candidata à Presidência do Brasil no próximo ano, concorrendo como candidata do Partido Verde (PV), afirmou, no mesmo evento, que a "economia Verde" apresenta muitas novíssimas possibilidades à Humanidade, até mesmo do ponto-de-vista econômico-social, como a geração de novas carreiras e profissões, novas formas de geração e distribuição de conhecimento e de riquezas, novas oportunidades.
Particularmente, sem aprofundar-me na análise da questão, creio que está mais do que evidente que a Humanidade precisa, urgentemente, repensar o seu papel no Planeta. Até os nossos dias, nós não compartilhamos de suas riquezas naturais: apenas as exploramos. E exploramos de uma maneira pouco racional, desinteligente, eis que assim agimos até o seu esgotamento.
Se assim continuarmos a atuar sobre o nosso "Quintal", como meros predadores, sentiremos, brevemente, efeitos incrivelmente terríveis, além do que podemos imaginar. Ou você já parou para pensar, seriamente, que a água, por exemplo, trata-se de um recurso mineral esgotável? E imaginou, assim, como seria a nossa existência sem água?
Acredito que as crises geram excepcionais oportunidades. E a maior oportunidade nascida na "crise de 2008" é o exercício de reflexão sobre o nosso futuro no Planeta, sobre qual modelo de coexistência pretendemos fazer prevalecer pelos próximos Séculos. É o exercício de pensarmos, talvez pela primeira vez, a longo e longuíssimo prazos, esquecendo-se, um pouco, do dia de amanhã.
Se a tal "economia Verde" for capaz de nos ensinar um futuro melhor, mais lógico, menos predatório, de relações humanas mais verdadeiras e menos complexas, de desenvolvimento intelectual, moral e econômico, de respeito à Natureza e de coexistência pacífica e racional com todos os seus recursos postos à nossa disposição, que este ideal venha com força e se instale em cada um de nós!
Que a "Alternativa Verde" se transforme em "Realidade Verde". Por uma Humanidade melhor e mais evoluída. Por um futuro mais limpo. Em todos os sentidos.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A ausência e a presença.

Somos dependentes dela. A confiança arma a alma para os vôos do espírito.
Quando repletos de confiança, temos a sensação de que podemos tudo, com e para todos. Temos fortaleza para superar as piores experiências, os nossos piores pesadelos.
Quando vazios, sem qualquer confiança, tropeçamos até mesmo em uma minúscula formiga. E quase não conseguimos levantar...
Os seres humanos possuem como característica a variabilidade de humor. Certamente, essas saudáveis nuanças de humor, de crenças e de confianças, funcionam como um verdadeiro elixir, capaz de manter a nossa sensatez.
Quando recheamos o nosso espírito com a força decorrente da confiança, somos melhores, capazes de maiores e boníssimas realizações. O inverso apenas nos possibilita atos menores, sem expressão, tampouco repercussão.
Para o amor, é preciso confiança. Mas não me refiro somente àquela confiança que necessariamente depositamos sobre a pessoa amada. Para amar é preciso estar e sentir-se confiante.
A confiança atua como a chave para o amor. O amor somente se dá se se sentir abraçado, acarinhado. Assim, torna-se confiante e, sentindo-se confortável, ganha força para tomar conta do todo o nosso corpo, a começar pelo coração!
Se você ama verdadeiramante, compreende todas as variáveis desta equação.
Mas se você, por acaso, ainda não ama e pretende amar, inicie essa trilha para a Felicidade analisando se é capaz de confiar em si mesmo, nos seus sentimentos, na sua intuição. Confie na sua natureza.
A presença da confiança no seu ser será prescentida pelo Amor, que se instalará na sua vida, transformando-a.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O comodista e o Sonhador.

Você, certamente, já se deparou com o tipo. Sabe aquele sujeito ou aquela guria que se acomoda à qualquer situação com uma facilidade de dar inveja?
Para estes não há "tempo ruim". Tudo serve e a tudo servem. Imagino como deve ser estranhamente vazia e sem sal nem açúcar as vidas dos comodistas, pois se sempre tudo está bom, nunca algo estará ruim. Que vida mais monótona!
A opção por ser um comodista é até lógica: é muito menos estressante e desgastante dispor de um vida sem altos e baixos, sem grandes expectativas e, como consequência, grandes decepções. Mas será este o objetivo do presente que é a própria Vida?
Não costumo criticar, de maneira vazia, pelo simples hábito de fazê-lo, qualquer estilo de vida ou pessoa. Procuro respeitar as eleições, as escolhas de cada um. Até por que somos indivíduos. E cada Vida é uma Vida. E cada um de nós deve ser capaz de realizar as suas escolhas. Mas deve ser, também, capaz de arcar com as responsabilidades daí decorrrentes.
É por esta razão que resolvi dispor destas linhas: se vivêssemos em um Mundo de comodistas, não teríamos descoberto ou desenvolvido o fogo, a roda, as leis, a eletricidade, as mais variadas formas de comunicação, de locomoção, não teríamos avançado diante de outros continentes, não teríamos nos lançado, como Humanidade, às grandes navegações marítimas e espaciais...enfim, estaríamos, ainda, habitando alguma caverna, passando muito frio e habitando um Planeta que certamente não teria sido dominado por nós.
Desta forma, por ser naturalmente um inconformado, o Homem acabou por dominar a Terra, avançando como desbravador. Mas todo esse inconformismo, toda essa sanha desbravadora, está prestes a cobrar da Humanidade um alto preço.
Ultrapassamos todos os limites da razoabilidade. Nós, seres humanos, inconformistas, estamos sempre "inventando", "criando". E as nossas últimas gerações extrapolaram na sua "inventividade", "criando" uma forma de convivência que preza pelo desrespeito a tudo e a todos.
Não respeitamos a nós mesmos, quanto mais aos limites de nosso Planeta.
Não nos tratamos com a cordialidade que sempre caracterizou a Humanidade. E tratamos com o mesmo desdém o Meio-Ambiente, como se o Homem não fosse mais um animal pertencente ao Eco-Sistema vigente.
Seguimos por uma trilha perigosíssima. Na mesma proporção das excepcionais oportunidades que temos, em razão dos adventos tecnológicos que diariamente são colocados ao nosso dispor, estamos prestes a nos condenar como civilização.
Social e economicamente, estamos seguindo o caminho da "extinção". Espiritualmente, seguimos o caminho da sombra, não o da iluminação.
As consequências imediatas são sentidas por todos nós em todos os dias, como a poluição (de todas as qualidades), o trânsito, o desamor de uns pelos outros. Mas as consequências mediatas, a que estão por vir, as mais graves, é que certamente precisariam ser analisadas e, se assim ainda for possível, evitadas.
Sob pena de termos que nos conformar, todos, em meros comodistas e assitirmos tudo ruir sem que realizemos algo em sentido contrário.
Eu já fiz a minha escolha: prefiro ser um otimista, um idealista, um sonhador e lutar contra todas as circunstâncias, crendo na Humanidade, por mais uma vez. Até hoje, foram essas "bobagens" tais quais os sonhos, os anseios, os ideais, que levaram às maiores conquistas da Humanidade. Assim, tenho o direito inalienável, assim como você, de permanecer sonhando e vivendo o sonho de que somos capazes de reconhecer os nossos erros e de supera-los, no sentido do Bem-Viver.
Basta sonhar. Basta acreditar.
Seremos capazes de faze-lo?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A alternativa.

Um dos grandes segredos dos projetos mais bem sucedidos da História encerra-se no fato de existir, sempre, uma alternativa para o caso de o objetivo principal não ser alcançado.
A alternativa acaba por funcionar como o "porto seguro" da História, seja esta a nossa história individual, seja esta a História, com "h" maiúsculo, a universal.
A alternativa gera confiança, pois aos atores de um dado fato é possibilitado arriscar no atingimento do escopo principal de um determinado projeto ou de uma ação. Se esse ato de risco não atingir o objetivo pretendido, tudo bem: há o objetivo alternativo, tão útil quanto o principal.
É óbvio que, em muitos casos, as pessoas acabam por se acomodar pelo simples fato de saberem que há uma alternativa para o caso de um erro, de um equívoco. Não me refiro, certamente, a esta qualidade de alternativa.
Refiro-me àquela alternativa sadia, que somente se apresenta quando necessária. Ela não serve como desculpa, como a "muleta" dos fracos, que desistem do escopo essencial de suas ações logo no primeiro percalço surgido.
Na ciência, muitas das drogas, técnicas cirúrgicas, de construção e de tratamentos a que somos induzidos, apresentados ou submetidos eram, no princípio de seus estudos, meras alternativas. Quantas soluções "alternativas" são aplicadas cotidianamente nos Tribunais do Mundo para a solução de conflitos? Nos relacionamentos humanos, quantas "alternativas" não surgem como a mais adequada condição para as suas saudáveis manutenções?
A alternativa é dotada de força própria, inerente.
Mas, até, hoje, não consegui desenvolver ou compreender a idéia de existir alguma alternativa em face da felicidade, o escopo da Vida.
O objetivo da Vida é viver feliz. Não resta dúvida. Mas e quando isso não é inteiramente possibiltado, por razões múltiplas?
A resposta, ao meu ver, está no fato de que não existe alternativa para o caso. Nós, seres humanos, estamos condenados a sermos felizes. Mesmo que você não queira.
Portanto, quando tudo parecer cinzento, acredite: é apenas uma nuvem, não o panorama. E as nuvens....ah, as nuvens...elas passam! Basta uma pequena brisa que estas se dissipam, vão embora!
Assim, seja feliz! E acredite, com todas as suas forças, que o seu destino está entrelaçado à felicidade.
Esta é a verdadeira alternativa.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Esse tal de Amor...

Um dos mistérios da Vida é tentar entender como e por que as coisas ocorrem.

Contudo, tenho questionado se seria permitido aos seres humanos dispor desta compreensão.

Hoje, após ter vivido algumas experiências, creio que o tal "mistério da Vida" está nisso mesmo: no fato de não nos ser autorizado que compreendamos algumas coisas...

O ser humano é capaz de dominar as Ciências ao ponto de realizar viagens espaciais, chegar até a Lua e, quem sabe proximamente, até outos planetas; é capacitado para resolver as equações matemáticas mais complexas; é dotado o suficiente para gerar clones, até mesmo humanos...; consegue descobrir e desenvolver novas fontes de energia...mas não é capaz de explicar o sentido deste tal de Amor...

Muitos poetas, entre porres homéricos, já tentaram definir o tal do Amor. Mas todas estas definições, ao meu ver, guardam estreita relação com os momentos pessoais de cada destes autores.
Deste modo, podemos chegar a conclusão de que o problema da definição do Amor está no fato de o objeto de análise ser...o tal do Amor, que é quase indefinível....
O tal do Amor é um sentimento só, mas diferente para cada pessoa. Assim, como atingir a definição de algo que se apresenta de uma forma díspare a cada um de nós?
Amor é cumplicidade? Amor é desejo? Amor é Liberdade? Amor é dependência? Amor é sexo? Amor é sentir-se amado, desejado, cúmplice e ao mesmo tempo dependente e vivo sexualmente?
Sei lá...cada um que busque a sua definição de Amor...eu estou chegando perto da minha.
E me aproximo da minha pessoal definição de Amor na medida em que analiso o que já fiz e desfiz na minha vida dita "amorosa".
O ser humano atua por conveniência. Ninguém, em sã consciência, aprecia ver a sua esfera de segurança, sua zona de conforto, atingida, atacada. A não ser os gênios, que são destemidos ao ponto de não terem qualquer receio de utilizarem as suas inteligências para mudar o Mundo!
Como não estou inserido na categoria dos gênios, agi como um ser humano comum, ordinário, ao me deparar com esse tal de Amor...
Eu, hoje, admito que fiz isso por muito tempo. Agi convenientemente, "amando" quem eu acredita ser mais interessante amar, escapando deste tal de Amor...
Mesmo assim, acredito no tal de Amor. Sempre e para sempre.
Sei que isso pode soar estranho, mas assumo, abertamente, esse meu "desvio de conduta". Infelizmente, não nasci tão esperto quanto outras pessoas e aprendo me equivocando, errando e assumindo esses meus "erros amorosos", orgulhando-me de cada um deles, que fazem e farão parte da minha história, da minha Vida.
E por que agi assim?
Hoje sei que foi por medo. Medo do tal de Amor. Do Amor. Aquele, que toma de assalto o corpo e a alma, ao mesmo tempo. Aquele que faz com que toda a razão sucumba.
Como nunca encontrei uma definição que me convencia sobre o que seria esse tal de Amor, fiz o mesmo que o Diabo faz quando se depara com a Cruz...lançando-me em situações que me seduziram. Caí, portanto, em tentação. Uma tentação boa, diga-se de passagem, pois nenhuma das pessoas com quem me relacionei foi desagradável. Graças a Deus!

E foi o conjunto destas experiências que me fez encontrar a minha verdade sobre o tal de Amor.

Assim como os poetas, cheguei ao ponto de poder definir o que vem a ser, no meu caso, o tal de Amor. Não pretendo impor a minha definição a quem quer que seja. Apenas pretendo externa-la...pois ela é tão, mas tão grande que não cabe mais no meu peito!!

Hoje, quando olho para você, quando escuto a sua voz, quando sinto a sua aproximação e quando inspiro o seu cheiro...sei que isso certamente é o tal de Amor.

O "tempo perdido" não foi tão "perdido" assim, pois aprendi que te Amo.

Lamento, apenas, não ter vivido todo esse tempo ao seu lado, Amando o meu Amor.

Por respeitar o tempo em que fingia não te Amar, é que peço para você me deixar penetrar na sua Vida, nas suas crenças, nas suas experiências, no seu destino. Hoje sou melhor do que já fui, por sentir-me pronto para te Amar.

Será que ainda tenho uma chance? Será que ainda há tempo?

Se você me permitir, prometo parar o Tempo, para que todos os anos em que não estive ao seu lado se igualem aos em que viveremos juntos!

Prometo que faço chover, aquela chuva gostosa de final de tarde de Verão! Transformarei o dia em noite só para que a gente possa dar o nosso primeiro beijo sob o Luar e a luz das estrelas!

Mas se você não me permitir...prometo que te amarei do mesmo jeito, pois agora que descobri o que é o tal de Amor...não pretendo deixar que ele escape!


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pelo jeito, o negócio é cantar!

Apesar de a absoluta maioria de brasileiros e brasileiras não se importarem nem um pouco em entender o que está acontecendo no Senado Federal, a maior crise da história política moderna do Brasil teve mais um capítulo curioso nesta sexta-feira, dia 07/08/09...
Ao invés de estreitar as investigações sobre a falácia que foi a defesa/discurso que o Seu Bigode proferiu na Tribuna do Senado, o Senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, que presidia a sessão, resolveu homenagear o próximo Dia dos Pais, que será celebrado neste Domingo.
Tudo bem que é papel do Senado fazer aluções a estas datas sobremaneira importantes, entre estas o Dia do Ovo, por exemplo (sim....existe, por Lei, no Brasil, o Dia do Ovo...). Mas no cerne de um momento tão relevante como este, certamente que os papais brasileiros prefeririam ver os fatos relacionados ao "latifúndio" que Sarney estabeleceu em Brasília sobremaneira esclarecidos, ultimados, ao invés de serem homenageados pelo Senado Federal.
Daí, meus caros, logo após Paim homenagear os papais brasilinos, pede a palavra o Senador Eduardo Suplicy, do mesmo PT, mas agora de São Paulo, para apresentar ao mundo mais um surreal capítulo da nossa história política: Suplicy, sensível à homenagem de Paim aos papais, resolveu cantar "Fathes and Sons", de Cat Stevens, no Senado...
Eu respeito muitíssimo o Senador Suplicy. Um sujeito culto, educado, completamente diferente da absoluta maioria de personalidades que permeiam o nosso Senado. Mas o Senador Suplicy precisa parar com estas suas estranhas manias, a de cantarolar na Tribuna do Senado e a de somente falar, quando não canta, sobre o tal programa de Renda Mínima. Pelo amor de Deus!
Francamente, creio que o momento político nacional não está para cantorias, né?
Se seguirmos os exemplos de pessoas como o Senador Suplicy, sendo cultos, educados, mas totalmente alienados, iremos interromper as conversas tensas das nossas vidas cantarolando...ou iremos falar, a vida toda, sobre um mesmo tema...como futebol, por exemplo.
E o que produziremos de útil para a sociedade sendo e agindo desta maneira?
Nada, absolutamente nada. Produziremos, apenas, uma sociedade de alienados. E os Bigodes da vida querem exatamente isso...assim poderão criar novos latifúndios em Brasília, empregando seus amigos, sobrinhos, namorados de netas, favorecendo seus capangas.
Não sustento, de forma alguma, que sejamos "issspérrtus", levando a tal Lei de Gerson como a Lei da Vida. Mas defendo que a Política, por sua relevância, por tratar do nosso presente e do nosso futuro, não seja o melhor local para os ingênuos. Idealistas, sim! Ingênuos, nunca!
É! Pelo jeito, o negócio, mesmo, é cantar: "... Eu não tenho data pra comemorar, Às vezes os meus dias são de par em par, Procurando uma agulha num palheiro... Nas noites de frio é melhor nem nascer, Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer, E assim nos tornamos brasileiros... Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro, Transformam o país inteiro num puteiro, Pois assim se ganha mais dinheiro... A tua piscina tá cheia de ratos, Tuas idéias não correspondem aos fatos, O tempo não pára..." (Cazuza e Arnaldo Brandão, O tempo não pára).

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Eu já desconfiava que a lenda dos Highlanders não era assim tão lendária...

Quem viveu os anos 1980/1990 lembra-se de um certo ator francês chamado Christopher Lambert dando vazão ao mito do "Highlander": o imortal MacLoad, escocês, passando por maus-bocados, sendo ferido mortalmente em uma batalha por uma donzela nos idos de 1536, ressucitando do nada, vendo seus parentes correrem achando que o tal sujeito era o capeta em pessoa...e por aí vai a tal história, que tem até um outro Highlander espanhol, o incrível Sean Connery, que explica ao atormentado escocês o que seria um "Highlander" e como se defender das certas e sucessivas tentativas de tomarem suas forças e toda a sua sabedoria acumulada ao longo de sua imortalizada existência.
Segundo o filme de 1986 (é...o tempo passa...), o Highlander seria um imortal que somente padeceria se arrancassem a sua cabeça. Coisa meiga. E o sujeito que conseguisse vencer um imortal em batalha, decaptando-o, receberia como prêmio todas as aptidões do imortal vencido, física e intelectualmente.
Somente muito wisky escocês para criar um enredo destes, né, sem pé e sem cabeça, literalmente. Mas o sucesso deste filme se deveu certamente à excepcional atuação de Connery e, também, à música tema, do Queen, "Who wants to live forever".
Enfim, até hoje, dia 05 de agosto de 2009, achava que a lenda do Highlander era uma exclusividade de algum escocês. Errei.
Segundo o que me contaram, o Highlander existiu, sim, na Escócia, as tais "Terras Altas". O tal sujeito tinha uma vidinha entediante por lá, numa friaca de dar dó, usando seu kilt xadrez, que deixava o frio daquelas bandas invadirem as suas partes, sentado em uma escarpa qualquer, com um vista medonha, e se enchendo do mais puro malte escocês. Diante destes aspectos medonhos de uma vida sem propósito, o tal sujeito resolveu andar até a vizinha Inglaterra e embarcar em uma nau qualquer, com destino ao "Novo Mundo".
Ao desembarcar, após meses de navegação, perguntou ao primeiro sujeito que viu onde se encontrava. Para sua surpresa, ouviu: "Maranhão, Brasil, milorde..."
Em terras tupiniquins, o Highlander conheceu, em uma noite quente e úmida de São Luis, uma madame, tendo se engraçado pelo tal saiote, perdendo, então, a cabeça, depois de se embebedar de Guaraná Jesus. Não se sabe se literal ou figurativamente. Mas o que se sabe é que o escocês imortal embuchou a tal maranhense e desapareceu.
Nove meses depois, nasceu José, fruto do amor da tal maranhense e do escocês bêbado de Guaraná Jesus e desaparecido no cerne da Amazônia.
A mamãe de José, orgulhosa, não sabia com qual nome registrar o tal brasileirinho. Mas lembrava que o escocês gulosão se identificava perante todos como "Sir Ney". Registrou o moleque, então, como José Sarney...
O que a tal mamãe maranhense não poderia imaginar, no entanto, é que o jovenzinho José havia herdado os poderes de imortalidade do papai escocês.
E assim segue a história de José, amaldiçoado pela imortalidade herdada de seu papai escocês, transformando-se em advogado, depois político, depois dono de um conglomerado de comunicações que envolvem rádios, emissoras de televisão e jornais.
E o Highlander José permanece vivo até nossos dias. Hoje, mudou seu domicílio para o Amapá, por amor, obviamente,a tão edílico Estado da Federação. E exerce o cargo de Senador da República, lá em Brasília.
E mesmo diante de uma avalanche de denúncias contra si, o tal Highlander resiste ao cargo, sabe-se lá até quando...
Moral da história: pelo amor de Deus, alguém em Brasília poderia comprar uma espada do Século XVI, invador o Congresso Nacional, dirigir-se ao plenário do Senado e cortar a cabeça do José???
Já sei por que ninguém faz isso: imagine herdar toda a "força" e "sabedoria" do tal highlander??

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Guerra dos Lobos

Somos brasileiros. Feliz ou infelizmente, essa é a nossa realidade. Somos fruto de um País complexo e cheio de complexidades. De uma beleza natural que impressiona. Mas de uma pobreza de alma que desencanta.
Um dia, ainda quando era bem pequenininho, me contaram que este nosso País possuía todos os atributos para "chegar lá", se transformando em uma nação independente, culturalmente estabelecida, sólida intectual e moralmente, com instituições públicas e privadas invejadas mundo afora, assim como a denominadas "grandes potências". Me disseram, também, que esse Brasil somente surgiria quando a tal Ditadura Militar padecesse, dando lugar à Democracia, pois somente esta poderia democratizar os meios de acesso à cultura, ao conhecimento e, consequentemente, à riqueza intectual, moral e, como corolário, financeira.
E eu acreditei.
Os anos se passaram. Eu cresci. A Ditadura caiu. Veio a chamada redemocratização do Brasil. E com esta, um tal de Sarney apareceu na nossa História.
Um homem, nesse período da redemocratização, apareceu perante a opinião pública brasileira como o nosso "Salvador da Pátria". Político experiente, o mineiro Tancredo Neves aparecia, em todos os meios de comunicação possíveis e imagináveis, como o homem que desbancaria as trevas impostas à Nação, fazendo, braços dados com a "deusa" Democracia, nascer o verdadeiro Brasil, acordando, enfim, esse "gigante adormecido".
Como excepcional conciliador que era, Tancredo percebeu a proximidade de sua vitória no Colégio Eleitoral que se realizaria em 1985. E para aplacar, ao menos um bocado, qualquer ranço dos conservadores, Tancredo escolheu como seu Vice um homem que circulava por todo e qualquer meio político, haja vista ser daquela espécie peçonhenta de político que rasteja por todos os cômodos da casa, sem qualquer pudor. Para os membros desta espécie política, pouco importa a legenda, o partido, o eleitor ou o eleitorado, desde que seus negócios e suas negociatas, que alavancam a sua fortuna pessoal e a de seus familiares, puxa-sacos e afins, não seja atravancada.
O que Tancredo não poderia imaginar é que este ser peçonhento, ex-Arena, ex-PDS e, desde aquela época, PMDB, assumiria o "trono". Tancredo foi eleito pelo tal Colégio Eleitoral. Mas faleceu sem sequer encostar o seu bum-bum no assento da Presidência da República. Sarney assumiu em seu lugar, como Vice que havia sido eleito, para dar "legitimidade" ao processo eleitoral havido no Congresso Nacional.
Sarney assumiu. Criou uma moeda nova, um plano econômico novo. Criou um monte de fiscais que deveriam denunciar o aumento de preços injustificados nos mercadinhos da vida. Não deu certo. Aí Sarney criou outra moeda e outro plano econômico. Também não deram certo. E Sarney, esse camaleão rastejante da nossa história política, não desistiu e criou mais outra moeda e mais outro plano econômico, que também não deram certo.
Tudo isso, dizia ele e seus amiguinhos, na tentativa de fazer o Brasil "dar certo".
Por culpa desta sucessão de imbecilidades, um então jovem político nordestino, de nome pomposo, Collor de Mello, apareceu no Jornal Nacional sob a alcunha de "Caçador de Marajás". E deve ter sido uma senhora caçada esta, pois no ano seguinte ele foi eleito Presidente da República, em eleições diretas, pois boa parte da gente tinha medo do tal "Sapo Barbudo", que era bem mais barbudo do que é hoje em dia.
Collor lançou um plano econômico ótimo, confiscando o dinheiro de todo mundo, restringindo os saques de poupanças até um valor pouco superior ao de umas 5 cestas básicas. Uma idéia brilhante, pois haveria, assim, menos dinheiro circulando e os preços, portanto, não poderiam subir pois sobraria mercadoria nas prateleiras das nossas vidas.
Obviamente não deu certo o tal plano e o tal de Collor entrou para a história: foi chamado pelo George Busch "Pai" de "Indiana Jones" (pois andava, corria, escalava, andava de jet-ski, de avião, fazia caraté, mas não Governava) e foi o primeiro Presidente Brasileiro a ser impichado, termo nascido por conta deste tal Collor.
O tempo passou. Tivemos um Itamar em nossas vidas que, ao menos, gostava de coisas boas, como mulheres sem calcinha....
Depois, tivemos por duas vezes um FHC em nossas vidas, que realizou algumas coisas ótimas e outras horríveis. Dois mandatos, portanto, de extremos. Para o bem, o surgimento do Real, nossa moeda mais forte em toda a História. Para o mal, as mal-explicadas privatizações de tudo por um preço estranho, muito estranho. Mas, enfim, dizem que se não fossem as privatizações, nem dinheiro para o cafézinho o governo federal teria.
Aí surgiu a estrela. Finalmente, depois de incontáveis tentativas, o tal "sapo barbudo" aparou as madeixas e elegeu-se Presidente. Na minha visão, míope, claro, esse seria "o cara": nascido na pobreza do sertão pernambucano, criado na explorada metalurgia do ABC paulista, pobre de nascimento e por ausência de oportunidades, aleijado de um dedo...esse sujeito tinha tudo contra si e, mesmo assim, alcançou o posto mais alto da nação! Somente um sujeito com este histórico de vida poderia compreender quais as reais necessidades das camadas mais empobrecidas da nossa sociedade e realizar um governo transformador, concessor de oportunidades!
Ledo engano, pois esse tal "sapo barbudo" se aninhou no poder de tal forma que não quis saber mais de nada a não ser de seus "companheiros". O Poder seduz, nós sabemos. Mas a que ponto ele chegou?
Ao ponto de aliar-se ao rastejante Sarney e de beijar, em público, seu algoz Collor, hoje eleito (pode?) Senador pelas Alagoas...
E a nossa história, de povo brasileiro, aí está calcada, meus caros.
Estamos nós no cerne desta disputa entre ter mais ou menos. Poder, dinheiro, prestígio. Para eles, tanto faz, pois o que importa é deter, possuir, ter. Jamais ser.
Estamos nós, ovelhas magras, desnutridas e idiotizadas, lançadas no centro desta verdadeira Guerra dos Lobos, cujo objetivo primordial é atacar, admoestar e trucidar, a cada dia mais um pouco, estas tais ovelhas.
Eu cresci. Muitos de vocês, que lêem estas linhas, também cresceram ao longo dos últimos anos e décadas. E a nossa História? O que fizemos para que ela fosse diferente do que é?
Nada. Absolutamente nada.
Mas lembrem-se: formamos um enorme conglomerado de ovelhas em face de uns poucos lobos. Se resolvermos nos insurgir, é evidente que perderemos muitas ovelhas. Mas estes tais lobos não conseguiram digerir todos nós. Até por que a grande maioria destes lobos é covarde e fugirão, ao menor sinal de perigo. E, no final, as ovelhas é que trucidarão os tais lobos.
Basta acreditar que o sacrifício vale a pena.
Eu acredito.
E você??

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Aprendendo com eles.

A cada dia que se passa, mais admiro o nosso Congresso Nacional.
Já faz quase 6 meses: explodiu, na mídia verde-e-amarela, o caso do tal Deputado Federal do "castelo", Edmar Moreira, eleito pelas Minas Gerais. Garanto que até muitos Mineiros nunca tinham ouvido falar do tal Moreira do Castelo. Alguns, mais afeitos ao Samba, já tinham ouvido falar sobre o Moreira da Silva. Mas o Moreira do Castelo era um novidade!
A acusação dava conta de que o tal Moreira, Deputado, teria infringido o código de ética parlamentar (alguém já viu um exemplar deste?), pois teria utilizado praticamente toda a verba de seu gabinete, quase R$ 15 mil/mensais, para arcar com os custos de "auto-contratações" de serviços de segurança...sim, pois o tal Moreira, Deputado, é dono (ou era) de empresas privadas de segurança. Em suma: o tal Moreirão, espertinho, usava a verba de seu gabinete para contratar serviços de suas próprias empresas! Atitude de uma lisura sem igual!
Durante a celeuma, foram instalados os trabalhos (?!?!) da tal Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. Para funcionar como Relator do tal caso, foi designado um parlamentar gaúcho, do Rio Grande, Sergio Moraes, que é acusado de envolvimento com uma rede de prostituição, utilização do telefone de seu gabinete para telefonar a serviços de Disk-Sexo....uma verdadeira candura de pessoa.
Durante os tais "trabalhos", o Deputado Moraes, de maneira calma e evidenciando ser dotado de um senso político raramente observado na história da nossa República, respondeu aos veículos de comunicação que estava "pouco se lixando" para as eventuais pressões da opinião pública para uma condenação do tal Moreira do Castelo. Disse mais: que desafiava qualquer jornalista, dando como certa a sua reeleição à casa nas próximas eleições de 2010. Ou seja: um sujeito que evidenciou ter nascido para a prática cotidiana da política.
Os "trabalhos" da tal Comissão continaum até hoje, sem que nada tenha sido resolvido sobre o tal Moreira do Castelo. A tendência é pela sua absolvição, nítida e rasgadamente. Apenas como adendo, durante uma das sessões dos "trabalhos" desta tal Comissão, o tal Moraes (não o Moreira) disse, aos brados, que o Moreirão não deveria se envergonhar de seus atos e que deveria andar pelos corredores da Câmara de Deputados "de cabeça erguida". Até o Moreirão pareceu ter ficado constrangido nesse instante....mas, enfim...
Mais recentemente, outro "escândalo" explodiu no Congresso, envolvendo, desta feita, gente graúda. O Ex-Presidente José Sarney, que começou a sua carreira política no Maranhão mas, depois de 40 anos, descobriu que seu "berço político", em verdade, era o Amapá (?!?!), como Presidente do Senado e, conseqüentemente, do Congresso Nacional, foi acusado de ser sabedor de uma coisa chamada "ato secreto do Senado", através dos quais se podia tudo, quase como em uma festa do cabide. Através destes tais "atos secretos", os Senadores empossavam parentes, davam guarida à amigos e assessores, viajavam, passeavam, viajavam na maionese e em outros lugares...
Enfim, os tais "atos secretos" nos eram secretos, mas não aos nobres Senadores. Especialmente àqueles que se aproveitaram dos mesmos.
O coitadinho do Seu Bigode, quer dizer, do Ex-Presidente Sarney, acabou levando boa parte da responsabilidade sobre os atos de um Diretor-Geral de Administração do Senado, um cara de nome engraçado, Agaciel Maia, só por que teria sido ele, Sarney, quem o empossou ao tal cargo.
Imagine se o Sarney sabia de algo...imagine... isso é intriga, sim, da oposição!
E da mesma forma que foi instaurada a Comissão de Ética da Câmara dos Deputados para investigar (rárá) o caso do Moreirão do Castelaço, foi instaurada uma Comissão de Ética no âmbito do Senado, para apuração (não aparação) do Seu Bigode.
E foi nomeado um Senador Fluminense para presidir os "trabalhos" desta tal Comissão, Sr. Paulo Duque. Da mesma maneira que em Minas Gerais, garanto que muitos cariocas e fluminenses jamais tinham ouvido falar do tal Duque. De outros, como Duque de Caxias, sem dúvida. Mas deste tal de Paulo, não.
Enfim, no transcorrer do último dia 16 de julho, mais conhecido como "ontem", o tal Duque, que não é o de Caxias, disse, também, que pouco se importa com a tal "opinião pública", até por que ela seria manipulável de acordo com os interesses da imprensa.
Outro sujeito que nasceu com uma aguçadíssima sensibilidade para a política, esse tal Duque Fluminense que não é o Caxias.
Enfim, constatamos, após essas cousas que acontecem tão-somente em Brasólia (com "ó", mesmo), que, primeiro, essa tal de "opinião pública" não está com nada perante os nossos lúdicos e hábeis Parlamentares. Coitadinha da "opinião pública"! Só me resta uma dúvida: será que estes parlamentares sabem sobre quem estão se referindo? Será que eles sabem que é a tal "opinião pública" não tem nada a ver, por exemplo, com "opinião púbica"? Eles podem estar se confundindo, né? Vai saber... ainda mais o Deputado do Disk-Sexo, né?
A segunda constatação que nos surge é aquela que dá conta que os nossos parlamentares são seres de inteligência superior, pois detectaram que tudo, no nosso Brasil, é culpa da mídia, da imprensa, que manipula a tal "opinião pública" de acordo com os seus próprios interesses, transformando-a, portanto, em "opinião púbica".
Uma constatação que não pode ser despercebida. Em muitos casos na História das relações póliticas e sociais, a imprensa desempenhou papel decisivo, seja para influenciar positivamente, seja negativamente.
O fato é que a imprensa exerce o papel dela, expondo, em seu espaço, os fatos sociais, políticos, econômicos, esportivos, do cotidiano.
Se a forma como é apresentada a notícia acaba se demonstrando capaz de influenciar um pequeno, médio ou grandioso número de leitores, expectadores ou ouvintes, temos que aplaudir o jornalista responsável por tal feito.
Ocorre, caros Parlamentares, que uma cidadania culta, educada, capaz de compreender o que lê, vê e ouve, é menos influenciável, pois desenvolve o poder do raciocíno, o hábito de pensar, de refletir, para atingir suas próprias conclusões sobre um dado tema.
Dica de um amigo, nobres Parlamentares: os senhores e senhoras não desejam mais tratar com uma "opinião pública" facilmente manipulável pela imprensa? A receita é simples: invistam, pelo amor de Deus, em Educação e Cultura, tornando os nossos brasileirinhos e brasileirinhas cada vez mais capazes de raciocinar!
Nesse caso, já deixo-os de sobreaviso, pois pode ocorrer que muitos de vocês, nobres Parlamentares, não consigam se reeleger aos cargos de Deputados e Senadores. Sim, pois uma "opinião pública" mais culta e capacitada, intelectualizada, normalmente pensa, reflete, antes de votar. E nesse caso, talvez, essa é só uma desconfiança de minha aparte, algumas das posturas ordinárias dos senhores e senhoras, como privilegiarem-se de certos "atos secretos", ou utilizarem os telefones de seus Gabinetes para acessarem serviços de Disk-Sexo, ou, ainda, utilizarem toda a verba de seus Gabinetes para contratarem empresas próprias de prestação de serviços, não sejam muito bem-vistas pela tal "opinião pública", que, aliás, também vota.
Mas os aconselho a analisar a questão sob outro prisma: por todo o sempre, vocês, nobres Deputados e Senadores, que resolveram investir realmente em políticas públicas de educação e cultura, serão lembrados como os homens e mulheres que tiraram a "opinião pública" das amarras dessa malévola imprensa!
Não seria uma louvável lembrança?

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Nem sempre acredite naquilo que lhe contarem: há, de facto, um "Golpe" em Honduras??

Meus antepassados, italianos e portugueses, quando advindos de seus territórios lusos e penisulares, se estabeleceram, em sua grande maioria, no Interior do Estado de São Paulo. Deste modo, aderidos aos cosutumes e crenças locais, acabaram por adquirir certos comportamentos, certas premissas. Uma destas é aquela que nos ensina a jamais acreditar em tudo o que nos falam, contam ou nos escrevem. A fugura do "caipira desconfiado" é típica em várias partes do Interior do Brasil, em especial São Paulo e Minas Gerais. Portanto, meus antepassados acabaram por se transformar em "caipiras desconfiados" de São Paulo, transmitindo, geração após geração, preceitos como este, o do "desconfiômetro".
Ultimamente, temos sido bombardeados pela imprensa com reportes sobre um suposto Golpe em curso em Honduras, País da América Central, com aproximadamente 7 milhões de habitantes. Para que se possa realizar uma comparação, a Grande São Paulo possui cerca de 14 mihões de habitantes.
Segundo a história que nos contam através da maioria dos periódicos e telejornais, o Presidente hondurenho eleito, Manuel Zelaya, teria sido deposto pelas Forças Militares Hondurenhas, que teriam atestado que o novo mandante do Executivo, Roberto Micheletti, teria legitimidade ampla de exercício do cargo, até as próximas eleições presidenciais, concedendo-lhe, portanto, sustentação.
Ocorre que a História nunca deve ser narrada de maneira simplista, haja vista os inúmeros anseios e sentimentos envolvidos em qualquer facto histórico. A construção de um dado facto histórico tem, sempre, relação com os seres humanos. E quando se envolve esta espécie, certamente estarão envolvidos inúmeros preceitos racionas, sensoriais e emocionais. Desta maneira, para um mesmo facto histórico, podem advir inúmeras interpretações e análises, decorrentes da complexidade da natureza humana.
Mas como as coisas não acontecem por acaso nesse nosso Mundão de Deus, se faz necessário analisarmos, sempre, quais as razões que estariam intrínsecas na tentativa de simplificação da narração dos factos, sejam estes meramente do cotidiano ou os de relevância, os denominados "históricos".
É evidente que vivemos em uma Era onde o "tempo" parece ser pouco, escasso, para tantas novidades. Com o implemento dos meios de comunicação, depois dos de telecomunicações, e, mais proximamente, com o advento da internet, o volume de transmissão de informações, relevantes ou não, aumentou em franca progressão geométrica.
Deste modo, acabamos sendo introduzidos à "era do sumário", do resumo, pois não há espaço e tempo sufcientes para a ánálise integral e aprofundada da maioria dos temas, em função das inúmeras novidades cotidianas. Será que não há, mesmo? Ou será que não há interesse na realização desta análise?
O caso dos acontecimentos em Honduras é emblemático. A imprensa sumarizou os fatos, por interesse, conveniência ou qualquer outra razão que não nos compete apreciar, fazendo com que os leitores de minuto, aqueles que somente leem as manchetes, compreendessem que está em curso um "golpe militar", quase nos mesmos moldes dos ocorridos em toda a América do Sul nos idos dos anos 1960/70, de triste memória no nosso inconsciente coletivo.
Todavia, os acontecimentos em Honduras não se aproximam de um "golpe militar". Por qualquer ângulo que se aprecie a questão hondurenha com imparcialidade, o que se vislumbra é o estricto cumprimento da ordem legal.
Pode soar estranho tal afirmação, mas os factos estão dispostos no tabuleiro da História. Basta apreciá-los com atenção.
O Presidente Zelaya, eleito legitimamente a partir do franco e irrestrito apoio da "direita" hondurenha, realizou uma verdaderia reviravolta ideológica durante o seu mandato, governando mais "à esquerda", aliando-se, na maioria das vezes, aos tais "ideais bolivarianos" tanto defendidos por Hugo Chaves, Presidente da Venezuela, e que já contaminaram a Bolívia de Morales e o Equador de Correa.
Zelaya realizou um governo populista, de medidas contestadas sob o ponto-de-vista político-social, pois não apresentariam resultados de médio e longo espectro. Para culminar, já que o Presidente Hondurenho gozava de altos índices de aceitação perante as camadas mais simples da população local, Zelaya lançou um plano à imagem e semelhança de Chaves, Morales e Correa: realizar um plebiscito para a alteração de dispositivos constitucionais que impediriam um novo mandato, ou a tentativa de um novo mandato, a reeleição.
Um dos preceitos do ambiente democrático é a baliza do Estado de Direito, capaz de ensejar o surgimento de um elemento primordial ao desenvolvimento das instituições e das relações sociais, a denominada "segurança jurídica". Como os factos históricos servem para o aprendizado, basta analisarmos a História da maioria absoluta dos Países considerados "desenvolvidos" para percebermos a importância da estabilidade das instituições, em decorrência da segurança jurídica, para o alcance do desenvolvimento.
O respeito irrestrido às normas, às leis, é, portanto, premissa à segurança jurídica e à estabilização das relações sociais, rumo a um ambiente desenvolvementista.
Zelaya, assim, tentava, escorado pelo suposto apoio da população mais humilde de Honduras, a reforma da lei máxima, a Constituição, no sentido de favorece-lo.
A oposição ao seu Governo, ativa, intentou perante a Suprema Corte de Honduras, petições requerendo que aquela Corte maior, guardiã da Constituição, impedisse essa tentativa de alteração das normas e que aplicasse as sanções penais insculpidas na própria norma.
Obteve a oposição sucesso em seus pleitos, o que ensejou o facto que dá origem à esta sequência de acontecimentos: a Suprema Corte deu procedência aos pedidos intentados, informando ao Congresso Nacional Hondurenho e às Forças Armadas, como determina a norma, tal facto. Determinou, mais, em restrito cumprimento da lei, que fosse o Presidente Zelaya destituido do cargo pela mão das Forças Armadas e que o Congresso Nacional se manifestasse com brevidade, escolhendo o mandatário de um Governo Provisório, com poderes até o próximo pleito presidencial, em data a ser definida pelos próprios congressistas.
Como se percebe, não ocorreu, jamais, um suposto "golpe militar" em Honduras, mas, sim, a defesa irrestrita da Constituição, da norma, da lei.
Mas quais seriam as razões de a mídia em geral não se atentar ao fato de que o "golpista", de facto, seria o próprio Zelaya, na sua tentativa popularesca de extensão de seu governo?
Você, amigo leitor, amiga leitora, certamente apresentará a resposta a este questionamento. Não compete a mim, o humilde escriba deste blog, analisar a questão de maneira aprofundada. Mas a mim compete, como cidadão, manifestar-me no sentido de expor os meus sentimentos sobre o caso em questão.
Creio, como já escrito nas linhas antecedentes, que nada acontece por acaso. O acaso não faz parte das minhas crenças. E não se esqueçam que uma das possibilidades aventadas pelo PT nos últimos meses é exatamente uma alteração na Constituição da República Federativa do Brasil para permitir que Lula possa concorrer a um eventual terceiro mandato.
Estaria a mídia, a mando do Governo, preparando-nos para essa "eventual" ocorrência, caso a doença da Ministra Dilma Roussef não se estagne conforme o imaginado por seus médicos?
A vocês, amigos e amigas, também competirá esta resposta...